Jordana Araújo

Final de ano chegando e, se você pensa que ainda não dá tempo de fazer nada pela sua saúde, está enganado. Na coluna desta quarta-feira (12), trago dicas simples para você implementar ainda hoje na sua rotina para chegar ao final do ano com mais saúde e se preparar para mudanças mais consistentes no ano que vem. Vamos nessa? Dica 1: adicione uma fruta todos os dias no café da manhã. Pode iniciar com a fruta da sua preferência. Para quem já tem o hábito de comer fruta todos os dias, a sugestão é variar o tipo todos os dias ou a cada dois, três dias, ok? Dica 2: insira um tipo de legume diariamente no seu almoço. Não tem problema se você comer o mesmo tipo todos os dias, o mais importante é criar o hábito e se propor, no máximo até o início do ano que vem, a variar o tipo de legume. Para quem já faz isso, a meta é variar o tipo e dobrar as quantidades caso não consuma ainda pelo menos metade do prato. Pode ser qualquer legume - lembre-se de que a batata não entra nessa categoria. Mas, se quiser utilizá-la, ela entra como substituta do arroz. Dica 3: se você costuma pedir comida em aplicativos à noite, aqui vão duas sugestões. Favorite pratos saudáveis e entre diretamente neles na hora de fazer seu pedido. Aqui vale pedir refeições leves como pokes, saladas com fontes proteicas ou até mesmo refeições básicas como arroz, feijão, salada e uma carne magra, filé de peixe ou de frango. Se vier grandes quantidades, divida em duas refeições ou consuma menos. Outra sugestão que acho até mais interessante para não cair na tentação de pedir alimentos pouco saudáveis é comprar marmitas congeladas prontas e com um bom valor nutricional. Dica 4: ande mais. Não pegue carro para ir em locais próximos de casa, vá a pé. Troque o elevador pelas escadas. Se morar em um andar muito alto, você pode pegar o elevador e descer em um andar mais baixo e terminar o percurso de escadas. Se estiver completamente sedentário, respeite seu ritmo, ok? Depois você pode aumentar a meta. No trabalho você também pode fazer essa troca. Dica 5: a cada dose ou copo de bebida alcoólica, beba um copo de água. A ideia aqui é prevenção dos sintomas da ressaca e redução das quantidades bebidas. Portanto, já sabe, não exagere. Afinal, não existe dose mínima segura e saudável no consumo de álcool. O ideal é não beber. Dica 6: sabe aqueles alimentos que você costuma exagerar? Reduza o consumo pela metade. Exemplo: se hoje você come quatro pedaços de pizza, reduza pra dois ou três se for muito difícil pra você. Isso também é válido para bebidas. Se hoje consome dois a três copos de refrigerante, reduza para um.Dica 7: utilize a regra 2 do “nunca 2”. Se você falhar em algo, conserte já na próxima refeição. Exemplo: se comeu fritura em uma, não se permita comer na próxima, evite falhar duas vezes seguidas. Isso vale também para hábitos saudáveis como atividade física. Se faltou um dia na academia, vá  no outro, não falte dois dias seguidos.

Coisas para fazer até o final do ano para ser mais saudável

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Saúde à mesa

A Prefeitura de Petrolina de Goiás, na região central do estado, instalou um cartaz chamado “faltômetro” no Centro Médico de Especialidades do município. A iniciativa expõe o número de pacientes que faltaram a consultas e exames. Segundo o cartaz, ao todo, 144 pessoas faltaram em consultas importantes. 
 
O cartaz detalha quantas faltas cada especialidade teve, destacando a área de psicologia, com 86 atendimentos perdidos. Em seguida, aparecem psiquiatria (17), endocrinologia (12) e ultrassonografia (8). Consultas com pediatra, ginecologista e geriatra registraram seis faltas cada, enquanto nutrição teve três. 
 
Em uma publicação das redes sociais da prefeitura, o órgão fez um apelo sobre a situação: “Muito se fala na espera por consultas com médicos especialistas, mas chegou o momento de conscientização. Você que tem consulta marcada, mas não poderá comparecer, avise com maior antecedência possível, faça com que sua oportunidade seja dada a alguém que tanto espera”.&nbsp;

<div class="p-readmore-box"> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/usuario-do-ipasgo-ganha-novo-prazo-para-pagar-1-parcela-de-coparticipac-es-1.3266411" target="_self">Usuário do Ipasgo ganha novo prazo para pagar 1ª parcela de coparticipações</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/machismo-tabu-e-desinformac-o-os-obstaculos-que-ainda-afastam-os-homens-da-prevenc-o-1.3287224" target="_self">Machismo, tabu e desinformação: os obstáculos que ainda afastam os homens da prevenção</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/prefeito-defende-mudanca-em-perfil-de-maternidade-de-goiania-1.3229656" target="_self">Prefeito defende mudança em perfil de maternidade de Goiânia</a></div>

Nos comentários, um internauta se manifestou: “144 pessoas faltaram a consultas importantes oferecidas pela Secretaria de Saúde de Petrolina de Goiás, tirando a oportunidade de quem realmente precisava, absurdo pois certamente se fosse particular não esqueceria. Quando não tem reclamam, e com razão, e quando tem, não dão valor”, afirma. 
 
A prefeitura colocou no cartaz, ainda, que quem faltar à consulta terá que voltar para a lista de espera.&nbsp; 
 
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Prefeitura coloca cartaz com faltômetro de pacientes a exames e consultas em unidade de saúde

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Enquete - Qual a solução para a superlotação nos hospitais de urgência em Goiás?

<img attr-cid="policy:1.2684679" attr-version="policy:1.2684679:1726718606" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.2684679/image/image.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Fachada do Hospital Estadual de Anápolis Dr. Henrique Santillo (Heana), em Anápolis (Reprodução/Secretária Estadual de Saúde)

A superlotação nas unidades de urgência e emergência de Goiás tem gerado uma sobrecarga, por conta disso, a Secretaria de Saúde de Goiás (SES-GO) informou que está sendo feito um 'revezamento' semanal das unidades. Os pacientes continuarão sendo encaminhados pela central, mas de acordo com a especialidade. A medida visa evitar o colapso total das unidades simultaneamente.

O revezamento se estende para o Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), Hospital Estadual de Anápolis Dr. Henrique Santillo (Heana) e para o Hospital Estadual de Aparecida de Goiânia Cairo Louzada (Heapa).

<ul>
	<li>Veja cenas da superlotação nos hospitais estaduais na TV Anhanguera :&nbsp;<a href="https://g1.globo.com/go/goias/videos-ja-2-edicao/video/hugo-enfrenta-superlotacao-e-sobrecarrega-funcionarios-12679514.ghtml" target="_self">Hugo enfrenta superlotação e sobrecarrega funcionários</a></li>
</ul>

À TV Anhanguera, Rasível dos Reis, secretário estadual de saúde, explicou como tem funcionado essa espécie de 'rodízio' dos hospitais.&nbsp;De acordo com o titular da pasta, cada semana um hospital será 'poupado', de novas emergências, a fim de resolver a situação.

<cite>Os hospitais, igual a gente, também ficam doentes, nos seus respectivos fluxos e processos. E onde se vê o sintoma dessa doença? Na superlotação. A superlotação representa que algo não vai bem. Então, o que resolvemos é a tolerância zero para a superlotação. A partir disso, começamos a analisar os perfis de cada hospital e no que eles são bons, explicou Rasível dos Reis.&nbsp;</cite>

O ssecretário destacou que, apesar da mudança, os hospitais continuarão recebendo as suas especialidades. Segundo o secretário, no caso do Hugo, são traumas e acidentes vasculares cerebrais (AVCs). Já o Hugol é um hospital geral, com atendimento a traumas, queimaduras e AVCs; o Heana é geral e focado na região Centro-Norte; e o Heapa concentra-se mais em traumas e pacientes da região metropolitana.

<cite>Por exemplo, na cirurgia geral, na neurologia, cardiovascular e buco maxilar, consigo desviar o fluxo para um desses hospitais para 'proteger', para que ele consiga resolver a demanda interna. Ou seja, operar os pacientes que estão aguardando, tratar os que estão no pronto-socorro e dar alta para os que já podem receber alta. Dessa forma, retirar essa sobrecarga, explicou Reis.&nbsp;</cite>

<img attr-cid="policy:1.3192905" attr-version="policy:1.3192905:1730201243" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3192905/Hugo-Aerea.jpeg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Foto área do Hospital Estadual de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), em Goiânia. (Divulgação/FatoMais Comunicação)

Por fim, Rassível ressaltou que os pacientes continuarão sendo encaminhados pela central de regulação do estado, pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Corpo de Bombeiros.&nbsp;

<cite>Através da regulação do Samu e do Corpo de Bombeiros, será encaminhado o paciente para o hospital. Então, se o paciente está mais próximo, ou apresenta estado grave, quem vai definir é a central de regulação para onde ele será encaminhado. Vamos tentar encaminhar o paciente dentro de cada especialidade, mas o que eles têm em redundante, vamos distribuir, explicou o titular da pasta.</cite>

Segundo a SES, na semana passada, a unidade 'protegida' foi o Hugol, que apresentou excelentes resultados como: 272 cirurgias de urgência realizadas, redução da taxa de ocupação em 1% na enfermaria e 2% na UTI. Além da diminuição de 195 atendimentos de porta e 183 encaminhamentos pela regulação, reflexo da melhor gestão de fluxo, melhora de 16% na assertividade dos encaminhamentos e 15 transferências externas autorizadas.

<div attr-cid="policy:1.3329285" attr-version="policy:1.3329285:1761645594" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3329285" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3329285', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3329285">Enquete - Qual a solução para a superlotação nos hospitais de urgência em Goiás? (1.3329285)</a></div>

<img attr-cid="policy:1.3329246" attr-version="policy:1.3329246:1761612297" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3329246/image.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Secretário estadual da Saúde, Rasível dos Santos: “Estamos trabalhando no limite todos os dias” (Wesley Costa / O Popular)

<h3>Superlotação</h3>

No começo de outubro de 2025, o&nbsp;<a href="https://opopular.com.br/cidades/atendimento-a-traumas-gera-sobrecarga-no-hugol-1.3310880" style="font-size: 12px;" target="_self">Hugo viveu episódios de superlotação</a>, com pacientes acomodados nos corredores da unidade. No dia 6, uma vistoria do Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO) no hospital apurou denúncias nessa área.

As equipes do Hugo e do Hugol passaram a realizar reuniões diárias para discutir o fluxo de atendimentos e definir ações de contingência. Além disso, encontros semanais com as unidades estaduais de Anápolis e Aparecida de Goiânia reforçam a articulação dos serviços.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/saude-de-goias-adota-medidas-contra-superlotac-o-no-hugo-e-em-outras-unidades-1.3329247" style="font-size: 12px;" target="_self">Saúde de Goiás adota medidas contra superlotação no Hugo e em outras unidades</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/tres-hospitais-fazem-captac-o-de-org-os-no-fim-de-semana-em-goias-1.3239288" style="font-size: 12px;" target="_self">Três hospitais fazem captação de órgãos no fim de semana em Goiás</a> 
 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/faltou-tratamento-adequado-para-60-das-pessoas-que-morreram-por-dengue-em-goias-1.3231277" style="font-size: 12px;" target="_self">Faltou tratamento adequado para 60% das pessoas que morreram por dengue em Goiás</a></div>

O POPULAR&nbsp;recebeu relatos de que, na segunda semana de outubro, o local ainda registrava alguns pacientes em macas nos corredores. Conforme a SES-GO e a administração do Hugo, a situação se normalizou há cerca de 23 dias. A reportagem esteve no local em outubro, e os corredores da urgência estavam vazios.

Para reduzir a permanência dos pacientes e melhorar o giro de leito, o Hugo tem promovido mutirões de cirurgia. Normalmente, durante o dia, são operados pacientes internados na unidade e os que chegam pela urgência; à noite, realizam-se só os casos emergenciais. Entretanto, dependendo da quantidade de internados aguardando cirurgia, a unidade tem ampliado horários de procedimentos e aberto mais salas cirúrgicas.&nbsp;

Colaborou Mariana Carneiro

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Hospitais de urgência fazem 'revezamento' para receber pacientes, diz Saúde

HOSPITAIS ESTADUAIS

Falta de ar, cansaço excessivo e inchaço nas pernas e tornozelos são alguns sinais de alerta para a hipertensão arterial pulmonar (HAP). Na novela Três Graças (Globo), a personagem Lígia, interpretada pela atriz Dira Paes, enfrenta a batalha silenciosa contra essa condição rara, grave e pouco conhecida. A doença, que exige atenção especializada, eleva a pressão nas artérias responsáveis por levar o sangue do coração aos pulmões, podendo causar sobrecarga e insuficiência do ventrículo direito. Assim como na ficção, na vida real a descoberta do problema pode chegar tarde e mudar para sempre a forma de lidar com o corpo e a rotina.

A médica Mariana Siqueira Campos de Deus, de 26 anos, descobriu a hipertensão arterial pulmonar após desmaiar em uma corrida de rua. Ela já vinha sentindo cansaço e falta de ar, sintomas que atribuía ao ritmo intenso da residência em ginecologia e obstetrícia. Por ser da área da saúde, conseguiu um diagnóstico rápido, confirmado por cateterismo quatro meses depois. “O medo e a incerteza marcaram o início da doença, agravados pela dificuldade de realizar atividades simples”, conta.

<img attr-cid="policy:1.3334093" attr-version="policy:1.3334093:1762551322" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3334093/Mariana Siqueira Campos de Deus.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
"O medo e a incerteza marcaram o início da doença, agravados pela dificuldade de realizar atividades simples”, conta Mariana Siqueira Campos de Deus (Acervo pessoal)

Com o tratamento adequado e acompanhamento multiprofissional, Mariana recuperou a qualidade de vida e hoje reforça a importância do diagnóstico precoce, comemorando a visibilidade que a novela vem dando à doença, sobretudo entre médicos e pacientes do SUS. O pneumologista Marcelo Rabahi, do Einstein Goiânia, explica que a hipertensão arterial pulmonar é de difícil diagnóstico, pois seus sintomas se confundem com os de outras enfermidades.

“Quando há falta de ar ou cansaço sem causa aparente, é fundamental buscar avaliação médica e considerar a hipótese de hipertensão pulmonar. Embora não tenha cura, a doença tem tratamento e, quando identificada precocemente, permite melhor controle e qualidade de vida”, afirma. O tratamento conta hoje com avanços importantes e medicamentos de alto custo, muitos deles disponíveis pelo SUS mediante critérios clínicos e avaliação especializada.

Segundo o médico, o diagnóstico preciso exige investigação detalhada, que pode incluir o cateterismo cardíaco do lado direito, exame fundamental para medir a pressão nas artérias pulmonares. A partir dessa avaliação e de outros exames complementares, é possível indicar terapias eficazes que controlam a progressão da doença, melhoram os sintomas e aumentam a expectativa de vida dos pacientes.

“A hipertensão arterial pulmonar afeta os vasos sanguíneos do pulmão. As artérias pulmonares se tornam mais estreitas e rígidas, dificultando a passagem do sangue. Isso faz com que o coração, especialmente o lado direito, precise trabalhar mais para bombear o sangue, o que pode levar ao seu enfraquecimento com o tempo”, explica a médica Fernanda Miranda, membro da Sociedade Goiana de Pneumologia. Como consequência, o paciente sente falta de ar, cansaço fácil, inchaço nas pernas e, em casos mais avançados, desmaios. “É uma doença silenciosa no início, por isso o diagnóstico costuma demorar.”

A condição é frequentemente confundida com doenças cardíacas ou pulmonares, porque os sintomas se sobrepõem. “É comum o paciente receber inicialmente diagnósticos como insuficiência cardíaca, asma ou DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica). Por isso, o trabalho conjunto entre pneumologistas, cardiologistas e outros especialistas é essencial”, reforça Fernanda. A abordagem multidisciplinar permite confirmar o diagnóstico com exames específicos e definir o melhor plano terapêutico para cada paciente.

Visibilidade nacional

A ficção tem papel decisivo na conscientização sobre doenças raras, como a hipertensão arterial pulmonar. “Ao abordar o tema em uma novela de grande audiência, como Três Graças, a TV amplia o alcance da informação, ajuda o público a reconhecer sintomas que poderiam passar despercebidos e estimula a busca por diagnóstico precoce”, avalia a pneumologista Fernanda Miranda. Além de educar, a narrativa humaniza a condição, mostra os desafios do tratamento e contribui para reduzir o estigma enfrentado por quem convive com uma doença crônica.

Nos últimos anos, o tratamento da doença avançou significativamente, com novas combinações de medicamentos que ampliam a sobrevida e melhoram a qualidade de vida dos pacientes. As pesquisas atuais apontam para terapias mais personalizadas, incluindo estudos com terapia gênica e novas drogas capazes de agir diretamente sobre a pressão nos vasos pulmonares. Nos casos mais graves, o transplante pulmonar continua sendo uma alternativa, e os avanços em técnicas cirúrgicas e acompanhamento pós-operatório têm aumentado as taxas de sucesso. O desafio, porém, é garantir que esses progressos cheguem também aos pacientes atendidos fora dos grandes centros especializados.

Hipertensão Pulmonar Arterial: conheça, entenda o que é, sintomas e tratamento

SAÚDE

O SUS (Sistema Único de Saúde) pode ter perdido até R$ 7,29 bilhões em vacinas, medicamentos e outros insumos de 2021 a 2023, segundo auditoria conduzida pela CGU (Controladoria-Geral da União).

O valor considera cerca de R$ 2,31 bilhões em produtos comprados pelo Ministério da Saúde e que venceram ainda no estoque da pasta, além de R$ 4,98 bilhões tratados como "perda potencial", como insumos entregues com menos de 90 dias de validade.

As vacinas da Covid-19 respondem pela larga maioria das perdas, como revelou a Folha de S.Paulo. O governo Lula culpa a gestão Bolsonaro pelo fim da validade dos lotes. "Como o próprio documento reafirma, perdas concentradas nas aquisições realizadas até 2022 e no passivo deste período", diz a Saúde.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/variante-mais-contagiosa-da-covid-se-espalha-por-goias-1.3326873" target="_self">Variante mais contagiosa da Covid se espalha por Goiás</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/aplicac-o-de-vacina-contra-febre-amarela-caiu-39-em-goiania-1.3312758" target="_self">Aplicação de vacina contra febre amarela caiu 39% em Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/vacina-da-influenza-volta-a-ser-exclusiva-para-grupos-prioritarios-a-partir-de-1-de-setembro-1.3305379" target="_self">Vacina da Influenza volta a ser exclusiva para grupos prioritários a partir de 1º de setembro</a></div>

Durante a auditoria, o ministério afirmou que as compras da pandemia foram feitas em cenários imprevisíveis. A pasta também discordou da metodologia usada pela CGU para definir o volume de "perda potencial".

A CGU, porém, manteve o cálculo e disse que há evidências de que parte dos insumos repassados com menos de 90 dias de validade "de fato se perdeu" em etapas da cadeia logística.

"Portanto, os números apresentados não indicam perdas necessariamente concretizadas, mas os montantes sobre os quais incidiram os riscos, por isso denominados neste relatório como perda potencial", afirma a CGU.

Em nota, o Ministério da Saúde afirma que adotou postura "absolutamente incomparável" à da gestão Bolsonaro na gestão dos estoques. "Entre as medidas implementadas para a modernização e aperfeiçoamento da gestão dos estoques do SUS estão a criação de uma Sala de Situação, monitoramento contínuo, compras com entregas flexíveis e uso de modelos preditivos", diz a pasta comandada por Alexandre Padilha (PT).

A CGU aponta que a demora no transporte faz insumos chegarem vencidos ao destino final. Um exemplo é a entrega de quantidades do anestésico propofol para um hospital a menos de 100 km do depósito central do ministério, que fica em Guarulhos, concluída 73 dias após o recebimento do pedido. O medicamento já havia perdido a validade há 18 dias.

A CGU recomendou que o ministério passe a definir um percentual aceitável de perda de estoque. Também cobrou a modernização do atual sistema de gestão dos produtos, chamado Sismat.

Em nota, o Ministério da Saúde diz que irá substituir o sistema, além de introduzir ferramentas de inteligência artificial.

Dos produtos que a Controladoria encontrou vencidos no estoque, classificados como "perdas efetivas", cerca de R$ 2 bilhões eram vacinas da Covid. Outros R$ 213 milhões são principalmente das vacinas de outras doenças e medicamentos como insulinas.

"Cumpre ressaltar que, das dez vacinas mais descartadas no período, oito delas fazem parte do calendário básico de vacinação do PNI (Programa Nacional de Imunizações)", afirma a auditoria.

A Controladoria, porém, reconhece que a queda da cobertura vacinal pode explicar parte das perdas. Já a Saúde afirma que registra "aumento expressivo" das coberturas desde 2023.

O trabalho da CGU também aponta compras quase 100% descartadas, como cerca de 3 milhões de unidades de acetato de desmopressina, fármaco usado para diabetes insipidus central.

Ainda há uma parcela perdida de R$ 24 milhões de medicamentos comprados por decisão da Justiça, como aqueles de alto custo e destinados a doenças raras. O ministério ponderou que cerca de 80% do valor se refere aos casos em que os insumos judicializados foram devolvidos pelos pacientes ou por secretarias de estados e municípios.

Já nas "perdas em potencial", a CGU considerou cerca de R$ 4,4 bilhões em produtos que deixaram o estoque do ministério com menos de 90 dias de validade, além de cerca de R$ 530 milhões em insumos vencidos ou não entregues a instituições de pesquisa, o que teria desviado da proposta original de consumo dos produtos.

O ministério afirmou para a auditoria que não é correto considerar como desperdício o envio dos lotes para pesquisa, mas a CGU disse que esse tipo de situação pode gerar prejuízo por distorcer dados de consumo dos medicamentos. Esses mesmos dados são utilizados para dimensionar compras futuras.

A conta da CGU não inclui casos mais recentes, como o de perda de ao menos 80% de um lote de 10 milhões de doses da Coronavac comprados no fim de 2023, quando o imunizante estava em desuso no SUS. O desperdício apenas com estas vacinas superou R$ 260 milhões, como revelou a Folha de S.Paulo.

Os dados sobre todo o estoque do ministério passaram a ser sigilosos por decisão do governo Michel Temer (MDB), em 2018, e foram mantidos desta forma sob a gestão de Jair Bolsonaro (PL). No começo de 2023, quando os dados voltaram a ser divulgados, a Folha de S.Paulo revelou que já havia cerca de 40 milhões de vacinas da Covid perdidas no estoque.

SUS pode ter perdido R$ 7,3 bi em vacinas e insumos de 2021 a 2023, diz CGU