Em uma de suas cenas mais icônicas, a impiedosa Odete Roitman (Beatriz Segall) esbraveja para quem quiser ouvir: “No Brasil, quem não é corrupto é idiota”. A frase é apenas uma entre várias que marcaram Vale Tudo (1988), novela de Gilberto Braga que fez história e ajudou a colocar o gênero do folhetim como o mais amado entre os brasileiros. Não por menos, a TV Globo já começa a preparar um remake para 2025 em comemoração aos 60 anos da emissora carioca. Quando Vale Tudo foi ao ar, em 16 de abril daquele ano, José Sarney estava na incumbência de governar o País. Com a novela em horário nobre e o índice de audiência batendo nas alturas, era consolidada a Carta Magna brasileira conhecida como a Constituição Cidadã. No folhetim, uma trama recheada de críticas políticas e sociais saíam da boca dos personagens e iam direto para as ruas. Na abertura, a música Brasil, de Cazuza e eternizada na voz de Gal Costa, ecoava em todos os lugares.