Quarenta anos após ser descoberto por Beth Carvalho em uma roda de samba do Cacique de Ramos, Zeca Pagodinho continua o mesmo: direto, bem-humorado e distante dos holofotes. “Tá tudo beleza. Tá maneiro. A gente tá ligado com alegria, com amigas, com sucesso”, disse, em entrevista ao POPULAR sobre a turnê que desembarca em Goiânia. Neste sábado (30), às 21 horas, o Goiânia Arena receberá o show de um dos sambistas mais renomados do Brasil.

O repertório promete ser uma viagem pela memória afetiva de muitos fãs do cantor. Estarão lá clássicos como Deixa a Vida Me Levar, Verdade, Coração em Desalinho, Camarão que Dorme a Onda Leva, Vai Vadiar, Faixa Amarela, entre outros sucessos que saíram das rodas de samba para grandes arenas. A expectativa do público é alta.

Nos últimos anos, houve crescimento da cena do samba e pagode em Goiás, Estado conhecido pela música sertaneja. O fenômeno não chega a surpreender Zeca, que conta já ter ouvido falar do movimento. “O samba é o Brasil. Apesar de ser tão forte no Rio, ele é popular em todo canto. É muito grande. É o trabalho do povo”, afirmou. Para ele, não existe território onde o gênero não encontre espaço, e essa simplicidade mantém a proximidade com quem o ouve.

A simplicidade é, aliás, seu traço mais marcante. Mesmo fazendo shows para milhares de pessoas, Zeca segue como quem poderia estar batendo papo com vizinhos em Xerém, distrito da Baixada Fluminense, onde mora. “Já vim assim, só sei viver dessa maneira e espero ir até o fim da vida”, disse. Amigos na música não faltam; ele cita a ligação, em Goiás, com Leonardo: “É meu irmão, maravilhoso. Tenho muitos amigos aí”.

Xerém é capítulo central na história de Zeca. O sítio, que já recebeu Maria Bethânia, Neguinho da Beija-Flor e Benito di Paula, ganhou recentemente repercussão com uma foto de Zeca e Ney Matogrosso em um quadriciclo, mostrando a descontração e a proximidade entre os artistas. Além do valor pessoal, Zeca transformou a comunidade local: fundou um instituto que oferece aulas gratuitas de música, cinema e outras atividades para jovens. Recentemente, também cedeu parte de um de seus terrenos para a construção de uma horta comunitária.

A vida simples só é interrompida pelos shows, inclusive fora do Brasil. Em junho, o sambista se apresentou na Expo Mundial de Osaka, no Japão, e ainda neste ano passará por Angola e Portugal. Sobre cantar fora do Brasil, Zeca é direto: “A gente vai cantar pra brasileiro. Ninguém sabe nem quem é a gente lá fora. Mas vira aquela festa”, brinca.

A atual turnê, que estreou no Engenhão em 4 de fevereiro de 2024, data que marcou também o aniversário de 65 anos de Zeca Pagodinho, já foi registrada em DVD e vinil duplo. O repertório revisita momentos marcantes da carreira, com músicas como Coração em Desalinho, Lama nas Ruas e Seu Balancê, além de clássicos de roda sempre reinventados. Artistas como Alcione, Seu Jorge, Jorge Aragão, Xande de Pilares e Diogo Nogueira participaram do projeto.

Da feira ao Grammy

De feirante a ícone do samba, Zeca Pagodinho construiu uma trajetória que o levou das rodas de samba de Irajá e do Cacique de Ramos aos palcos do mundo, acumulando quatro Grammys Latinos e mais de duas dezenas de discos lançados. Descoberto em 1983 com Camarão Que Dorme a Onda Leva, seu primeiro álbum, de 1986, vendeu um milhão de cópias e inaugurou uma obra que se tornaria referência do samba nas últimas quatro décadas.

Mesmo com tamanho reconhecimento, Zeca, que já gravou 25 álbuns de carreira e tem mais de 12 milhões de cópias vendidas, mantém a simplicidade que o fez cronista das ruas, autor de versos que narram o cotidiano com humor e leveza. “Só Deus para explicar”, costuma dizer sobre o segredo de seu êxito. É o artista do “deixa a vida me levar” que vem a Goiânia celebrar com seus fãs os 40 anos de música.

 
Serviço:

Show: Zeca Pagodinho — Turnê 40 Anos 
Local: Goiânia Arena. Avenida Fued José Sebba (via acesso Serra Dourada), Jardim Goiás 
Data: Sábado, 30, às 21 horas. 
Ingressos: A partir de R$ 80 disponíveis em icones.com.br 
Informações: @oceaniaeventos e @aglobalmusic

Zeca Pagodinho chega a Goiânia neste sábado para celebrar 40 anos de carreira

Magazine

Magazine - título

Assine - Offers Target - 2

Matéria - Magazine

Rei de Xerém

Há mais 30 anos encantando o público com o som clássico e pop da Família Lima, Lucas Lima agora assume o papel de apresentador. Na nova temporada do Estrela da Casa, que estreou nesta semana, o cantor, músico e multi-instrumentista está à frente do Palco Estrela da Casa, programa inédito do GShow – e também exibido no Globoplay –, que entra ao vivo às quintas após a exibição do Festival, quando é revelado o eliminado da semana. Esse novo formato une as tradicionais conversas com os talentos que deixam a competição, além dos bastidores em tempo real das apresentações musicais. Direto do palco do Estrela da Casa, Lucas vai acompanhar as primeiras reações dos eliminados, além de bater um papo com o júri convidado e, ainda, dar uma espiadinha na movimentação no backstage. “É complexo levar esse momento tão vulnerável das pessoas, conduzir com carinho e gentileza, mas também com informação para quem está assistindo e quer saber um pouquinho mais... Na real, eu venho me preparando para isso desde os meus 6 anos de idade. Eu trabalho com música e com entretenimento a vida inteira, então o preparo já vem daí. Agora é focar em ter esse tato e levar o máximo de informação para as pessoas”, avalia Lucas. Nascido em Porto Alegre (RS), Lucas começou a relação com a música durante a infância. Aos 2 anos, passou a ter lições na escola de música criada pelo pai. Desde 1994, integra a Família Lima ao lado de seus irmãos, Moisés e Amon-Rá, além do primo, Allen.

&nbsp;

O que o Palco Estrela da Casa vai trazer de diferente para o público?

Esse momento que teremos a conversa é muito delicado para o participante por se tratar, justamente, de quando acabou o jogo para ele ou ela. Então, acho que a ideia é trazer um pouco mais da personalidade dos competidores. As pessoas ficam vulneráveis, mas também muito sinceras, sem muitas defesas.

&nbsp;

Você é uma figura conhecida e tem uma carreira consolidada na música. Como as suas habilidades como cantor, compositor e multi-instrumentista vão ajudar na conversa com os talentos do Estrela da Casa?

Tem uma coisa que é muito legal de quem é músico: esse é o principal ou um dos principais elementos os quais nos definem como pessoa. Eu já tive a experiência de conversar com músicos em tudo que é lugar do mundo, desde pequenos até megaestrelas mundiais, e quando tu fala “eu também sou músico”, muda completamente a conversa. Então eu acho que pra eles, o fato de estarem conversando com alguém que sabe o que passaram, que conhece o dia a dia, as horas de estudo e o quanto a música é importante em suas vidas, tende a provocar uma conexão imediata. Fora que eu posso entrar em assuntos que talvez algum não músico não entraria. Não necessariamente mais técnicos, mas que tenha mais a ver com a vivência em si.

&nbsp;

Se você estivesse concorrendo ao prêmio do Estrela da Casa, qual seria o seu ponto forte? E o maior desafio?

Como eu trabalho com música desde os 6 anos e atuo em muitas frentes, acho que a competição musical em si seria o meu principal ponto forte. Além de 31 anos de palco, sou formado na faculdade de composição, sou arranjador, escrevo para orquestra, produzo, sou regente, já fiz trilha para teatro, TV, cinema... Por mais que não necessariamente tu vá aplicar essas frentes, elas fazem parte do teu repertório quando está no palco. Então, acho que essa quilometragem seria a minha grande vantagem. Já o maior desafio, acredito que seria o próprio convívio. Por mais que sejam todos músicos, cada um tem uma história de vida, um tipo de personalidade e eu tenho dificuldade com personalidades mais agressivas.

Lucas Lima comanda programa inédito com papo com os eliminados do reality

Estrela da Casa

A música é uma forma de celebrar a amizade e promover encontros especiais, comenta Marcelo Falcão. Em carreira solo e prestes a lançar o segundo álbum da nova fase, ele é a atração desta terça-feira (26) do projeto Flamboyant in Concert e tem um convidado mais que especial para dividir os vocais em Goiânia: seu amigo de longa data, Tato, do grupo de forró Falamansa. “Alô, turma do pequi! Tô chegando”, anuncia Falcão.

Depois de mais de 25 anos como vocalista do grupo O Rappa, Falcão segue em trajetória solo após o anúncio da pausa das atividades da banda, em 2018. Apesar de parecer uma mistura inusitada, ele conta ao POPULAR que a amizade com Tato é antiga e que o convite tem tudo a ver com sua sonoridade. “A gente se conheceu há 30 anos em Fernando de Noronha, em uma festa que ele estava fazendo. Pedi o violão dele emprestado e passei três horas tocando, quase que não devolvo (risos)”, lembra.

No ano passado, Falcão participou da gravação do DVD do Falamansa, gravado em Belo Horizonte (MG). Da união dos músicos saiu uma versão de Oh Chuva, um dos grandes hits do grupo de forró. “Tenho profunda admiração pelo xote, forró e pelo reggae. São ritmos irmãos, são gêneros que conversam entre eles”, comenta. “Eu estou sempre aberto para essas misturas e vamos conseguir proporcionar para o público de Goiânia uma coisa maravilhosa com esse show.”

A afinidade entre ele e seu convidado da noite é o que torna a parceria especial e a fusão de ritmos um sucesso, diz o cantor. “Minha amizade com o Tato se fortaleceu justamente porque os dois têm a cabeça bem elástica e conseguem olhar um para o estilo musical do outro e se encontrar ali. É uma celebração da nossa cultura musical da melhor forma possível”, ressalta o ex-vocalista do Rappa.

Explorar novos ritmos também já fazia parte da trajetória de Falcão, que participou de projetos bem distintos ao longo de sua carreira. “Já fiz de tudo, porque eu amo música. Participei de enredo de escola de samba com a Alcione aqui no Rio de Janeiro, já fiz parcerias no reggae, no forró”, conta. Para o repertório da noite, o público goiano pode esperar sucessos da voz de Falcão com o Rappa e músicas de seu projeto solo, além de hits do Falamansa durante a participação de Tato.

O artista está prestes a lançar seu segundo trabalho solo nos próximos meses, com composições e participações especiais que reforçam sua conexão com as novas gerações e celebram sua pluralidade sonora. O disco conta com participações de grandes nomes da cena urbana atual, como L7nnon, Cynthia Luz, Tales de Polli (vocalista da banda Maneva), Major RD e Orochi.

SERVIÇO 
Evento: Flamboyant In Concert apresenta: Marcelo Falcão convida Tato do Falamansa 
Data: terça-feira, 26 de agosto&nbsp; 
Horário: 19h30 
Local: Deck Parking Sul – piso 1, Flamboyant Shopping 
Acesso: troca de ingressos de notas fiscais 
Local do posto de trocas: piso 1 (próximo à C&amp;A) 
Informações: 3546-2016 ou www.flamboyant.com.br

&nbsp;

Relação com Goiás

Marcelo Falcão está voltando a Goiânia após três meses desde sua última apresentação. “Tenho uma relação maravilhosa com Goiás. Acho que é um público bacana, inteligente, diverso, de cabeça boa e que ama música”, comenta. “Vivi muitos momentos maravilhosos com O Rappa por aí e tenho vivido momentos tão bons quanto em carreira solo. Acho que é um abraço de pessoas que se gostam muito, eu e o público de Goiás, e fico muito feliz de poder estar voltando com a turnê com o mais alto astral possível”, diz.

Desde que o grupo teve sucesso estrondoso, nos anos 1990, até o momento atual de sua carreira, a capital sempre esteve na rota de shows pelo público fiel. “Isso me dá uma felicidade muito grande. Você ser do Rio de Janeiro e conquistar o Brasil todo com a sua sonoridade, cada lugar com a sua particularidade e entendendo o que você canta”, comenta.

Conhecido pela presença de palco e voz potente, Falcão canta sobre questões sociais e pessoais que se tornaram hinos urbanos. “É uma energia boa para conseguir se desconectar do mundo que nos oprime, que nos faz pensar todos os dias como é difícil viver num país que era pra ter tudo do melhor. E a música tem muito disso, de nos confortar, de chegar a lugares dentro do seu imaginário que outras ferramentas são mais difíceis de acessar”.

Para o show em Goiânia, o repertório inclui sucessos da trajetória solo de Falcão, como Céu Aberto e Vitória, do álbum Viver (Mais Leve Que o Ar), lançado em 2019. Canções emblemáticas d’O Rappa também devem integrar o show, como Pescador de Ilusões, Minha Alma (A Paz Que Eu Não Quero) e Anjos (Pra Quem Tem Fé).&nbsp;

&nbsp;

Marcelo Falcão convida Tato, do Falamansa, para show em Goiânia

Mistura afinada

A morte de Preta Gil completa um mês nesta quarta-feira (20), e Gilberto Gil, 83, fez uma publicação a respeito.

<cite>Um mês de saudade", escreveu Gilberto Gil.</cite>

Em entrevista recente ao Fantástico, o músico falou sobre o agressivo câncer de intestino que Preta enfrentou por quase três anos, incluindo ida aos Estados Unidos para tratamento nos últimos meses. "Essa luta dela pela vida nos comovia e nos chamava à responsabilidade. O câncer é uma doença dura, pesada. Ela foi para lá para lutar, e isso também nos pertencia".

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/magazine/gilberto-gil-homenageia-preta-gil-na-data-que-ela-faria-51-anos-1.3297957" target="_self">Gilberto Gil homenageia Preta Gil na data que ela faria 51 anos</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/preta-gil-quebrou-tabus-e-inspirou-muitos-a-enfrentar-o-cancer-com-mais-informac-o-1.3292252" target="_self">Preta Gil quebrou tabus e inspirou muitos a enfrentar o câncer com mais informação</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/preta-gil-morre-aos-50-anos-1.3290401" target="_self">Preta Gil morre aos 50 anos</a></div>

Estamos naturalmente tristes, tendo que nos acostumar com a perda, a falta. Preta era muito cheia de vida e intensa no sentido afetivo. Ao mesmo tempo, já vinha com uma luta prolongada nos últimos quase três anos. Essas pessoas, quando se vão, deixam um vácuo muito grande.

Preta Gil morreu aos 50 anos, em 20 de julho, nos Estados Unidos, em decorrência de complicações do câncer. Artista foi velada em cerimônia aberta para milhares de fãs no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

'Um mês de saudade', diz Gilberto Gil sobre morte de Preta

Lembranças

Donos de sucessos como Ilusão de Ótica, Cronômetro e Quarta Cadeira, a dupla de irmãos Matheus e Kauan comanda a agenda deste sábado (16) do Centro Cultural Oscar Niemeyer (CCON). Com mais de três horas de show, o projeto Praiou apresenta os maiores sucessos da carreira dos irmãos, além de faixas do novo repertório e de músicas que marcaram a trajetória da dupla, mas que raramente aparecem nos shows tradicionais. Na estrada desde 2010, músicos viram a carreira deslanchar em 2015, com a canção Que Sorte a Nossa. No repertório do show, não vão faltar hits como Ao Vivo e a Cores, Te Assumi Pro Brasil, Nessas Horas, Decide Aí e Pactos. Recentemente os artistas lançaram nas plataformas digitais a música A Nossa Praia em parceria com o MC Tuto. Nascidos em Itapuranga, Matheus e Kauan cresceram cercados pela música e desde cedo demonstraram o talento que os levaria ao topo das paradas nacionais. Ao longo de mais de 10 anos de carreira, a dupla se consolidou como uma das mais promissoras no cenário sertanejo, colecionando milhões de reproduções nas plataformas digitais e sucessos que embalam gerações.ServiçoEvento: Praiou com Matheus e KauanData: neste sábado (16), a partir das 15 horasLocal: Centro Cultural Oscar Niemeyer, GO 020, saída para Bela Vista Ingressos: a partir de R$ 150; há opção de meia solidária com 1 kg de alimento e lounges para grupos com serviço exclusivoInformações: baladapp.com.br