Plano de paz na Faixa de Gaza, assinado nesta segunda-feira (13) no Egito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com líderes árabes, europeus e palestinos, e sem a presença do premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, “é estruturalmente frágil por concentrar-se na gestão imediata da crise humanitária e na segurança, deixando em suspenso as questões políticas centrais (retiro completo das tropas, desmilitarização verificada, governança legítima em Gaza e o fim do bloqueio)”. É o que avalia Nicola Melis, professor do Departamento de Ciências Políticas e Sociais da Universidade de Cagliari e membro da Sociedade Italiana de Estudos do Oriente Médio. “Sem mecanismos claros e credíveis de verificação, supervisão internacional independente e garantias para a população civil, o acordo corre o risco de ser uma pausa temporária, não uma solução duradoura”, alerta Melis. Ele reconhece que o plano representa um avanço prático porque estabelece uma primeira fase de cessar-fogo, troca de prisioneiros e abertura de corredores humanitários “que Gaza desesperadamente necessita”.