Em escalada dramática da guerra no Oriente Médio, Israel bombardeou o Irã nesta quinta-feira (12) depois que negociações nucleares entre Teerã e os Estados Unidos de Donald Trump estagnaram. Tel Aviv atacou a infraestrutura nuclear do país persa e mirou seus altos comandantes militares —a televisão estatal iraniana confirmou a morte de pelo menos um: o chefe da Guarda Revolucionária Islâmica, Hossein Salami.

<a href="https://opopular.com.br/canal" style="color: rgb(0, 136, 204); font-size: 12px; text-decoration-line: none; outline: 0px; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a>

Israel já havia dito que não permitiria que o país persa, seu inimigo histórico, adquirisse uma bomba atômica, algo que o regime iraniano parece próximo de ser capaz de fazer. De acordo com os militares israelenses, dezenas de alvos foram atacados no Irã, e a operação poderia durar muito tempo. A mídia iraniana relatou que pelo menos dois importantes cientistas nucleares foram mortos: Fereydoun Abbasi-Davani e Mohammad Mehdi Tehranchi.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/vice-prefeita-de-goiania-precisa-se-abrigar-em-bunker-durante-ataques-entre-israel-e-ir-1.3276536" target="_self">Vice-prefeita de Goiânia precisa se abrigar em bunker durante ataques entre Israel e Irã</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/vice-prefeita-vai-a-israel-para-evento-de-seguranca-1.3274642" target="_self">Vice-prefeita vai a Israel para evento de segurança</a> 
<a href="https://opopular.com.br/mundo/avi-o-com-242-pessoas-a-bordo-cai-em-area-residencial-da-india-video-1.3276053" target="_self">Avião com 242 pessoas a bordo cai em área residencial da Índia; vídeo</a></div>

Explosões foram ouvidas em Teerã na noite de quinta, madrugada de sexta (13) no Oriente Médio, de acordo com a agência de notícias estatal iraniana Nour. A televisão estatal do país disse que as defesas aéreas do Irã estavam em alerta máximo, e que áreas residenciais foram atingidas.

Incêndios foram relatados na capital, e uma autoridade iraniana disse que o bairro de Shahrak Shahid Mahalati, onde vivem altos comandantes militares, foi atacado —três prédios residenciais teriam sido destruídos na região. Mais tarde, a mídia do país disse que crianças estavam entre os mortos.

Entre os alvos está a instalação nuclear de Natanz, um dos centros mais importantes de enriquecimento de urânio do país. Ainda não se sabe quanto dano foi causado ao local —relatos apontam que a centrífuga de urânio da instalação fica a mais de 40 metros debaixo da terra para protegê-la de ataque aéreo.

"Este é um momento decisivo na história de Israel", disse o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu em pronunciamento. "Momentos atrás, lançamos a operação 'Leão em Ascensão', que tem o objetivo de combater a ameaça iraniana à sobrevivência de Israel. Nossos pilotos estão atacando uma série de alvos, e essa ação vai durar por quantos dias for necessário", disse o premiê, que convocou milhares de reservistas.

"Essa operação vai prejudicar a infraestrutura nuclear do Irã e suas capacidades militares", continuou Netanyahu. "Atacamos o coração do programa de enriquecimento de urânio [de Teerã]", afirmou, acrescentando que a ofensiva também teve como alvo cientistas que trabalham no programa nuclear do país persa. "Nossa luta não é contra o povo iraniano, e sim contra a ditadura do Irã."

As Forças Armadas de Israel disseram ainda que o Irã possui material físsil em quantidade suficiente para produzir 15 bombas atômicas "em questão de dias".

Minutos após o início dos ataques, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou que as forças americanas não participaram da ofensiva. Ao mesmo tempo, em tom de ameaça ao regime iraniano, disse que a prioridade do país é proteger os "interesses e pessoal" de Washington na região.

"Esta noite, Israel tomou medidas unilaterais contra o Irã. Não estamos envolvidos em ataques contra o Irã e nossa principal prioridade é proteger as forças americanas na região", escreveu ele em comunicado. "Deixem-me ser claro: o Irã não deve atacar interesses ou pessoal americano."

De acordo com a imprensa americana, os Estados Unidos já haviam dito a Israel que não participariam diretamente de um ataque contra o programa nuclear do Irã. Mesmo assim, Israel aposta na proteção de Washington quando houver retaliação da república islâmica, e Trump convocou uma reunião de emergência de seu gabinete para acompanhar os desdobramentos da ação.

O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, declarou emergência nacional em todo o território do Estado judeu, dizendo que ataques com mísseis e drones vindos do Irã "são esperados" no futuro próximo. Durante a emergência, escolas, universidades e a maior parte dos escritórios ficam fechados, enquanto reuniões públicas são proibidas. O espaço aéreo de Israel também foi fechado.

Autoridades de Israel disseram à emissora Canal 13 que as forças do país estão se preparando para "dias de batalha" contra o Irã.

O contexto do ataque é a tentativa de Israel de adiar ou impedir o desenvolvimento de uma arma nuclear pelo Irã, cenário considerado inaceitável por Tel Aviv. Israel já conduziu outros ataques contra a infraestrutura nuclear iraniana no passado, e seu serviço de espionagem assassinou cientistas iranianos e realizou ataques cibernéticos contra centrífugas de urânio.

O Irã, por sua vez, financia grupos armados que se opõem a Israel no Líbano, como a milícia xiita Hezbollah, e na Faixa de Gaza, como a facção terrorista Hamas —contra o qual Tel Aviv luta uma guerra na Faixa de Gaza há quase 20 meses que já matou mais de 50 mil palestinos.

O último ataque de Israel ao Irã havia ocorrido em outubro passado, quando Tel Aviv retaliou ofensiva executada por Teerã com cerca de 200 mísseis como parte de vingança pela morte de Hassan Nasrallah, então líder do Hezbollah.

Na ocasião, Netanyahu prometeu ao governo do então presidente dos EUA, Joe Biden, que não iria atacar alvos ultrassensíveis do Irã, como instalações nucleares ou infraestrutura petrolífera, mas sim bases militares. Teerã falou em danos limitados.

Diante do aumento da tensão devido ao impasse nas negociações relacionadas ao programa nuclear iraniano nos últimos dias, o governo dos EUA anunciou na véspera ao ataque israelense a diminuição da presença diplomática em países do Oriente Médio, incluindo no Iraque, Bahrein e no Kuwait.

Nesta quinta, o presidente Donald Trump afirmou que um ataque de Israel contra o Irã poderia "muito bem acontecer". Apesar da retórica beligerante, o republicano reiterou o desejo de alcançar uma solução diplomática para o impasse. Em sua rede Truth Social, escreveu que seu governo está empenhado em negociar com o Irã e que o país persa poderia ser "uma grande nação", desde que abandone totalmente a ambição de obter armas nucleares.

O atual presidente tem se mostrado frustrado com a falta de avanços nas negociações. Um novo encontro entre representantes de Washington e de Teerã estava previsto para o próximo domingo (8), no Omã, com mediação do governo local, com o objetivo de discutir o programa de enriquecimento de urânio iraniano.

Nesta quinta, em outro sinal de que as conversas entre os EUA e o Irã haviam deteriorado, o conselho diretivo da agência nuclear da ONU declarou pela primeira vez em quase 20 anos que Teerã violou suas obrigações de não proliferação. O desdobramento aumenta a perspectiva de que o país seja denunciado ao Conselho de Segurança.

A medida ocorre após vários impasses entre a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), sediada em Viena, e o Irã desde que Trump retirou os EUA de um acordo nuclear entre Teerã e as principais potências nucleares em 2018, durante seu primeiro mandato. Um funcionário da AIEA disse que o Irã respondeu informando à agência que planeja abrir uma terceira usina de enriquecimento de urânio.

O funcionário da AIEA disse que Teerã não forneceu mais detalhes sobre os novos locais de enriquecimento planejados, incluindo sua localização, o que permitiria o monitoramento pelos inspetores nucleares da ONU.

O enriquecimento pode ser usado para produzir urânio para combustível de reatores de energia ou, em níveis mais altos de refinamento, para bombas atômicas. O Irã diz que seu programa de energia nuclear é apenas para fins pacíficos —entretanto, um alto funcionário iraniano disse à Reuters que o aumento das tensões no Oriente Médio serviu para "influenciar Teerã a mudar sua posição sobre seus direitos nucleares".

Após a decisão da entidade ligada às Nações Unidas, o Ministério das Relações Exteriores de Israel disse que as ações de Teerã minam o Tratado de Não Proliferação global e representam uma ameaça iminente à segurança e estabilidade regional e internacional.

O Irã é signatário do TNP (Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares). Israel não faz parte do tratado e, como amplamente citado entre especialistas do tema, acredita-se que possua o único arsenal nuclear do Oriente Médio, embora não admita isso oficialmente.

Israel bombardeia Irã, mira instalações nucleares e mata chefe da Guarda Revolucionária

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ATAQUE

Web - Vice-prefeita de Goiânia se abriga em bunker

A vice-prefeita de Goiânia, Cláudia Lira (Avante), que está em Israel para participar de programa de capacitação internacional sobre segurança, disse ao POPULAR que precisou se abrigar no bunker durante a madrugada. A vice-prefeita precisou se abrigar em um bunker na cidade de Kfar Saba, após ataques entre Irã e Israel, na madrugada deste domingo (15).&nbsp;

<cite>Ficamos no abrigo de madrugada e essa é a orientação de segurança (das autoridades), pois as mortes e os feridos em Israel eram pessoas que estavam fora dos abrigos”, contou Cláudia Lira.</cite>&nbsp;

Acompanhe a cobertura da CBN Goiânia sobre o assunto:&nbsp;<a href="https://cbngoiania.com.br/cbn-goiania/vice-prefeita-claudia-lira-atualiza-situac-o-em-israel-1.3276994" target="_blank">Vice-prefeita Cláudia Lira atualiza situação em Israel</a>

De acordo com a vice-prefeita de Goiânia, a embaixada do Brasil em Israel tem mantido contato com ela e as demais autoridades brasileiras que estão&nbsp;nas dependências da Universidade Beit Bert. A instituição está localizada na cidade de Kfar Saba, que fica a cerca de 20 km da capital de Israel, Tel Aviv.&nbsp;

A vice-prefeita está como convidada de Israel para o evento promovido pela agência israelense de cooperação internacional Mashav juntamente com outras autoridades de diversos estados brasileiros e de outros países. Conforme as agendas divulgadas, Cláudia Lira viajou para Israel na segunda-feira (9) e retornaria em 21 de junho.&nbsp;

Além dela, <a href="https://opopular.com.br/mundo/3-autoridades-de-goias-falam-de-bunkers-e-volta-indefinida-1.3276951" target="_self">outras autoridades goianas estão em missão oficial no país,</a> na capital Tel Aviv. Trata-se dos secretários de Estado da Saúde, Rasível Santos, e de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Pedro Leonardo Rezende.&nbsp;

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O Ministério das Relações Exteriores emitiu, na tarde deste sábado (14), uma nota sobre as autoridades brasileiras em Israel dizendo que o governo brasileiro tem conhecimento da presença de duas comitivas de autoridades estaduais e municipais no país e que a embaixada do Brasil em Tel Aviv está em contato com as delegações brasileiras (leia a nota na íntegra ao final do texto).&nbsp;

Já a Secretaria de Relações Institucionais emitiu, no começo da noite de sábado (14), uma nota informando que a ministra Gleisi Hoffmann conversou por telefone com os prefeitos Álvaro Damião, de Belo Horizonte, e Cícero Lucena, de João Pessoa, que se encontram Israel com um grupo de autoridades municipais, dentre as quais a vice-prefeira de Goiânia. Além disso, um novo contato será feito neste domingo (15) pela manhã entre a delegação, autoridades brasileiras e israelenses, para atualizar a situação e avaliar as alternativas para o retorno seguro do grupo ao Brasil (leia a nota na íntegra ao final do texto).&nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/vice-prefeita-de-goiania-que-esta-em-israel-diz-que-pode-fazer-rota-por-paises-vizinhos-para-voltar-ao-brasil-1.3277021" target="_self">Vice-prefeita de Goiânia que está em Israel diz que pode fazer rota por países vizinhos para voltar ao Brasil</a> 
<a href="https://opopular.com.br/mundo/3-autoridades-de-goias-falam-de-bunkers-e-volta-indefinida-1.3276951" target="_self">3 autoridades de Goiás falam de bunkers e volta indefinida</a> 
<a href="https://opopular.com.br/mundo/israel-bombardeia-ir-mira-instalac-es-nucleares-e-mata-chefe-da-guarda-revolucionaria-1.3276504" target="_self">Israel bombardeia Irã, mira instalações nucleares e mata chefe da Guarda Revolucionária</a></div>

<h2>Conflito Israel e Irã&nbsp;</h2>

O novo conflito armamentista entre Israel e Irã começou na noite de quinta-feira (12) - horário local. E assim reacende o risco de uma nova guerra no Oriente Médio. De acordo com <a href="https://opopular.com.br/mundo/israel-bombardeia-ir-mira-instalac-es-nucleares-e-mata-chefe-da-guarda-revolucionaria-1.3276504" target="_self">a&nbsp;agência da Folha,</a> a ofensiva israelense atingiu diversos pontos estratégicos em Teerã, capital do país persa, o que inclui residências de comandantes militares, duas bases militares e um centro de desenvolvimento de mísseis localizado nos arredores da capital. Outros alvos em diferentes regiões do país também foram atacados.

Conforme a mídia estatal iraniana, figuras importantes das Forças Armadas do país morreram durante o ataque. Dentre os quais: Amir Ali Hajizadeh, comandante da aeronáutica e responsável pela defesa aérea do Irã, além de Mohammad Bagheri, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas. Esse considerado o número dois na hierarquia militar iraniana, atrás apenas do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei. O vice de Bagheri também teria sido morto na ofensiva.

Depois da operação, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, fez um pronunciamento e afirmou que os ataques têm como intuito neutralizar as instalações nucleares, centros de desenvolvimento de mísseis e eliminar cientistas envolvidos no suposto programa atômico iraniano.&nbsp;

Netanyahu acrescentou que o Irã já possui urânio enriquecido suficiente para produzir até nove bombas nucleares nos próximos meses, o que colocaria em risco a existência do Estado de Israel. Ele garantiu que a ofensiva continuará pelo tempo que for necessário.

Como resposta à operação israelense, o Irã informou que lançou cerca de 100 mísseis contra o território israelense. No entanto, de acordo com o governo de Israel, a maior parte dos projéteis foi interceptada pelos sistemas de defesa aérea e evitou danos maiores.

&nbsp;

Nota Ministério das Relações Exteriores&nbsp;

“O governo brasileiro tomou conhecimento da presença de duas comitivas de autoridades estaduais e municipais do País em Israel, a convite do governo local, no momento do início das hostilidades em curso, com o ataque israelense ao Irã, na noite de quinta-feira, 12/6. A operação do aeroporto Internacional de Tel Aviv foi temporariamente suspensa desde então como uma das consequências da crise.&nbsp;

A embaixada do Brasil em Tel Aviv está em contato com as delegações brasileiras e o Ministério das Relações Exteriores fez gestão junto ao Ministério de Relações Exteriores de Israel para que ambos os grupos tenham garantias de segurança e possam retornar ao Brasil assim que as condições naquele país permitirem. O secretário de África e Oriente Médio manteve contato telefônico com seu homólogo da chancelaria israelense, ocasião em que pediu tratamento prioritário à saída em segurança das delegações brasileiras. Até o momento, autoridades israelenses têm aconselhado as comitivas estrangeiras a permanecerem no país, até que as condições permitam qualquer deslocamento desses grupos por via aérea ou terrestre.&nbsp;

O Ministro das Relações Exteriores manteve contato hoje com seu homólogo da Jordânia, com o objetivo de abrir uma alternativa de evacuação por aquele país, quando as condições de segurança em Israel permitam um deslocamento por terra até a fronteira.”&nbsp;

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Nota Secretaria de Relações Institucionais&nbsp;

“A ministra Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais, conversou por telefone na tarde deste sábado com os prefeitos Álvaro Damião, de Belo Horizonte, e Cícero Lucena, de João Pessoa, que se encontram Israel com um grupo de autoridades municipais de diversas cidades brasileiras, em meio ao estado de alerta com fechamento do espaço aéreo naquele país.&nbsp;

A ministra transmitiu ao prefeito Damião, que coordena o grupo de brasileiros no local, as tratativas, desde ontem, do Ministério das Relações Exteriores do Brasil com autoridades de Israel para providenciar o retorno em segurança da delegação e de um grupo de representantes do Consórcio Brasil Central, que também se encontram em território israelense.&nbsp;

Novo contato será feito neste domingo pela manhã entre a delegação, autoridades brasileiras e israelenses, para atualizar a situação e avaliar as alternativas para o retorno seguro do grupo ao nosso país.”&nbsp;

<div attr-cid="policy:1.3276617" attr-version="policy:1.3276617:1749823815" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3276617" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3276617', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3276617">Web - Vice-prefeita de Goiânia se abriga em bunker (1.3276617)</a></div>

Vice-prefeita volta a se abrigar em bunker após novos ataques entre Israel e Irã

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CONFLITO NO ORIENTE MÉDIO

A guerra aérea entre Israel e o Irã prosseguiu com violência neste sábado (14), com nova troca de ataque entre os rivais. "O que eles sentiram até aqui não é nada comparado com o que eles receberão nos próximos dias", disse o premiê do Estado judeu, Binyamin Netanyahu.

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Antes, a retórica já estava inflamada. "Teerã vai queimar", ameaçou o ministro da Defesa do Estado judeu, Israel Katz, após uma ação na capital adversária ter matado 60 pessoas segundo o governo local.

O regime também confirmou neste sábado a morte de Ali Shamkhani, chefe de gabinete e principal conselheiro do aiatolá e líder supremo, Ali Khamenei. Ele estava internado após ter sido um dos alvos da primeira leva de bombas de Israel, na madrugada de sexta (13).

Houve forte bombardeio à capital iraniana mirando suas defesas aéreas, e um complexo habitacional foi atingido. Explosões atingiram bases militares em todo o país e dois relatos que podem adicionar uma nova dimensão ao conflito: um incêndio em uma refinaria em Tabriz (norte) e explosões num centro de extração de gás natual em Bushehr (sul).

Israel também afirmou ter finalizado a destruição dos sistemas de defesa entre o oeste do Irã e Teerã, abrindo um corredor seguro para suas aeronaves atacarem toda a região.

Do lado iraniano, a retaliação contra a ação iniciada por Israel durou a noite toda. Ao todos, já foram ao menos cinco barragens de mísseis balísticos —as duas primeiras e maiores envolveram cerca de cem armamentos, enquanto as restantes empregaram talvez mais 150, embora o número não esteja claro. Também foram lançados dezenas de drones.

Houve três mortes e ao menos 80 feridos. "Passei a noite no abrigo do prédio, as sirenes não paravam", disse por mensagem Rafi Kummer, um analista de TI de Tel Aviv que na véspera parecia descrente de uma reação tão forte. "Pensei que tínhamos anulado eles no primeiro ataque, mas guerra é isso."

"Se [o líder supremo iraniano, Ali] Khamenei continuar a disparar mísseis na frente doméstica em Israel, Teerã vai queimar", disse em nota o ministro Katz, que faz parte da linha-dura do governo Netanyahu.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/vice-prefeita-de-goiania-precisa-se-abrigar-em-bunker-durante-ataques-entre-israel-e-ir-1.3276536" target="_blank">Vice-prefeita de Goiânia precisa se abrigar em bunker durante ataques entre Israel e Irã</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/vice-prefeita-de-goiania-que-esta-em-israel-diz-que-pode-fazer-rota-por-paises-vizinhos-para-voltar-ao-brasil-1.3277021" target="_blank">Vice-prefeita de Goiânia que está em Israel diz que pode fazer rota por países vizinhos para voltar ao Brasil</a> 
<a href="https://opopular.com.br/mundo/3-autoridades-de-goias-falam-de-bunkers-e-volta-indefinida-1.3276951" target="_blank">3 autoridades de Goiás falam de bunkers e volta indefinida</a></div>

Na mão inversa, o governo iraniano prometeu atacar quaisquer potências externas que impeçam sua retaliação, nominalmente os Estados Unidos, o Reino Unido e a França, que por ora apoiam Tel Aviv sem entrar na briga. Há relatos de que americanos auxiliaram a derrubar drones iranianos no mar Vermelho, sem confirmação oficial.

Dois membros da Guarda Revolucionária, principal unidade militar do país, morreram no bombardeio contra uma base no centro do país, de acordo com a agência de notícias Tasnim.

A crise começou na madrugada da sexta (13), quando Tel Aviv lançou um mega-ataque aéreo a 150 alvos no Irã, visando desabilitar o programa nuclear do país, para evitar que os aiatolás desenvolvam a bomba atômica.

Segundo as Forças de Defesa de Israel, duas centrais nucleares principais, em Natanz e Isfahan, foram bastante afetadas e levarão semanas para voltar a operar. Nove cientistas do programa atômico rival foram mortos em ataques de precisão.

Os militares negaram ter agido contra a central de Fordow, como havia dito a mídia estatal iraniana, mas a essa altura a guerra de desinformação mútua já segue a todo vapor.

A noite de terror nos dois países não parece ter data para acabar. Israel modificou sua diretriz de prioridades da guerra que trava contra os rivais regionais desde que o grupo terrorista Hamas, apoiado por Teerã, atacou o país em 7 de outubro de 2023.

O Irã foi adicionado como prioridade do conflito, que tem como frentes a Faixa de Gaza (contra o Hamas e outros grupos), a Cisjordânia (grupos palestinos), o sul do Líbano (Hezbollah, principal preposto do Irã) e o Iêmen (houthis, também apoiados por Teerã).

Desde a fundação da República Islâmica, em 1979, o Irã é adversário existencial de Israel, comprometido a obliterar o Estado judeu. Nunca teve condições militares para isso, contudo, e estabeleceu uma rede de aliados regionais, como o Hamas e, principalmente, o Hezbollah.

O programa nuclear de Teerã sempre foi a carta na manga dos aiatolás para forçar negociações contra as sanções que atingem o país há décadas. Em 2015, Estados Unidos e outras potências costuraram um acordo para trocar a pretensão iraniana de ter a bomba pelo fim das penalidades econômicas.

Durou até 2018, quando Donald Trump saiu do arranjo no primeiro mandato, denunciando-o como enxugamento de gelo por não retirar a capacidade técnica de Teerã de fazer a bomba. Nisso, estava certo: desde então os iranianos aceleraram a produção de material físsil, tendo o suficiente para estimadas seis ogivas.

O país persa anunciou que está pronto para fazer a bomba, mas a volta de Trump à Casa Branca recolocou negociações na mesa, com rodadas diretas entre EUA e Irã. Como o americano mobilizou forças no Oriente Médio e exigiu o fim total do programa iraniano, Teerã disse que não conversaria nesses termos.

A gota d'água foi a declaração da Agência Internacional de Energia Atômica na quinta (12) de que Teerã estava, pela primeira vez em 20 anos, totalmente em violação de seus compromissos de transparência sobre o que faz nas suas centrais nucleares. Em outras palavras, a bomba estava à mão.

Netanyahu atropelou Trump, com seu aval público ao menos, e foi a um ataque temido há semanas por seu impacto humanitário, geopolítico e econômico —o medo de disrupção no mercado de petróleo, centrado na região, já fez o preço da commodity disparar.

Neste sábado, um deputado iraniano, Esmail Kosari, disse que o fechamento do estreito de Hormuz, que liga o golfo Pérsico ao mundo, está sendo considerado. Com apenas 39 km de largura no trecho de maior proximidade do Irã e da península Arábica, a região é um gargalo do escoamento de mais de 30% do petróleo produzido no planeta.

Impopular em casa pela condução da guerra em Gaza e casos de corrupção, o premiê viu uma janela de oportunidade também. O Irã está frágil, com economia e tecido social esgarçados, e viu suas linhas de defesa regionais serem erodidas por Israel nos conflitos do pós-7 de Outubro, particularmente o Hezbollah.

Agora, como disse um diplomata ocidental em Tel Aviv na sexta, "é tudo ou nada". Líderes mundiais têm se mobilizado para tentar de-escalar. Parece otimismo vazio, dada a movimentação militar em curso. A rodada de conversas entre EUA e Irã sobre o programa nuclear, no domingo (15), foi cancelada.

Neste sábado, o papa Leão 14 pediu acomodação. "Em um momento tão delicado, desejo renovar com firmeza um chamado à responsabilidade e à razão", disse no Vaticano, embora a chance de palavras do líder católico de ecoarem em dois Estados norteados por religiões diversas pareça nula.

Ataque ao Irã não foi nada perto do que virá, diz Israel

A vice-prefeita de Goiânia, Claúdia Lira (Avante), que está em Israel para participar de programa de capacitação internacional sobre segurança, disse ao POPULAR que pode fazer rota por outros países vizinhos para retornar ao Brasil. Isso porque, após a retaliação do Irã ao ataque israelense, o governo de Israel decidiu fechar o espaço aéreo.&nbsp;

<cite>O espaço aéreo está fechado, o aeroporto também, os ônibus ou veículos não estão transitando nas rodovias. Então, assim, existe a possibilidade de uma possível rota pelo Egito, pela Jordânia ou de barco pelo Chipre", contou a vice-prefeita.&nbsp;</cite>

<ul>
	<li>Acompanhe a cobertura da CBN Goiânia sobre o assunto:&nbsp;<a href="https://cbngoiania.com.br/cbn-goiania/vice-prefeita-claudia-lira-atualiza-situac-o-em-israel-1.3276994" target="_blank">Vice-prefeita Cláudia Lira atualiza situação em Israel</a></li>
</ul>

No entanto, segundo ela, todas essas rotas estão sendo analisadas pelo governo israelense, devido aos riscos de ataques.

<cite>Nada disso hoje pode ser possível. Eles estão avaliando todas as possibilidades. Nós repassando as informações, mas por enquanto estamos aqui em um local, dentro do possível, bastante seguro, com todos os recursos disponíveis", acrescentou Lira.&nbsp;</cite>

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A vice-prefeita está como convidada de Israel para o evento promovido pela agência israelense de cooperação internacional Mashav juntamente com outras autoridades de diversos estados brasileiros e de outros países. Conforme as agendas divulgadas, Cláudia Lira viajou para Israel na segunda-feira (9) e retornaria em 21 de junho.&nbsp;

Ao POPULAR, a política salientou que se encontra nas dependências da Universidade Beit Bert, onde ocorre o congresso. A instituição está localizada na cidade de Kfar Sava, que fica a cerca de 15 km da capital de Israel, Tel Aviv.

Além dela, outras <a href="https://opopular.com.br/mundo/3-autoridades-de-goias-falam-de-bunkers-e-volta-indefinida-1.3276951" target="_self">autoridades goianas estão em missão oficial no país</a>, na capital Tel Aviv. Trata-se dos os secretários de Estado da Saúde, Rasível Santos, e de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Pedro Leonardo Rezende.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/mundo/3-autoridades-de-goias-falam-de-bunkers-e-volta-indefinida-1.3276951" target="_self">3 autoridades de Goiás falam de bunkers e volta indefinida</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/vice-prefeita-de-goiania-precisa-se-abrigar-em-bunker-durante-ataques-entre-israel-e-ir-1.3276536" target="_self">Vice-prefeita de Goiânia precisa se abrigar em bunker durante ataques entre Israel e Irã</a> 
<a href="https://opopular.com.br/mundo/israel-bombardeia-ir-mira-instalac-es-nucleares-e-mata-chefe-da-guarda-revolucionaria-1.3276504" target="_self">Israel bombardeia Irã, mira instalações nucleares e mata chefe da Guarda Revolucionária</a></div>

Ambos representam o Consórcio Interestadual de Desenvolvimento do Brasil Central (BrC). De acordo com as assessorias da pasta, os dois secretários estão em Israel desde o último dia 7 e tinham o retorno programado para este sábado (14). Por nota, o governo informou que, agora, não há uma previsão de quando eles retornarão ao Brasil.&nbsp;

<cite>A Embaixada Brasileira em Israel está ciente da situação e os membros da delegação aguardam suas orientações sobre retorno para o Brasil assim que o espaço aéreo for liberado", cita trecho da nota (veja íntegra dos comunicados ao final deste texto).</cite>

A reportagem entrou em contato com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, por e-mail, às 10h30 deste sábado, para obter informações sobre o retorno das autoridades brasileiros em Israel, mas não houve retorno até a última atualização desta reportagem.&nbsp;

<div attr-cid="policy:1.3276617" attr-version="policy:1.3276617:1749823815" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3276617" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3276617', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3276617">Web - Vice-prefeita de Goiânia se abriga em bunker (1.3276617)</a></div>

<h2>Conflito Israel e Irã&nbsp;</h2>

O novo conflito armamentista entre Israel e Irã começou na noite de quinta-feira (12) - horário local. E assim reacende o risco de uma nova guerra no Oriente Médio. De acordo com a <a href="https://opopular.com.br/mundo/israel-bombardeia-ir-mira-instalac-es-nucleares-e-mata-chefe-da-guarda-revolucionaria-1.3276504" target="_self">agência da Folha</a>, a ofensiva israelense atingiu diversos pontos estratégicos em Teerã, capital do país persa, o que inclui residências de comandantes militares, duas bases militares e um centro de desenvolvimento de mísseis localizado nos arredores da capital. Outros alvos em diferentes regiões do país também foram atacados.

Conforme a mídia estatal iraniana, figuras importantes das Forças Armadas do país morreram durante o ataque. Dentre os quais: Amir Ali Hajizadeh, comandante da aeronáutica e responsável pela defesa aérea do Irã, além de Mohammad Bagheri, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas. Esse considerado o número dois na hierarquia militar iraniana, atrás apenas do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei. O vice de Bagheri também teria sido morto na ofensiva.

Depois da operação, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, fez um pronunciamento e afirmou que os ataques têm como intuito neutralizar as instalações nucleares, centros de desenvolvimento de mísseis e eliminar cientistas envolvidos no suposto programa atômico iraniano.&nbsp;

Netanyahu acrescentou que o Irã já possui urânio enriquecido suficiente para produzir até nove bombas nucleares nos próximos meses, o que colocaria em risco a existência do Estado de Israel. Ele garantiu que a ofensiva continuará pelo tempo que for necessário.

Como resposta à operação israelense, o Irã informou que lançou cerca de 100 mísseis contra o território israelense. No entanto, de acordo com o governo de Israel, a maior parte dos projéteis foi interceptada pelos sistemas de defesa aérea e evitou danos maiores.

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Vice-prefeita de Goiânia que está em Israel diz que pode fazer rota por países vizinhos para voltar ao Brasil

Conflito no Oriente Médio 

A segurança reforçada de <a href="https://opopular.com.br/politica/vice-prefeita-de-goiania-precisa-se-abrigar-em-bunker-durante-ataques-entre-israel-e-ir-1.3276536" target="_self">bunkers em Israel</a> é apontada por três autoridades de Goiás como determinante para manter a calma e seguir as orientações de buscar abrigo ao soarem alertas para ali permanecer até novo aviso de que podem deixar o local. Elas aguardam a reabertura do espaço aéreo para retornar ao Brasil, em meio ao agravamento da tensão após ataques israelenses ao Irã, seguidos de retaliação iraniana e ameaças de escalada do conflito.

<ul>
	<li>Veja reportagem da CBN Goiânia sobre o assunto:&nbsp;<a href="https://cbngoiania.com.br/cbn-goiania/vice-prefeita-de-goiania-claudia-lira-precisa-se-abrigar-em-bunker-durante-revide-do-ir-a-israel-1.3276530" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_blank">Vice-prefeita de Goiânia, Claudia Lira, precisa se abrigar em bunker durante revide do Irã a Israel</a></li>
</ul>

Os secretários de Estado de Saúde, Rasível Santos, e de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Pedro Leonardo Rezende, encontram-se em <a href="https://opopular.com.br/politica/vice-prefeita-vai-a-israel-para-evento-de-seguranca-1.3274642" target="_self">missão oficial em Israel</a> realizada pelo Consórcio Interestadual de Desenvolvimento do Brasil Central (BrC), desde o dia 7 de junho. O retorno estava previsto para este sábado (14), mas agora aguardam a reabertura do espaço aéreo. Eles estão hospedados em hotel na região central de Tel Aviv, capital israelense.

<a href="https://www.whatsapp.com/channel/0029Va9rbSgCHDyl4gQj7A1C" style="color: rgb(0, 85, 128); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; outline: 0px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_self">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a>

Já a vice-prefeita de Goiânia, a tenente-coronel Cláudia Lira (Avante), está na universidade Beit Bert, localizada na cidade de Kfar Sava, a cerca de 15 quilômetros de Tel Aviv. Ela viajou a Israel na segunda-feira (9) para participar de programa de capacitação promovido pela agência israelense de cooperação internacional Mashav, com volta ao Brasil prevista para 21 de junho.

“Estamos bem e em segurança, graças a Deus!”, resumiu ao POPULAR o secretário Rasível Santos. Segundo descreveu no final da tarde desta sexta no horário de Tel Aviv (seis horas a mais em relação ao horário de Brasília), portanto, antes da intensificação de ataques com drones e mísseis pelo Irã já no final da noite, na capital israelense, “aparentemente”, a cidade estava com funcionamento normal até então.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/vice-prefeita-de-goiania-precisa-se-abrigar-em-bunker-durante-ataques-entre-israel-e-ir-1.3276536" target="_self">Vice-prefeita de Goiânia precisa se abrigar em bunker durante ataques entre Israel e Irã</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/vice-prefeita-vai-a-israel-para-evento-de-seguranca-1.3274642" target="_self">Vice-prefeita vai a Israel para evento de segurança</a> 
<a href="https://opopular.com.br/mundo/israel-bombardeia-ir-mira-instalac-es-nucleares-e-mata-chefe-da-guarda-revolucionaria-1.3276504" target="_self">Israel bombardeia Irã, mira instalações nucleares e mata chefe da Guarda Revolucionária</a></div>

“Nenhuma intercorrência durante o dia, tomamos café da manhã e almoçamos no próprio hotel. A embaixada está verificando a compra das passagens de retorno, mas ainda sem confirmação de data e horário, pois depende da abertura do espaço aéreo, da disponibilidade de voos e da demanda a ser atendida”, relatou Rasível.

Até aquele momento, o alarme para o bunker havia soado duas vezes. Porém, à noite, o alerta voltou a ser acionado pelo menos três vezes. Vídeos em redes sociais mostram como os brasileiros em missão se abrigam e é possível notar a aflição de algumas pessoas diante da situação de conflito. Além de Goiás, a missão conta ainda com a participação de delegações do Distrito Federal, do Mato Grosso do Sul e de Rondônia.

“Eu sou médico especialista em medicina de emergência, consigo manter a calma mesmo em cenários adversos. Claro que essa é a minha primeira experiência em um conflito dessa proporção. É natural ficar preocupado, mas estou otimista sim com relação ao nosso breve retorno ao Brasil”, comentou ainda o secretário de Saúde de Goiás.

Já Pedro Leonardo reforça que estão seguindo as orientações. “Tem vários locais de abrigo no hotel... entramos e aguardamos alguns minutos”, descreveu. “Estou tranquilo, aguardamos orientações da embaixada sobre retorno. Estamos nos mantendo informados constantemente. A comunicação segue normal, temos falado com familiares”, relatou ainda ele.

O titular da Seapa disse não saber “descrever com precisão” a situação nos arredores, “pois estamos estáticos no hotel”. Ele explicou que os participantes da missão foram “orientados a centralizar o fornecimento de informações na coordenação da delegação”. Essas informações constam de nota enviada.

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<h2>Atividades mantidas </h2>

Apesar das interrupções para buscar abrigo no bunker e da crescente onda de ataques, alguns perto do centro universitário onde estão reunidas autoridades como prefeitos e vices de cidades brasileiras e de outros países da América Latina, Cláudia Lira afirmou, no final da tarde desta sexta no horário de Tel Aviv, que as atividades previstas tinham sido mantidas ao longo do dia.

“Claro que o clima é de apreensão para quem não está acostumado a esse tipo de conflito. Mas estamos confiantes de que o espaço aéreo, fechado preventivamente, será reaberto. Estamos acompanhando as notícias e recebendo apoio da Embaixada de Israel”, falou a vice-prefeita de Goiânia ao POPULAR.

Cláudia Lira lembrou que conflitos na região já são esperados, “a gente já tem noção de que pode acontecer”, e enfatizou a confiança nas orientações, alertas e estruturas de proteção existentes em Israel.

O abrigo no subsolo da universidade foi descrito por ela em vídeo enviado para a CBN Goiânia: “Aqui tem ventilação, apesar de estar aqui embaixo. Então, é muito simples. Tem alguns colchões. Tem cadeiras, sofás, algumas mesas, água, o sinal de internet funciona aqui”.

O primeiro alarme soou por volta das 3 horas desta sexta no horário local, segundo ela, mais como uma espécie de treinamento. Em cerca de um minuto e meio já estava no bunker, onde permaneceu com cerca de 50 pessoas por cerca de meia-hora, até o aviso para retornarem aos dormitórios.

“A gente já tinha recebido orientações e quando chegou a hora de buscar abrigo, eu e mais quatro militares saímos batendo nas portas e reforçando o aviso a outras pessoas”, contou a a tenente-coronel. “A ação é coordenada, sem pânico, com controle para evitar qualquer incidente”, explicou ainda.

A vice-prefeita de Goiânia afirmou que está tranquila, que tem falado com a família e confia nos sistemas de defesa antimíssil de Israel, citando o famoso Domo de Ferro, que atua em baixa altitude.

Ela destacou o foco da programação em segurança pública, cidades inteligentes, gestão de recursos hídricos e inovação para governos municipais, além de visitas técnicas, e que a viagem é custeada pelo governo de Israel, por meio da Mashav, que fez o convite.

A programação previa, antes da escalada do conflito com o Irã, passagens por várias cidades e visita à região sul do país, próxima à Faixa de Gaza, para que o grupo conhecesse experiências de reconstrução e segurança comunitária após os ataques do grupo terrorista Hamas em 7 de outubro de 2023.

<h3>Retorno ao Brasil</h3>

O Consórcio Brasil Central divulgou nota oficial na manhã desta sextafeira (13), pelo horário de Brasília, em que afirma que sua comitiva “encontra-se em segurança e em constante articulação com o Ministério das Relações Exteriores de Israel, com a Embaixada do Brasil em Tel Aviv e demais autoridades brasileiras, buscando soluções seguras e responsáveis para o retorno da delegação diante do cenário que se desenha na região”.&nbsp;

Sobre a ida a Israel do secretário de Estado de Saúde, Rasível Santos, a pasta informou em nota que “o objetivo da viagem é buscar aprender com a expertise israelense e explorar tecnologias e modelos de sucesso em diversas áreas estratégicas”.&nbsp;

“Especificamente na área da Saúde e Desenvolvimento Social, o secretário tem buscado naquele país, identificar práticas e tecnologias que promovam o bem-estar em saúde e em avanço social. Em Haifa, Rasível Santos e os demais integrantes da missão conheceram o Rambam Health Care Campus, ou Rambam Hospital - maior e mais avançado centro médico tecnológico do norte de Israel - e se encontraram com o presidente israelense, Isaac Herzog”, traz a nota.&nbsp;

A Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás (Seapa) destacou em nota o objetivo, com a ida do titular da pasta Pedro Leonardo Rezende, de fortalecer a cooperação internacional e promover a troca de experiências com parceiros governamentais israelenses. “Entre as pautas previstas, destaque especial para as áreas de inteligência artificial, agritechs e inovações aplicadas ao setor agropecuário”, ressaltou.

“A integridade e a segurança da comitiva é prioridade absoluta neste momento. A Embaixada Brasileira em Israel está ciente da situação e os membros da delegação aguardam suas orientações sobre retorno para terras brasileiras”, mencionou.&nbsp;