Mais de 205 milhões de indonésios estão registrados para votar nesta quarta-feira (14), na eleição que é considerada a maior do mundo realizada em um único dia -o país é o quarto mais populoso do planeta.

Está em jogo o legado do ultrapopular Joko Widodo, 62, mais conhecido como Jokowi, que deixa a Presidência com 80% de aprovação após dois mandatos de cinco anos, uma bem-sucedida reforma no sistema de saúde, investimentos maciços em infraestrutura e estabilidade econômica.

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O favorito nas urnas é o ministro da Defesa, Prabowo Subianto, 72. Jokowi oficialmente não apoiou ninguém para sucedê-lo, mas o fato de seu filho ocupar a posição de vice na chapa de Subianto é lido como um endosso tácito.

Pesquisa da Lembaga Survei Indonesia (LSI) aponta Subianto na liderança folgada, com 51,9% dos votos. Em segundo lugar vem o ex- governador de Jacarta e acadêmico Anies Baswedan, com 23,3%, e o populista Ganjar Pranowo, ex-líder da província de Java Central e membro do partido de Jokowi, com 20,3%, além de 4,4% indecisos.

Para vencer em primeiro turno, é preciso obter mais de 50% dos votos e 20% em ao menos 20 províncias. Caso contrário, os dois candidatos mais votados se enfrentam em um segundo turno em junho.

Na Indonésia, que viveu 30 anos de regime autoritário sob o ditador Suharto, até 1998, a candidatura de Subianto gera temores de volta a um passado sombrio.

O atual titular da Defesa foi genro de Suharto e serviu como general em seu Exército, famoso por violações dos direitos humanos. Em 1998, Subianto foi afastado do Exército por ordenar o sequestro de ativistas estudantis. Ele é acusado de envolvimento em abusos em Papua Nova Guiné e Timor Leste. O militar já concorreu duas vezes à Presidência -e perdeu para Jokowi. Na última campanha, em 2019, apresentava-se como um Trump indonésio.

Após a eleição de 2019, Jokowi formou seu "gabinete de rivais" e nomeou Subianto como ministro da Defesa.

Desde então, Subianto embarcou em uma transformação radical. O militar linha dura, dado a rompantes e explosões de raiva, deu lugar a um vovozinho que adora gatos, faz dancinhas desajeitadas no TikTok e tem 9 milhões de seguidores no Instagram.

Mais da metade dos eleitores indonésios tem menos de 40 anos e conhecimento limitado sobre o passado militar de Subianto e sua ascensão sob o regime de Suharto.

O militar se apresenta como o candidato da continuidade, dizendo que as políticas de Widodo foram "muito benéficas para todas as pessoas". "Todos os indicadores confiáveis mostraram, se Deus quiser, que a eleição será em um turno", disse a repórteres.

Não é apenas o futuro da terceira maior democracia do mundo, atrás apenas de EUA e Índia em número de eleitores, que está em jogo. Como um dos maiores exportadores mundiais de carvão, níquel e óleo de palma, a Indonésia tem um papel importante a desempenhar na crise das mudanças climáticas. O país também abriga uma das maiores florestas tropicais do planeta.

Será difícil substituir Widodo, que transformou a nação em uma das maiores histórias de sucesso econômico do Sudeste Asiático. Ele ampliou a cobertura de saúde universal de 56% para 94% da população, construiu mais de 1.600 quilômetros de estradas e rodovias, conteve o déficit fiscal e manteve a inflação baixa.

Criado em uma favela em Solo, uma cidade na ilha de Java, Widodo foi o primeiro presidente que não veio da elite política ou militar. Apesar de ter ganhado imensa popularidade com seu jeito outsider, não se rendeu às tentações do populismo. Fez um governo incluindo a oposição e não apostou na polarização.

Nos últimos dez anos, Widodo reinventou a economia da Indonésia, tornando-a um dos mercados de investimento mais atraentes do mundo, graças, em grande parte, ao boom na demanda por tecnologia de energia verde. O presidente usou os depósitos de níquel do país, elemento importante das baterias de veículos elétricos, para modernizar a indústria e atrair investimentos estrangeiros.

Mas o mandatário é criticado por ter usado o peso do cargo para fazer campanha por Subianto. E foi acusado de usar sua influência para permitir que o filho concorresse a vice-presidente. No ano passado, o tribunal constitucional, à época presidido pelo cunhado de Jokowi, mudou as regras de elegibilidade de idade que permitiram que Gibran, 36, concorresse.

Além disso, um dos principais projetos do presidente em fim de mandato, a mudança da capital de Jacarta para Bornéu tem sofrido críticas de ambientalistas e de comunidades locais. Ele também foi questionado por se inclinar a Subianto em vez de apoiar Ganjar, o candidato de seu próprio partido.

Observadores temem o efeito de uma provável vitória de Subianto. "(Jokowi) deixa o cargo com a democracia indonésia mais frágil do que em qualquer outro momento desde a ditadura de Suharto. Ele enfraqueceu a comissão independente de combate à corrupção do país e assinou uma reforma do código penal que restringiu a liberdade de expressão e criminalizou o sexo fora do casamento", disse Gordon LaForge, analista do centro de pesquisas New America, em artigo no New York Times. "É provável que Subianto acelere isso."

DEEP FAKE DE SUHARTO

Durante a campanha, viralizou um vídeo deep fake de três minutos em que o ditador Suharto aparece, dizendo: "Eu sou Suharto, o segundo presidente da Indonésia". O vídeo, com quase 5 milhões de visualizações, usa uma imagem convincente do autocrata que governou o país durante 32 anos, criada com ferramentas que clonaram seu rosto e voz. Ele morreu em 2008, aos 86 anos.

"O vídeo foi feito para nos lembrar da importância dos nossos votos nas próximas eleições", disse Erwin Aksa, vice-presidente do Golkar, um dos maiores partidos da Indonésia. Ele compartilhou o vídeo pela primeira vez no X. O Golkar não lançou candidato presidencial, mas deu apoio a Subianto.

O mundo online desempenha um papel enorme na política indonésia. Em um país com uma das maiores taxas de uso da internet do mundo, quase todos os partidos mantêm uma forte presença nas redes sociais para acumular seguidores e influência. Observadores disseram à CNN que muitas das principais siglas usaram deepfakes para obter ganhos políticos. O vídeo de Suharto produzido pelo Golkar foi apenas um dos dezenas apresentados nas campanhas oficiais do partido.

OS CANDIDATOS NA DISPUTA INDONÉSIA

Prabowo Subianto, 72

Ministro da Defesa, promete continuar políticas do presidente Joko Widodo, mas é figura polarizadora, acusado de abusos de direitos humanos durante a ditadura Suharto. Conta com apoio tácito do governo. Favorito, aparece com mais de 50% nas pesquisas;

Anies Baswedan, 54

Ex-governador de Jacarta e ex-reitor universitário, tem grande apoio na capital por ter implementado sistema de transporte coletivo rápido. Cresceu graças ao seu desempenho em debates e interações informais nas redes. Aparece com 23% das intenções;

Ganjar Pranowo, 55

Ex-governador de Java Central, é filiado à mesma legenda de Widodo, mas não é apoiado pelo presidente. De origem humilde, firmouse como um nome de fora da elite política e militar. Tem cerca de 20% nas projeções.

Legado do ultrapopular Joko Widodo está em jogo na eleição da Indonésia

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PRESIDÊNCIA 

Suplentes de vereador prometem protocolar, na próxima semana, as primeiras ações para questionar o cumprimento da cota de gênero nas eleições em Goiânia. Conforme a coluna apurou, este grupo, composto por candidatos que não foram eleitos, já faz pente-fino nas votações, prestações de contas e redes sociais de mulheres que não teriam feito campanha.

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Um dos articuladores é Dr. Amarildo, que disputou cadeira na Câmara da capital pelo PL. “Já encontramos casos graves de possível fraude na cota de gênero. São situações muito semelhantes às que geraram cassação de mandatos”, argumenta, em referência aos sete vereadores que integravam a legislatura prestes a se encerrar e que perderam mandatos. 

O secretário municipal de Cultura, Zander Fábio (Podemos), é outro que se movimenta no mesmo sentido. “É um interesse não só meu como do meu partido”, afirma. Além de Amarildo e Zander, a coluna conversou com outros cinco suplentes que preferiram não aparecer.

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<a href="https://opopular.com.br/politica/mabel-quer-recuo-a-vetos-do-refis-pgm-diz-que-n-o-ha-viabilidade-1.3197351" target="_blank">Mabel quer recuo a vetos do Refis; PGM diz que não há viabilidade</a> 
 
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<h2>“Receita de bolo”</h2>

Integrantes do grupo trabalham com base na súmula 73 do Tribunal Superior Eleitoral, de maio deste ano. Ela define três itens, que, isoladamente ou em conjunto, configuram “fraude” na cota de gênero.

<h2>Texto</h2>

Os itens são: votação zerada ou inexpressiva; prestação de contas zerada, padronizada ou ausência de movimentação financeira relevante; e ausência de atos de campanha, divulgação ou promoção de candidatura por terceiros.

<h2>Indícios</h2>

Considerando os critérios de votações irrelevantes e prestação de contas zeradas, a coluna encontrou possíveis casos em ao menos três partidos.

<h2>Uma lava outra</h2>

O presidente da Câmara de Goiânia, Romário Policarpo (PRD), prometeu ao prefeito eleito, Sandro Mabel (UB), que vai articular a seu favor no caso do veto de Rogério Cruz (SD) ao projeto do Refis. Está de olho na eleição da mesa, claro.

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Abandonada - Praça da Juventude, na Vila Novo Horizonte, em Goiânia, tem lixo acumulado e até esgoto vazando a céu aberto. (Thiago Cardoso)

<h2>Tá na conta</h2>

Uma das emendas vetadas pelo prefeito Rogério Cruz diz respeito ao desconto nos honorários de sucumbência dos procuradores municipais, proposto por Mabel e sua equipe de transição. O prefeito eleito já foi avisado de que provavelmente o dispositivo cairá na Justiça, caso o veto seja de fato rejeitado pelos vereadores.

<h2>Foco na Ásia</h2>

Ronaldo Caiado (UB) definiu que vai à Índia e ao Japão em 2025. Segundo ele, serão missões do governo estadual, mas detalhes como data e agenda ainda não estão definidos. O governador tem comentado com aliados sobre seu interesse na gestão do primeiro-ministro indiano Narendra Modi, que iniciou terceiro mandato neste ano.

<h2>Ritmo acelerado</h2>

O Produto Interno Bruto (PIB) da Índia cresceu 8,2% no primeiro trimestre de 2024, em comparação com o mesmo período do ano passado. O país é, atualmente, a quinta maior economia do mundo.

<h2>Pergunta para:</h2>

Edward Madureira 
Vereador eleito pelo PT

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Edward Madureira (Benedito Braga)

Como vai ser sua relação com a gestão de Sandro Mabel?

A posição natural é de oposição, até em respeito à Adriana (Accorsi). Declarei voto no Mabel no segundo turno diante do cenário, mas isso não quer dizer um alinhamento cego. Aquilo que ferir os princípios a gente vai debater, questionar. Tenho um trânsito muito bom no meio científico e quero qualificar o debate. Não é ser contra por ser contra, mas sim com argumento e fundamento.

<h2>Arremate:</h2>

Goianiense - Os vereadores Thialu Guiotti (Avante) e Welton (SD) Lemos apresentaram projetos de decreto legislativo que concedem títulos de cidadania goianiense a Cláudia da Silva Lira (Avante). 

Há 30 anos -&nbsp;A vice-prefeita eleita nasceu em São Gabriel, no Rio Grande do Sul, em 1972, e atua na PM goiana desde 1994.

Escrita -&nbsp;O ex-deputado federal por Goiás Aldo Arantes fará o lançamento do livro “Domínio das Mentes: Do Golpe Militar à Guerra Cultural” no dia 21 de novembro, no Museu Antropológico da Universidade Federal de Goiás (UFG). O primeiro evento de lançamento da obra foi realizado nesta semana, no Rio de Janeiro, na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI).

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Cota de gênero: suplentes preparam ações contra chapas em Goiânia

Opinião

Matéria - Coluna Giro

Giro

Pelo menos dez pessoas morreram depois que o monte Lewotobi Laki-laki, no leste da Indonésia, entrou em erupção perto da meia-noite de domingo (3), expelindo colunas explosivas de lava e forçando as autoridades a esvaziar várias aldeias próximas, disseram autoridades nesta segunda-feira (4).

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Localizado na ilha de Flores, o monte Lewotobi Laki-laki entrou em erupção às 23h57 (12h57 de domingo em Brasília), lançando uma coluna de lava vermelha-fogo, cinzas vulcânicas e rochas em chamas, disse Hadi Wijaya, porta-voz do Centro de Vulcanologia e Mitigação de Riscos Geológicos.

"Após a erupção, houve queda de energia e começou a chover. Também foram registrados muitos raios, o que causou pânico entre os moradores", afirmou Wijaya.

A agência vulcanológica da Indonésia elevou o alerta na região a seu nível mais elevado e pediu que moradores e turistas não realizem atividades em um raio de sete quilômetros ao redor da cratera.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/mundo/tempestade-violenta-provoca-ao-menos-70-mortes-na-espanha-1.3193519" target="_blank">Tempestade violenta provoca ao menos 70 mortes na Espanha</a> 
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A população de sete vilarejos foi retirada do local. Algumas casas de madeira pegaram fogo. Autoridades pediram aos moradores que utilizem máscaras para evitar os efeitos das cinzas.

"Eu estava dormindo quando, de repente, a cama tremeu duas vezes, como se alguém tivesse batido nela. Vi que o vulcão havia entrado em erupção e saí correndo", disse Hermanus Mite, uma cabeleireira de 32 anos. "Havia cinzas e pedras por todos os lados. Minha sala de estar pegou fogo, e eu perdi tudo que tinha."

Imagens compartilhadas pelas autoridades mostraram o céu noturno avermelhado em torno do vulcão devido à erupção. Espessas cinzas vulcânicas cobriram estradas e edifícios em uma das aldeias.

A agência de desastres da Indonésia alertou para possíveis inundações repentinas e fluxos de lava fria nos próximos dias, disse o porta-voz da agência, Abdul Muhari.

A administração local declarou estado de emergência, disse Muhari, o que significa que o governo central de Jacarta poderá fornecer ajuda aos 10 mil moradores afetados. As autoridades ainda estão reunindo dados sobre o número de pessoas retiradas.

O aeroporto mais próximo, localizado na cidade de Maumere, foi temporariamente fechado.

A Indonésia está localizada no chamado Anel de Fogo do Pacífico, uma área de alta atividade sísmica sobre múltiplas placas tectônicas.

O evento deste domingo foi precedido de uma série de erupções. Em maio, um vulcão na ilha de Halmahera, o monte Ibu, causou o esvaziamento de sete aldeias.

O vulcão Ruang, em Sulawesi do Norte, também entrou em erupção em maio e levou as autoridades a retirar mais de 12 mil pessoas.

Inundações repentinas e fluxo de lava fria do monte Marapi, na província de Sumatra Ocidental, em maio, mataram mais de 60 pessoas.

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Erupção de vulcão deixa ao menos dez mortos na Indonésia e força retirada de moradores

Indonésia

Ainda em tom de desabafo contra a presença de Jair Bolsonaro (PL) na campanha eleitoral em Goiânia, o governador Ronaldo Caiado (UB) acusou o ex-presidente de ser o responsável pelo racha da direita em Goiás e disse que o resultado serviu de “lição” e “aula” ao grupo bolsonarista. Em entrevistas ao Jornal da CBN e à Folha de S. Paulo, ele reafirmou queixas feitas após o resultado da apuração das urnas e falou em mais detalhes da relação de distanciamento com os radicais.

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Em reação, Bolsonaro postou nas redes sociais vídeo de discurso do governador no ano passado, quando o ex-presidente recebeu título de cidadão goiano na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). Caiado afirma que desde Juscelino Kubitschek, nenhum presidente havia ajudado tanto Goiás. “O governador tem criticado duramente Bolsonaro e Gustavo Gayer (deputado federal do PL-GO) por ocasião das eleições municipais. Agora vejam os elogios de Caiado a Bolsonaro em 2023”, diz o texto de apresentação.

Em todas as ocasiões, o governador tem reafirmado seu projeto de disputar a Presidência da República em 2026 e disse que não há problemas em ter mais de um nome na direita, contanto que se unam no segundo turno.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/mabel-venceu-fred-em-todas-as-zonas-eleitorais-de-goiania-1.3192869" target="_blank">Mabel venceu Fred em todas as zonas eleitorais de Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/mabel-indica-integrantes-para-comiss-o-de-transic-o-1.3192854" target="_blank">Mabel indica integrantes para comissão de transição</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/mabel-fala-de-medidas-ainda-na-atual-gest-o-pacotaco-e-plano-de-8-anos-1.3192847" target="_blank">Mabel fala de medidas ainda na atual gestão, 'pacotaço' e plano de 8 anos</a></div>

À Folha, o governador afirmou que a “população está cansada do extremismo” e que o “PL não é o dono da direita”. “Nós estamos cansados dessas posições, do que chamo de falsos dilemas ideológicos. Ninguém aguenta mais, uma conversa chata, cansativa, enjoada, as pessoas acham que de repente são professores de Deus. ‘Tem que ser assim, falar desse jeito, se não for assim, você é comunista. Essas coisas cansaram”, disse.

Caiado diz que o grupo de Bolsonaro perdeu na maioria das capitais por querer impor candidaturas sem sintonia com líderes estaduais e por não saber construir alianças.

Em Goiânia, o ex-deputado federal Sandro Mabel (UB) foi eleito na disputa com o ex-deputado estadual Fred Rodrigues (PL), em um cenário em que um governador não via um aliado vencer na capital desde 1988. Bolsonaro veio por quatro vezes defender o nome de Fred, fez uma série de críticas a Caiado e escolheu Goiânia para passar o dia da votação (27), enquanto o PL tinha candidatos em outras oito capitais.

Mabel ganhou com 55,53% dos votos válidos, com 70 mil votos de frente sobre Fred (44,47% dos votos válidos). No domingo, em entrevista coletiva no Palácio das Esmeraldas, Caiado reclamou de deselegância e desrespeito por parte do ex-presidente. “Os resultados mostram que quem acertou na maneira de fazer política fui eu. Tenho anos a mais e vou poder transmitir a ele como é comandar um processo, aglutinar forças, respeitar lideranças locais. Não se ganha dividindo forças.”

Ao Jornal da CBN nesta terça-feira (29), o governador seguiu nas queixas:

“Se eu a tenho decisão de ser candidato (em 2026) não quer dizer que precisa ter, junto a uma pessoa que sempre o ajudou em campanhas eleitorais, uma atitude de querer me derrotar no meu Estado e na minha capital. Um desrespeito à minha história, até porque eu sempre o apoiei. E ele não. Lançou um candidato contra mim (2022), fez uma campanha explícita e eu os derrotei no primeiro turno”, afirmou, lembrando a candidatura a governador do ex-deputado federal e agora vereador eleito Major Vitor Hugo (PL).

Caiado disse que depois de 2022, quando apoiou Bolsonaro contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no primeiro turno, houve uma reconciliação e que procurou o PL para fazer alianças nas eleições municipais. “Fui surpreendido com gestos do PL de fazer tudo sozinho. Resolveu tomar caminho solo”, disse.

<h2>Qualquer um </h2>

Para o governador, o partido de Bolsonaro acha que pode “escolher qualquer um e que basta ser 22 (número do PL)”. “É tão impressionante que eles acham que botou o 22 e está eleito. É um negócio impressionante. A figura da pessoa é acessório. Foi uma grande lição: para ganhar tem de ter equilíbrio, moderação, sensibilidade em buscar candidatos competitivos e buscar alianças políticas, senão será mais uma derrota em 2026”, afirmou Caiado, ressaltando que foi atrás de Mabel por ele representar um perfil demandado pelo eleitor goianiense conforme pesquisas qualitativas (gestor e com experiência política).

“Em Goiás, ficou nítida a posição de romper politicamente com todos nós. A atitude foi dele. Não partiu hora nenhuma de nós. Eu sempre fiz política conciliando. Quem veio com essa postura, trouxe lideranças de fora, trouxe todo o aparato político para dentro de Goiânia. Ora, qual é o significado disso? Para quê? Por que querer me derrotar? Se eu comecei a luta (na direita) muito antes dele (referência à candidatura à Presidência em 1989). E agora, com muitos deles que são recém-convertidos, querem dizer o que é Pátria, família, Brasil”, afirmou o governador.

Questionado se o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), seria um dos recém-convertidos, Caiado disse que “de maneira nenhuma” e lembrou que o convidou para ser candidato ao Senado por Goiás em 2022, antes de ele decidir disputar em São Paulo. Disse que há uma safra de bons governadores da direita que podem se candidatar ao Planalto, citando, além de Tarcísio, Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais; Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul; e Ratinho Junior (PSD), do Paraná.

Caiado diz que Bolsonaro causou o racha da direita

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Eleições 2024

Os dois candidatos que disputam a Prefeitura de Goiânia neste segundo turno se enfrentarão nesta quarta-feira (23) no debate promovido pelo POPULAR em parceria com a rádio CBN Goiânia, o penúltimo antes da eleição no domingo (27). Fred Rodrigues (PL) e Sandro Mabel (UB) estarão frente a frente no evento que começa às 9h e que será realizado no anfiteatro do Grupo Jaime Câmara, no setor Serrinha.

<a href="https://opopular.com.br/politica/debate-2-turno-o-popular-cbn-goiania-com-candidatos-a-prefeito-de-goiania-assista-1.3189912" target="_blank">Assista ao debate O POPULAR/CBN Goiânia</a>

O debate será dividido em quatro blocos. O primeiro terá três perguntas de cada candidato com temas livres, em que os questionamentos serão feitos em 30 segundos, para resposta de até 2 minutos e réplica e tréplica de um minuto cada.

O segundo bloco contará com perguntas de ouvintes e leitores, e os candidatos terão dois minutos para as respostas e o adversário poderá comentar por um minuto. Já o terceiro bloco terá seis perguntas formuladas pelos jornalistas do POPULAR e da CBN, com as trocas de falas no mesmo formato do segundo bloco.

A última rodada, de temas livres, retoma o formato de perguntas diretas entre os candidatos. Cada prefeitável terá um minuto para as considerações finais.

Nesta terça-feira (22), dia anterior ao debate, ambos os candidatos intensificaram campanhas em diferentes regiões da cidade, buscando ampliar o alcance de suas propostas junto aos eleitores.

Fred Rodrigues começou na Feira Ateneu e depois liderou carreata na Região Sul, com saída da Praça do Avião. À tarde, participou de uma sabatinao do portal Mais Goiás e respondeu a perguntas sobre suas propostas para a gestão da capital.

Sandro Mabel teve dia de entrevistas e atos de rua, com visita à Ceasa e minicarreata na Região Norte. Participou de uma reunião com profissionais de contabilidade e gravou materiais para seu programa eleitoral, antes de outra minicarreata e reunião na Vila Itatiaia.