Governantes da América Latina e do Caribe se reúnem em Cuba nesta semana para discutir comércio, paz e direitos humanos, em mais um sinal da disposição da região em se contrapor ao domínio dos EUA. A conferência que começa hoje a vai até amanhã deve tratar de temas como as negociações de paz na Colômbia, pobreza no Haiti e direitos humanos. Ao todo, 33 países da região vão participar, incluindo a presidente Dilma Rousseff. Os EUA e o Canadá não foram convidados.Ainda ontem, a presidente Dilma inaugurou a primeira etapa do Porto de Mariel, a 45 quilômetros de Havana, capital de Cuba, com a participação do presidente cubano Raúl Castro. O porto é a grande aposta do país caribenho, de regime comunista, para mudar sua economia. Custou US$ 957 milhões e, deste total, US$ 682 milhões foram financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).Em seu discurso durante a inauguração, Dilma aproveitou para agradecer aos cubanos pela participação no programa Mais Médicos. Ela criticou o embargo econômico a que a ilha é submetida pelos EUA. “Mesmo sob injusto embargo, Cuba gera um dos três maiores volumes de comércio do Caribe”, disse.Enquanto os governantes devem expressar a solidariedade com Cuba e talvez tentar um encontro com o ex-presidente Fidel Castro, dissidentes cubanos pró-direitos humanos na ilha vão buscar chamar a atenção dos líderes e dos jornalistas presentes.Em eventos internacionais anteriores em Cuba, os dissidentes tentaram destacar as violações aos direitos humanos e a falta de democracia no único regime de partido único no Hemisfério Ocidental. Opositores do governo relataram durante o fim de semana que foram alertados pela polícia a não irem até o fórum em Havana e também disseram que ativistas foram temporariamente detidos.Entre os presos está José Ferrer, líder de um dos mais ativos grupos de oposição. A polícia prendeu Ferrer na sexta-feira e o soltou no domingo, segundo o grupo do qual ele faz parte. A Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) teve a sua primeira cúpula no Chile em 2013. O grupo foi estabelecido como rival da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da Cúpula das Américas, dominadas pelos EUA, das quais Cuba não participa.A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, que também está em Cuba, voltou à atividade no microblog Twitter, com uma sequência de mensagens sobre a visita ao país caribenho e os encontros que manteve com o ex-presidente Fidel Castro e a presidente Dilma.-Imagem (1.464921)-Imagem (1.464920)-Imagem (1.464919)-Imagem (1.464918)