O presidente Lula (PT) deu início à cúpula de líderes que antecede a COP30, com a formação da mesa central da cúpula.

Lula se sentou à mesa central da plenária acompanhado do secretário-geral da ONU, António Guterres, e dos presidentes de Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil), Câmara, Hugo Motta (Republicanos), e do STF (Supremo Tribunal Federal), Edson Fachin. Também o acompanham os ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), além do governador Helder Barbalho (MDB).

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/opiniao/artigos/cop-30-a-hora-da-verdade-1.3333183" target="_self">COP 30, a hora da verdade</a> 
<a href="https://opopular.com.br/opiniao/artigos/vamos-superar-a-crise-climatica-1.3331224" target="_self">Vamos superar a crise climática?</a> 
<a href="https://opopular.com.br/opiniao/artigos/cop-30-e-o-cerrado-1.3330220" target="_self">COP 30: e o Cerrado?</a></div>

Guterres foi o primeiro a falar, e agradeceu pela "glamourosa hospedagem" em Belém. "O senhor [Lula] chamou essa COP de COP da verdade, eu não posso concordar mais. Precisamos lutar para ficar abaixo de 1,5º", disse o secretário da ONU, em referência ao teto de elevação de temperaturas acertada no Acordo de Paris, dez anos atrás.

Ele defendeu a transição de combustíveis fósseis e a implementação do financiamento climático na casa de US$ 1,3 trilhão.

Lula forma a mesa da cúpula de líderes, e secretário da ONU defende implementação de medidas acertadas

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COP 30

O governador Ronaldo Caiado (UB) voltou a relacionar diretamente a <a href="https://opopular.com.br/politica/governadores-se-reunem-no-rio-e-anunciam-consorcio-da-paz-1.3330749" target="_self">repercussão da megaoperação policial</a> contra o tráfico de drogas no Rio de Janeiro à disputa presidencial de 2026, ao criticar declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O goiano atacou a afirmação do petista de que ocorreu “matança” durante a ação comandada pelo governo carioca e apontou que o presidente está “do lado do crime”.

“Está vendo? Agora ficou claro. <a href="https://opopular.com.br/politica/governo-lula-esta-tentando-criar-narrativa-contra-a-operac-o-afirma-caiado-1.3330258" target="_self">Essa é a verdadeira face do Lula</a>. Ou seja: o Lula agora quer criminalizar a polícia do Rio de Janeiro. É assim, gente. Eu nunca me enganei. Se você quiser ficar do lado do crime, fique com o Lula e o Maduro. Se você quiser ficar do lado do bem, fique conosco, aqueles que realmente sabem combater a criminalidade, levar o estado ao crescimento e dar liberdade para as pessoas. Esse é o divisor de águas”, afirmou Caiado.

A crítica foi publicada em vídeo postado nas redes sociais na noite desta terça-feira (04), em que o governador reage a um rápido trecho da declaração do presidente. “A eleição está aí. Quem é que o Brasil deseja? Viver aquela situação comandada pelo narcotráfico ou viver com independência? É isso aí que será referência para 2026”, finalizou Caiado.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/politica/governo-lula-esta-tentando-criar-narrativa-contra-a-operac-o-afirma-caiado-1.3330258" target="_self">"Governo Lula está tentando criar narrativa contra a operação", afirma Caiado</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/governadores-se-reunem-no-rio-e-anunciam-consorcio-da-paz-1.3330749" target="_self">Governadores se reúnem no Rio e anunciam 'consórcio da paz'</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/discurso-sobre-seguranca-une-direita-mas-apresenta-riscos-1.3331239" target="_self">Discurso sobre segurança une direita, mas apresenta riscos</a></div>

Mais cedo, também nesta terça, o presidente Lula defendeu que legistas da Polícia Federal (PF) participem da investigação sobre a operação policial que matou 121 pessoas no Rio na última terça-feira (28), incluindo quatro policiais. A ação do governo estadual mirou a facção criminosa Comando Vermelho (CV) nos complexos do Alemão e da Penha e foi a mais letal da história do estado.

“Vamos ver se a gente consegue fazer essa investigação. Porque a decisão do juiz era uma ordem de prisão, não tinha uma ordem de matança, e houve matança”, disse o presidente em entrevista às agências Associated Press e Reuters, durante viagem a Belém (PA). Lula afirmou que o governo está articulando para que legistas da PF participem do processo de investigação sobre as mortes ocorridas durante a atividade policial. O STF fará uma audiência nesta quarta-feira (5) para tratar do caso.

“Eu acho que é importante a gente verificar em que condições ela se deu, porque até agora nós temos uma versão contada pela polícia, contada pelo governo do estado e tem gente que quer saber se tudo aquilo aconteceu do jeito que eles falam ou se teve alguma coisa mais delicada na operação”, continuou Lula. “O dado concreto é que a operação, do ponto de vista da quantidade de mortes, as pessoas podem considerar um sucesso, mas do ponto de vista da ação do Estado, eu acho que ela foi desastrosa”, prosseguiu Lula.

No dia seguinte à operação, o governador do Rio, Claudio Castro (PL), disse que a ação “foi um sucesso” e foi seguido por governadores de direita e de oposição ao governo federal. Caiado e um grupo de outros cinco gestores estaduais foram ao Palácio Guanabara na quinta-feira (30) para reforçar apoio à megaoperação e anunciar a construção de um consórcio entre os entes federados para definir e executar medidas coletivas contra a violência e a criminalidade.

Na ocasião, o governador goiano enfatizou a correlação entre a pauta da segurança pública e a disputa presidencial do próximo ano. Ao mesmo tempo, a situação no Rio gerou mobilização no governo federal, com agendas dos ministros Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública), Macaé Evaristo (Direitos Humanos) e Anielle Franco (Igualdade Racial, que viajaram ao estado na última semana e se reuniram com o governador carioca.

Cláudio Castro teve compromissos em Brasília nesta terça, também para ações relacionadas ao tema. Como antecipado pelo Giro, Caiado e outros governadores de direita se articulam para levar propostas de emendas ao projeto de lei antifacção, proposto por Lula, à Câmara dos Deputados. O goiano afirmou que os integrantes do recém-criado “Consórcio da Paz” terão agenda com o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).

<h2>Terrorismo</h2>

Caiado espera propor alterações no caso de réus ligados a facções como o fim da audiência de custódia, em medida que também valeria para reincidentes; fim das saídas temporárias; alterar as frações de progressão de pena de um sexto para três quintos; fim das visitas íntimas; e gravação de audiências com advogados. Além disso, há a intenção de reconhecer facções como terroristas.

O governador contou, em entrevista coletiva concedida nesta terça-feira, que mantém conversas com deputados e senadores e confirmou a intenção de efetivar alterações no projeto. “Então, nós vamos atuar fortemente na lei anti-facção. Aí sim, serão emendas com grande apoiamento dentro do Congresso Nacional, porque vai de acordo com o sentimento da população. A pauta de segurança não é porque nós escolhemos, é a população pedindo”.

Caiado voltou a criticar a PEC da Segurança Pública proposta pela gestão Lula. “Já mostrei a farsa que era essa PEC. Porque na verdade o governo federal queria tomar o comando de todas as polícias no Brasil. Nós pagamos e ele dá as ordens. Então, a máscara caiu. Tomar aquilo que a Constituição de 1988 deu a nós, governadores, que é a prerrogativa de nós definirmos as diretrizes gerais de segurança dos nossos espaços. Isso aí já está garantido”, afirmou.

Caiado rebate fala de Lula sobre "matança" no Rio e incita "duelo"

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Eleições 2026

Vídeo Caiado parabeniza operação no Rio

WEBSTORIES: Caiado disponibiliza tropas de Goiás ao governador do Rio de Janeiro após operação contr

A ação que foi promovida pelo governador Cláudio Castro é o tipo de ação que o senhor apoiaria caso fosse presidente?

<a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-e-comitiva-de-governadores-devem-ir-ao-rj-oferecer-apoio-a-claudio-castro-apos-megaoperac-o-1.3330138" target="_self">Me solidarizei com ele em rede social</a>, liguei, estarei com ele nesta quinta junto com outros governadores de Estado, por ter agido no sentido de devolver o Rio de Janeiro ao seu povo, tá certo? Merece o reconhecimento de uma atitude que foi pra resgatar ali a ordem, a lei, a liberdade das pessoas não serem chacinadas, como foi uma senhora idosa anteontem, um jovem, as barbáries cometidas lá. Não só eu, mas o Brasil realmente deseja que haja uma independência do cidadão em poder viver nas suas comunidades. Então, aquilo que ele fez foi exatamente cumprindo a função de governador do estado. Se essas ações terão apoio no meu governo, de combate aos faccionados? Terão, até porque já disse que o meu segundo ato (em caso de vitória na disputa à Presidência) vai ser encaminhar um projeto de reconhecimento de terrorista às facções.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/operac-o-policial-no-rio-ultrapassa-carandiru-e-se-torna-a-mais-letal-do-pais-1.3329997" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px;" target="_blank">Operação policial no Rio ultrapassa Carandiru e se torna a mais letal do país</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/quatro-criminosos-de-goias-est-o-entre-os-mortos-em-megaoperac-o-no-rio-de-janeiro-diz-governo-1.3330008" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px;" target="_blank">Quatro criminosos de Goiás estão entre os mortos em megaoperação no Rio de Janeiro, diz governo</a> 
<a href="https://opopular.com.br/politica/caiado-disponibiliza-tropas-de-goias-ao-governador-do-rio-de-janeiro-apos-operac-o-contra-facc-o-criminosa-1.3329897" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px;" target="_blank">Caiado disponibiliza tropas de Goiás ao governador do Rio de Janeiro após operação contra facção criminosa</a></div>

Mas em uma operação como essa, em que morrem centenas de pessoas, está sujeito a morrer pessoas inocentes. Não seria melhor, por exemplo, combater o crime organizado como operações como a Carbono Oculto, que rastreou o dinheiro?

Não. Primeiro, você tá falando duas coisas distintas. Carbono Oculto foi dentro de escritórios, na Faria Lima, né? Eu não sei se tem alguma Faria Lima que tá com drone, com granada, nem com fuzil. Certo? Segundo lugar, não teve nada disso. Você tá falando que atingiu, quais civis foram atingidos? Tiveram quatro civis, nenhum foi a óbito, foram ferimentos leves. E ao mesmo tempo, a polícia fez com que eles se deslocassem, então não tem nada de improviso. Teve uma ação no sentido de deslocá-los para fora da comunidade e o combate se deu dentro de uma mata. Foram eles que lançaram granada e bombas utilizando os drones. Agora, o combate maior foi fora da comunidade, do Complexo do Alemão e da Penha. Tanto é que o projeto foi muito bem estudado, ou seja, a operação foi muito bem estudada, que eles tinham conhecimento que a maior parte dos líderes do Comando Vermelho estariam lá, e também sabiam toda a trajetória que eles iriam percorrer. Então, não teve nada de improviso.

&nbsp;

No discurso dos ministros Ricardo Lewandowski (Justiça) e Fernando Haddad (Fazenda), eles citaram as operações de inteligência, de estrangulamento financeiro, que seriam mais assertivas...

Olha, o Lewandowski está, numa situação... Como se diz, talvez a sinceridade disse ali: num desfile do rei, o rei está nu. Eles hoje estão desesperados, porque eles negaram apoio ao Rio de Janeiro. Certo? Hoje ainda o diretor-geral da Polícia Federal comunica que foi informado (da operação). O governador Cláudio Castro fez o pedido dos blindados, o pedido foi negado. Isso tudo documentado. Então, eles estão assim, desesperados, estão tentando criar narrativas que eles não dão o bom exemplo. Veja bem, o Rui Costa foi um dos que estava fazendo esse mesmo comunicado. Por que ele não faz com a Bahia, que tá 100% sequestrada pelo narcotráfico? Hoje, ele é o ministro mais importante do governo, e o governador foi secretário de estado dele. Mas eu vou lhe dizer mais ainda da importância disso. Sabe quantos faccionados do Comando Vermelho de Goiás estão no Rio de Janeiro? Quarenta e sete. Sabe quantos estão? Ou seja, nos que morreram, quantos são de Goiás até agora? Quatro. Chefes de facção. Não é apenas o problema do Rio de Janeiro. O Rio de Janeiro foi punido por ter ali uma área livre pra bandido. Ali era o resort do crime no Rio de Janeiro, conforme ficou conhecido. E ali não tem apenas criminosos ou faccionados do Rio de Janeiro. Do Brasil todo está lá. Não é um problema só do Rio de Janeiro, (é) de todos nós. Todos nós.

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A aprovação da PEC da Segurança voltou a ser colocada como essencial neste cenário. A agilização dela será uma pauta dos governadores, que ainda buscam fazer novas alterações no texto para ampliar o financiamento federal na área? O senhor vai buscar isso?

Bom, já apresentei, não só uma PEC, como também discuto ela em todo momento. A minha, a PEC da Segurança Pública que entendo como sendo, aí sim, uma emenda à Constituição, são ações que deveriam ser incluídas na PEC. Não a PEC do governo federal, porque é pra tirar o comando das polícias dos governadores. Tá certo? Então, a PEC minha eu já apresentei como sugestão ao ministro Lewandowski.

&nbsp;

O senhor pretende mesmo enviar forças policiais goianas para o Rio de Janeiro? Se sim, como que deve funcionar?

Olha, isso foi um sentimento generalizado, não só meu, mas de todos os governadores hoje. Nós tivemos uma videoconferência pela manhã e todos realmente se propuseram a enviar forças para apoiar as forças de segurança do Rio de Janeiro. E nós estaremos com o governador Cláudio Castro pra poder respaldá-lo pela ação que ele promoveu no Rio de Janeiro.

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"Governo Lula está tentando criar narrativa contra a operação", afirma Caiado

Operação Contenção

Alertas sobre a degradação do Cerrado são constantes e preocupantes. Mas em tempos de avalanche de informações, após os suspiros, sigamos para as próximas notícias. Porém com a realização da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30) no Brasil, notícias sobre o Cerrado retornam. Mas qual é a relação do Cerrado com a COP 30? Afinal, o evento será em Belém, na capital Pará, na Amazônia, o “coração verde do planeta”, e o que o Cerrado tem a ver com isso?

Sim, o Cerrado é essencial para o debate das mudanças climáticas, não apenas para o Brasil, mas para o mundo. No entanto, é um tipo de primo pobre entre os biomas brasileiros, tratado de forma marginal no que se refere as políticas públicas de proteção. Por exemplo, 57,3% do território da Amazônia é protegido por unidades de conservação e terras indígenas, enquanto do Cerrado são apenas 8,7%.

Por outro lado, ele é muito valorizado para que o Brasil permaneça com a sua sina de roça do mundo, com a exportação de commodities, na mesma lógica dos ciclos econômicos da colonização portuguesa, através do comércio do pau-brasil, cana-de-açúcar, ouro, cacau, café, algodão e borracha.

Mas atualmente, a vocação de fazenda, se caracteriza como uma forma de neocolonialismo pautado na venda da soja (15%), óleos brutos de petróleo (14%), minério de ferro (9,1%), açúcares (5,5%), óleos combustíveis de petróleo (3,6%), carne bovina (3,2%), farelo de soja (3,1%), celulose (3,1%), café não torrado (3%), carnes de aves (2,6%), dados oficiais de 2024, referente aos 10 produtos mais exportados pelo país.

Os números da exportação tiveram poucas mudanças ao longo das últimas décadas e o Cerrado tem total relação com os mesmos, pois 44,2% do seu território é ocupado pela agropecuária. Segundo o MapBiomas 77% da área de agropecuária no Brasil é ocupada por pastagem, soja e cana, e é no Cerrado que são produzidas mais da metade da soja e dois terços da cana, sem ignorar que 26% do seu território está ocupado por pastagens.

Mas também, boa parte da produção localizada fora, depende diretamente dele, pois é nele que nascem as principais bacias hidrográficas do país, no “berço das águas” do Brasil. Foram identificadas no Cerrado mais de 11 de plantas nativas, cerca de 200 espécies de mamíferos, 900 de aves, 1.200 peixes, 180 de répteis, 150 anfíbios.

Sem ignorar os invertebrados, aproximadamente 320 mil, dos quais 90 mil são insetos (Embrapa). Mas já se foram 110 milhões de hectares, 49% do total, junto com eles, bilhões de árvores, trilhões de animais e milhares de rios. Outros 21% do Cerrado estão em processo acelerado de destruição, na melhor das hipóteses ainda existem 30% de área preservada.

Pesquisas revelam que a interdependência entre a Amazônia e o Cerrado são vistais para e existência dos mesmos. Então, ou a COP na Amazônia discute com seriedade a questão do Cerrado ou, em um futuro próximo, ambos não existirão, juntamente, com todos nós!

Gabriel de Melo Neto, licenciado, mestre e doutor em Geografia.&nbsp;Professor, extensionista e pesquisador na&nbsp;Faculdade de Educação da Universidade Federal de Catalão (UFCAT)

Os artigos publicados não refletem a opinião de O POPULAR. Sua publicação obedece ao propósito de estimular e fomentar a diversidade e o debate de temas locais, nacionais ou mundiais.

COP 30: e o Cerrado?

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Gabriel de Melo Neto

Com o tão esperado encontro com o presidente Lula e os avanços das negociações entre EUA e Brasil, na Malásia, e a não tão esperada assim vitória do partido de Javier Milei, La Liberdad Avanza (LLA), na Argentina, Donald Trump avançou no domingo na aproximação com as duas maiores economias da América do Sul e na estratégia para tentar conter o movimento da região rumo à China.A conversa de Trump e Lula foi dentro do esperado, na forma e no conteúdo. Abriu espaço para a foto dos dois presidentes sorridentes, com ar amigável, para a entrega de um documento focado no que realmente interessa ao Brasil, redução de tarifas e fim de sanções políticas, e para a reta final das negociações técnicas, inclusive com reuniões ministeriais já na Malásia.Quanto à Argentina: vencer no domingo em 14 dos 24 distritos eleitorais, com mais de 40% dos votos em nível nacional, deu a Milei a chance de ampliar suas alianças para o centro liberal e dobrar a aposta nas suas reformas radicais. Deu a ele, principalmente, um troféu para dividir com Trump - que, de certa forma, financiou o resultado.A vitória veio depois de Trump despejar uma fortuna no País, dizer que a Argentina estava “morrendo”, “sem nada”, e condicionar seu apoio futuro a Milei aos votos de domingo. Agora, Milei pode respirar aliviado, convencer Trump de que a Argentina tem sobrevida e manter o apoio decisivo dos EUA.Mas o jogo continua. O Brasil avançou nas negociações com Trump, mas não está perfeitamente claro até onde elas vão, e a Argentina mantém sua galinha dos ovos de ouro, mas vai continuar o tempo todo sob pressão. Trump está no ataque; Brasil e Argentina, na defesa.A posição do Brasil parece mais confortável, por ser mais rico, maior e mais estável e pelo momento político. Milei é aliado ideológico de Trump, e Lula está longe disso, mas ele lidera as pesquisas para 2026. Já Milei foi derrotado em Buenos Aires nas eleições provinciais de 7 de setembro e enfrenta crises e protestos de rua.E a principal diferença é que o Brasil não pede nada demais a Trump, apenas o reconhecimento de que suas tarifas e sanções são injustas, enquanto a Argentina, entra governo, sai governo, é um saco sem fundo e custa uma fortuna a Trump, que deu, não uma mãozinha, mas US$ 20 bilhões para Milei vencer o fantasma do peronismo no domingo.“Você é um grande amigo”, agradeceu Milei. Trump, porém, não é amigo de ninguém e o jargão “é a economia, estúpido!” evoluiu para “é o MAGA, estúpidos!” É isso que define as relações dos EUA com Brasil e Argentina e seu impacto nas duas economias.