O Prêmio Nobel em Fisiologia ou Medicina de 2025 vai ser dividido entre o trio de pesquisadores formado pelos americanos Mary Brunkow, 63, e Fred Ramsdell, 64, e pelo japonês Shimon Sakaguchi, 74. Os três, cujos nomes foram anunciados nesta segunda-feira (6), desenvolveram trabalhos fundamentais para compreender a chamada tolerância imunológica periférica, um dos processos pelos quais o organismo consegue distinguir entre ameaças reais vindas de fora e seus próprios componentes.

Esse processo é essencial para que as células do sistema de defesa do organismo, ou sistema imune, não se voltem contra os próprios componentes do corpo, um fenômeno que, quando desencadeado, leva às chamadas doenças autoimunes (como, por exemplo, a diabetes tipo 1 e a esclerose múltipla).

Esse reconhecimento deriva, entre outras coisas, da capacidade das células do sistema de defesa de reconhecer moléculas na superfície de micróbios invasores, distinguindo-as, assim, das moléculas que existem na superfície das células do próprio organismo.

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Na chamada tolerância imunológica central, a qual, como o nome diz, acontece num único "centro de processamento" do organismo, o timo, uma pequena glândula localizada perto do coração. No timo, células de defesa com potencial para atacar o próprio corpo são eliminadas.

Mas esse processo não é totalmente eficiente, e o restante do trabalho de controle desse risco pelo organismo cabe à tolerância imunológica periférica.

Em 1995, Sakaguchi, que é professor da Universidade de Osaka (Japão), identificou um novo tipo de célula do sistema imune que estava envolvida com esse processo de controle. Já em 2001, Brunkow e Ramsdell, que estudavam uma variedade de camundongos que era muito suscetível a doenças autoimunes, verificaram que o problema se devia a uma alteração no gene conhecido como Foxp3.

O pesquisador japonês, então, completou o quebra-cabeças ao constatar que o gene também estava por trás do desenvolvimento específico das células que estudara antes, hoje designadas como células T regulatórias.

O papel das células T regulatórias é fazer o "controle de qualidade" de outras células do sistema imune que escaparam da vigilância do timo, garantindo que não haja um ataque errôneo delas contra o resto do organismo.

Esse conhecimento é útil para enfrentar não apenas as doenças autoimunes propriamente ditas como também para a busca de formas mais eficientes de transplante de órgãos, que dependem justamente da capacidade de segurar os ataques do sistema de defesa.

Além disso, os dados também são valiosos para abordagens contra o câncer. Isso porque os tumores nascem a partir de células do próprio organismo cuja multiplicação se descontrola, e há uma dificuldade de o sistema imune reconhecer como e quando atacá-las por suas características semelhantes às do organismo saudável.

Brunkow hoje trabalha no Instituto de Biologia de Sistemas de Seattle (noroeste dos Estados Unidos), enquanto Ramsdell é conselheiro científico da empresa Sonoma Biotherapeutics, na Califórnia.

<h2>Entrega das láureas&nbsp;</h2>

A cerimônia de entrega das láureas em Estocolmo, na Suécia, está agendada para 10 de dezembro, aniversário da morte do químico sueco Alfred Nobel (1833-1896). Cada um dos ganhadores receberá um diploma feito por um artista sueco ou por um norueguês, uma medalha de ouro e 11 milhões de coroas suecas, montante equivalente a R$ 6,3 milhões na cotação atual.

Em 2024, a láurea nessa categoria ficou com os americanos Victor Ambros e Gary Ruvkun, pela descoberta de pequenas moléculas chamadas microRNAs e seu papel na ativação e desativação de trechos do material genético.

Com a premiação desta segunda-feira (6), chega a 116 o número de vezes que a láurea foi entregue nessa categoria, desde 1901 —isso não ocorreu apenas nove vezes, de 1915 a 1918, em 1921, 1925 e de 1940 a 1942. Até hoje, nenhuma pessoa o recebeu mais de uma vez.

A pessoa mais jovem a receber o prêmio de Fisiologia ou Medicina foi Frederick G. Banting (1891-1941). O canadense tinha 31 anos em 1923 quando dividiu a láurea com o escocês John James Rickard Macleod (1876-1935) pela descoberta da insulina.

Já o americano Peyton Rous (1879-1970) foi a pessoa mais velha a ganhar o prêmio. Em 1966, ele tinha 87 anos quando recebeu a láurea pela descoberta de vírus que induzem ao desenvolvimento de tumores. Além dele, o prêmio naquela categoria foi entregue ao canadense Charles B. Huggins (1901-1997) por suas descobertas relacionadas ao tratamento hormonal de câncer de próstata.

Em duas ocasiões, a láurea foi entregue a casais. A primeira se deu em 1947, com os austro-húngaros Gerty Theresa Cori (1896-1957) e Carl Ferdinand Cori (1896-1984), laureados pela descoberta do curso da conversão catalítica do glicogênio. A segunda veio já neste século, em 2014, com os noruegueses May-Britt Moser e Edvard I. Moser por descobertas de células que constituem um sistema de posicionamento no cérebro.

Também já houve casos em que o pai e mais tarde o filho receberam a láurea. Hans von Euler-Chelpin (1873-1964) ganhou o Nobel em Fisiologia ou Medicina em 1929 e seu filho Ulf von Euler (1905-1983) em 1970. Isso se repetiu mais tarde com Sune K. Bergström (1916-2004) e Svante Pääbo, ganhadores em 1982 e 2022, respectivamente.

Nobel de Medicina de 2025 vai para descobertas sobre tática que controla defesas do corpo

Nobel de Medicina de 2025 premia três pesquisadores por descobertas sobre tolerância imunológica

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<img attr-cid="policy:1.3295089" attr-version="policy:1.3295089:1754055632" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3295089/dona_procópia_premio_nobel_da_paz.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Matriarca da Comunidade Calunga tem quase um século de vida e décadas de luta (Arquivo pessoal/Lourdes Fernande)

Entre as veredas da Chapada dos Veadeiros, o Globo Repórter resgatou e apresentou ao Brasil a história de dona Procópia dos Santos Rosa, de 92 anos. Matriarca e ícone da Comunidade Calunga, ela foi eleita para uma lista de 52 mulheres brasileiras a receber o Prêmio Nobel da Paz coletivo com outras 1000 mulheres em todo o mundo, em 2005.&nbsp;

Porém, o grupo não foi agraciado com a premiação, mas só a indicação é para o povo quilombola um reconhecimento da luta dessa mulher descendente direta de ex-escravos e que não foi alfabetizada.&nbsp;

Ao ser entrevistada pelo Globo Repórter, ela relembrou a própria trajetória com a mesma simplicidade que sempre carregou nos passos. Para Procópia, a indicação ao Nobel teve a ver com a atuação dela na comunidade.&nbsp;

<cite>O trabalho de eu correr atrás para melhorar as coisas daqui, porque aqui não tinha nada", recorda a matriarca.</cite>

Sem uma data de fundação, o registro do povoamento da região por ex-escravos se funde com a história de Procópia, que relata de um período que eram os filhos que registravam os pais nos cartórios.&nbsp;

<cite>A metade do povo não tinha documento. Eu mesmo não tinha registro, não. Quem me registrou foi meu filho", conta ela na entrevista.&nbsp;</cite>

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/lider-calunga-recebe-da-ueg-titulo-de-doutor-honoris-causa-em-monte-alegre-de-goias-1.2969" target="_self">Líder calunga recebe da UEG título de Doutor Honoris Causa em Monte Alegre de Goiás</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/museu-iaia-procopia-preserva-memoria-de-matriarca-calunga-1.2278216#state=4806812f-3c6d-47b0-bf53-67e2ebe30d3e&amp;session_state=6971b894-259e-4d3e-aa43-8e5797989f5b&amp;code=9ae839a7-88f3-44bc-beff-57b15c5cdbe6.6971b894-259e-4d3e-aa43-8e5797989f5b.b9b3328a-640e-4deb-9f63-4c9096be6cf7" target="_self">Museu Iaiá Procópia preserva memória de matriarca Calunga</a> 
<a href="https://opopular.com.br/magazine/globo-reporter-desta-sexta-feira-25-segue-com-a-expedic-o-ao-brasil-central-1.3292143" target="_self">'Globo Repórter' desta sexta-feira (25) segue com a expedição ao Brasil Central</a></div>

Ela conta que ao longo dos anos buscou infraestrutura para o local, como "estrada, escola, luz, água... Quando eu ia na reunião, pedia para a comunidade toda." Sobre o quase um século de vida, Procópia afirma que "a vida passa rápido".&nbsp;

<cite>Eu morro feliz, que corri e cansei, mas meu povo está bem", poetizou a ex-candidata ao Nobel.&nbsp;</cite>

<h2>"1000 Mulheres pela Paz"</h2>

Iniciativa internacional, a lista de "1000 Mulheres pela Paz" foi&nbsp; liderada pela associação suíça "Mulheres pela Paz ao Redor do Mundo". Em 2005, a entidade selecionou em todos os países do mundo mulheres com delegado da defesa da justiça e dos direitos humanos.&nbsp;

Ao Brasil, a seleção das 52 vozes femininas para compor o grupo ficou a sob responsabilidade da "Associação Mulheres pela Paz", liderado pela ativista Clara Schaaf, que completou 100 anos, no mês passado.&nbsp;

<ul>
	<li><a href="https://www.whatsapp.com/channel/0029Va9rbSgCHDyl4gQj7A1C" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a></li>
</ul>

Ao POPULAR, a diretora executiva da entidade, Vera Vieira, relembrou como foi o processo de escolhas das brasileiras e como foi o processo envolvendo também a dona Procópia. Ela ressaltou que essa iniciativa partiu de uma deputada da Suíça, que fundou a ONG "Mulheres pela Paz ao Redor do Mundo", que convidou todos os países para participar.&nbsp;

<cite>Cada país tinha uma cota de pessoas e o Brasil tinha 52, teve 52 mulheres indicadas das mais diversas áreas de atuação. Então, obviamente que a dona Procópia que é extremamente conhecida pelo trabalho dela, junto às quilombolas, aos quilombolos, foi eleita", ressalta Vieira.&nbsp;</cite>

A executiva lamentou que o coletivo não recebeu o prêmio. Contudo, segundo ela, essas mulheres continuam com mais representatividade na luta diária pela "paz, contra a violência doméstica, pelo empoderamento feminino".&nbsp;

<cite>Então, a dona Procópia continua sendo uma grande referência para o Brasil e para o mundo", pontuou Vieira.&nbsp;</cite>

<img attr-cid="policy:1.3295088" attr-version="policy:1.3295088:1754055563" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3295088/dona_procópia_da_comunida_kalunga.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
D. Procópia com a neta Lourdes Fernande (Arquivo pessoal/Lourdes Fernande)

Comunidade Calunga&nbsp;

A Comunidade Calunga do Riachão, onde vive dona Procópia, está situada no maior território quilombola do Brasil e abrange Cavalcante, Monte Alegre e Teresina de Goiás, no nordeste de Goiás. As montanhas serviram de refúgio para a resistência à escravidão.&nbsp; 
 
<cite>Ela é descendente de seres humanos que foram colocadas em condição de escravos", contou a neta de Procópia, a a professora e poeta&nbsp;Lourdes Fernandes de Sousa, conhecida como Bia Kalunga.</cite>&nbsp;

Durante décadas, foi ela quem levantou a voz nas assembleias, cobrou das autoridades e mobilizou o povo. Por tudo isso, Lourdes Fernandes de Sousa disse ao POPULAR&nbsp;que tudo isso foi o motivo para alguém desconhecido ter feito o cadastro dela para a lista das 1000 mulheres ao prêmio.&nbsp;

<cite>A Procópia foi indicada ao prêmio Nobel da Paz, em 2005, por causa de todas as ações de luta que ela representava, representou e representa até os dias de hoje", pontua a neta.</cite>

Além dessa indicação, Bia ressalta que a avó recebeu o <a href="https://opopular.com.br/cidades/lider-calunga-recebe-da-ueg-titulo-de-doutor-honoris-causa-em-monte-alegre-de-goias-1.2969" target="_self">título de Doutor Honoris Causa</a>. Essa homenagem foi da Universidade Estadual de Goiás (UEG), em 2022. 
&nbsp;

<img attr-cid="policy:1.3295087" attr-version="policy:1.3295087:1754055447" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3295087/calunga_em_goias.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Museu Iaiá Procópia mantém viva a história da matriarca Calunga (Arquivo pessoal/Lourdes Fernande)

Museu Iaiá Procópia&nbsp;

Para atender a um antigo desejo da avó, Lourdes Fernandes cita que criou o <a href="https://opopular.com.br/magazine/museu-iaia-procopia-preserva-memoria-de-matriarca-calunga-1.2278216" target="_self">Museu Iaiá Procópia</a>, um espaço comunitário e cultural situado na comunidade quilombola de Monte Alegre de Goiás.

Erguido ao lado da casa onde Dona Procópia vive, o museu é um tributo ao modo de vida calunga — sua história, suas tradições e sua resistência. O local guarda memórias afetivas e culturais de um povo que sempre transmitiu seus conhecimentos pela oralidade.

Entre os objetos expostos, itens do cotidiano da comunidade se misturam a livros, teses e dissertações de pesquisadores que estudam o universo calunga.

Veja lista completa das brasileiras indicadas ao Nobel da Paz&nbsp;

<ul>
	<li>Alzira dos Santos Rufino</li>
	<li>Albertina Duarte Takiuti</li>
	<li>Ana Maria Machado</li>
	<li>Benedita da Silva</li>
	<li>Concita Maia</li>
	<li>Creuza Maria Oliveira</li>
	<li>Eliane Potiguara</li>
	<li>Elizabeth Teixeira</li>
	<li>Elza Salvatori Berquó</li>
	<li>Elzita Santa Cruz Oliveira</li>
	<li>Eva Blay</li>
	<li>Fátima Oliveira</li>
	<li>Givânia Maria da Silva</li>
	<li>Heleieth Saffioti</li>
	<li>Helena Greco</li>
	<li>Jacqueline Pitanguy</li>
	<li>Joenia Batista de Carvalho</li>
	<li>Jurema Batista</li>
	<li>Lair Guerra de Macedo</li>
	<li>Leila Linhares</li>
	<li>Lenira Maria de Carvalho</li>
	<li>Luci Choinacki</li>
	<li>Luiza Erundina de Souza</li>
	<li>Mãe Hilda Jitolu</li>
	<li>Mãe Stella de Azevedo Santos</li>
	<li>Mara Régia di Perna</li>
	<li>Margarida Genevois</li>
	<li>Maria Amélia de Almeida Telles</li>
	<li>Maria Berenice Dias</li>
	<li>Maria José Araújo de Oliveira</li>
	<li>Maria José Rosado Nunes</li>
	<li>Marina Silva</li>
	<li>Mayana Zatz</li>
	<li>Moema Libera Viezzer</li>
	<li>Niéde Guidon</li>
	<li>Nilza Iraci Silva</li>
	<li>Procópia dos Santos Rosa</li>
	<li>Raimunda Gomes da Silva</li>
	<li>Rose Marie Muraro</li>
	<li>Ruth de Sousa</li>
	<li>Schuma Schumaher</li>
	<li>Sílvia Pimentel</li>
	<li>Sueli Pereira Pini</li>
	<li>Therezinha de Godoy Zerbini</li>
	<li>Vanete Almeida</li>
	<li>Zenilda Maria de Araújo</li>
	<li>Zezé Motta (Maria José Motta)</li>
	<li>Zilda Arns Neumann</li>
	<li>Zuleika Alambert 
	&nbsp;</li>
</ul>

Conheça história da goiana que já foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz

Cidades

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RECONHECIMENTO INTERNACIONAL 

A violência letal segue em queda em Goiânia, de acordo com dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025, divulgado nesta quinta-feira (24). A cidade é a 6ª mais segura do País, entre todas as capitais e o Distrito Federal, em mortes violentas intencionais (MVIs), índice que corresponde à soma das vítimas de homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e mortes decorrentes de intervenções policiais dentro e fora de serviço.

Com uma taxa de MVI de 14,9 mortes por 100 mil habitantes, Goiânia ficou atrás apenas de Porto Alegre (14,7), Cuiabá (14,5), Florianópolis (10,4), São Paulo (7,9) e DF (8,9). A média nacional foi de 20,4, de acordo com a publicação realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Em números absolutos, Goiânia registrou 222 mortes violentas intencionais em 2024, contra 265 em 2023, uma redução de 16,2%. A queda das MVIs fez a cidade subir da 7ª posição, no ano anterior, para a 6ª entre as capitais menos violentas. A redução ocorreu em praticamente todos os crimes que formam o índice, exceto feminicídio, que segue estável (leia mais na página ao lado).&nbsp;

Goiânia segue um padrão de queda de mortes violentas registrado em Goiás como um todo. Dentro do recorte por 100 mil habitantes, a média de homicídios no Estado, no ano passado, foi de 18,8. O dado é comemorado pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-GO) por ser a primeira vez na série histórica que esse índice fica abaixo da média nacional.&nbsp;

Titular do SSP, o coronel Renato Brum destaca que as mortes violentas intencionais registradas no Estado apresentam uma redução gradativa nos dados do anuário, com as seguintes taxas: 39,3 (2018); 32,3 (2019); 31,3 (2020); 26,1 (2021); 24,8 (2022); 22,5 (2023); e 18,8 (2024).

Em números absolutos é possível visualizar a redução em vidas perdidas a partir de 2018, quando Goiás registrou 2.705 homicídios e a curva de mortes violentas era predominantemente ascendente. A partir daí, a queda ocorreu ano após ano: 2.251 (2019); 2.209 (2020); 1.863 (2021); 1.784 (2022); 1.636 (2023); e 1.379 (2024).&nbsp;

A segurança na capital é maior também quando se considera os crimes de menor potencial ofensivo. De 2023 para 2024, houve redução em roubo de veículos (-29,6%); furto de veículos (-23,4%), roubo de celulares (-31%), furto de celulares (-24,5%), roubos a estabelecimentos comerciais (-30,9%); roubos a residência (-17,4%); roubo a transeunte (-30,1%);e roubo de carga (-46,9%). Nenhum roubo a instituição financeira teve registro no último ano.

&nbsp;

Goiânia é a 6ª capital mais segura do País, revela anuário

Levantamento

Webstories - Tentativas de feminicídio crescem 10% em Goiás

Apesar de o <a href="https://opopular.com.br/cidades/feminicidios-e-estupros-crescem-no-brasil-mostra-anuario-da-seguranca-1.3291964" target="_self">número de feminicídios em Goiás</a> ter permanecido estável entre 2023 e 2024, outros tipos de violência contra a mulher cresceram. Conforme dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2025, divulgado nesta quinta-feira (25), Goiás registrou aumento nas tentativas de feminicídio, ameaças, perseguições – também chamada de stalking – e violência psicológica.

Conforme os números do anuário, em 2024, Goiás registrou 56 feminicídios, mesmo quantitativo registrado em 2023. A última vez que o Estado teve um aumento expressivo de casos foi entre 2020 e 2021, quando os feminicídios saltaram de 44 para 54. A tendência de estabilização de Goiás difere do leve crescimento de 1,15% apresentado no Brasil.

De modo geral, o perfil das <a href="https://opopular.com.br/cidades/retrospectiva-2024-feminicidio-um-desafio-a-ser-vencido-1.3215200" target="_self">vítimas de feminicídio no Brasil</a> no ano passado foram mulheres, negras (63,6%) e jovens (de 18 a 44 anos, que representam 70,5% das vítimas). A maioria delas foi morta dentro de casa (64,3%) por seus companheiros ou ex-companheiros (79,8%), que utilizaram de arma branca (48,4%) ou arma de fogo (23,6%) como instrumento do crime. Considerando os feminicídios com autoria conhecida, em 97% dos casos os autores eram homens. O anuário ainda mostra que, em Goiás, seis casos foram de feminicídios seguidos do suicídio do autor.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/feminicidios-e-estupros-crescem-no-brasil-mostra-anuario-da-seguranca-1.3291964" target="_self">Feminicídios e estupros crescem no Brasil, mostra Anuário da Segurança</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/9-a-cada-10-agress-es-a-mulheres-tiveram-testemunhas-aponta-pesquisa-1.3239366" target="_self">9 a cada 10 agressões a mulheres tiveram testemunhas, aponta pesquisa</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/retrospectiva-2024-feminicidio-um-desafio-a-ser-vencido-1.3215200" target="_self">Retrospectiva 2024: Feminicídio, um desafio a ser vencido</a></div>

Especialistas consultadas pelo POPULAR apontam que a estabilização dos feminicídios em Goiás não significa uma diminuição da <a href="https://opopular.com.br/cidades/9-a-cada-10-agress-es-a-mulheres-tiveram-testemunhas-aponta-pesquisa-1.3239366" target="_self">violência contra a mulher</a> no Estado. “São 56 novas mortes de mulheres que morreram em razão de serem mulheres. Se elas continuam morrendo, tem uma falha sistêmica”, frisa Jully Anne Ribeiro, socióloga e pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisa Sobre Criminalidade e Violência (Necrivi) da Universidade Federal de Goiás (UFG). Para ter ideia, as tentativas de feminicídio cresceram 10% quando comparados os anos de 2023 (170) e 2024 (187). O aumento ficou abaixo do avanço nacional (19,5%).

Nesse contexto, ainda é apontada a possibilidade de subnotificação dos feminicídios pelo fato de as notificações acontecerem, majoritariamente, nos casos em que a morte decorre de violência doméstica. “Existe um enviesamento na forma como o feminicídio é julgado”, explica Jully Anne. Dessa forma, os casos que ocorrem fora do ambiente doméstico tendem a não ser tipificados como feminicídio. Em 2024, foram registrados 119 homicídios de mulheres (incluindo feminicídios), número 7% menor do que os 128 casos de 2023. A proporção de feminicídios em relação aos homicídios de mulheres foi de 47,1% no ano passado.

<div attr-cid="policy:1.3292381" attr-version="policy:1.3292381:1753448502" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3292381" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3292381', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3292381">Webstories - Tentativas de feminicídio crescem 10% em Goiás (1.3292381)</a></div>

Há dez anos, foi promulgada uma lei federal que prevê o feminicídio como circunstância qualificadora do crime de homicídio doloso. Pela legislação brasileira, o feminicídio está configurado quando a morte de uma mulher ocorre no contexto de violência doméstica e familiar ou em razão do menosprezo ou discriminação à condição de mulher. Em 2024, houve uma mudança que transformou o feminicídio em crime autônomo. Na prática, isso significa que o feminicídio ganhou um artigo próprio no Código Penal Brasileiro (CPB), com pena de 20 a 40 anos de reclusão. “O que pode ajudar nessa questão da subnotificação”, pontua Bartira Miranda, conselheira do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

<h2>Outros crimes</h2>

Assim como as tentativas de feminicídios, as tentativas de homicídios de mulheres também cresceram em Goiás entre 2023 e 2024. O aumento foi de 2,6%. Em número absolutos, foram 393 casos no ano passado. O Estado também registrou crescimento do crime de ameaça, que alcançou 32 mil registros em 2024, um avanço de 4,1%. O crime de perseguição aumentou 8% e alcançou 4 mil registros. Já o de violência psicológica atingiu 3 mil casos, com crescimento de 8,2%. A queda ficou por conta das lesões corporais dolosas contra mulheres, que saíram de 5,2 mil casos, em 2024, para 4,7 mil, em 2024 – uma redução de 9,4%.

Tanto a perseguição quanto a violência psicológica são crimes relativamente novos no CPB. Eles foram inseridos em 2021, o que ajuda a explicar parte do crescimento dos registros. “Por um lado, é bom (o aumento dos registros). Significa que as mulheres estão conseguindo denunciar”, explica Jully Anne. Ao mesmo tempo, o cenário mostra como a violência está inserida no dia a dia das mulheres goianas. “É um indicador de que os agressores estão caminhando para outra lógica de crime, de controle e intimidação”, frisa a socióloga.

<h3>Medidas protetivas</h3>

Nesta edição, o anuário trouxe, de forma inédita, o crime de descumprimento de medida protetiva de urgência (MPU). No Brasil, foram 101,6 mil medidas descumpridas em 2024. Em Goiás, foram 5 mil, número que cresceu 22,7% em relação aos 4 mil registros de 2023. As MPUs, mecanismo implementado pela Lei Maria da Penha, são uma das principais estratégias do poder público para proteger mulheres vítimas de violência e para prevenção do agravamento da violência sofrida. Na prática, elas impedem que os agressores se aproximem das vítimas.

De acordo com especialistas, esses descumprimentos ilustram as limitações em termos de efetividade das medidas protetivas, especialmente no interior do Estado, onde existe uma quantidade menor de serviços especializados destinados à proteção das mulheres. Em Goiás, pelo menos cinco vítimas de feminicídio estavam com uma MPU ativa no momento do óbito em 2024. “A violência contra a mulher existe e é preocupante. Ainda não temos uma resposta estatal adequada”, finaliza Bartira Miranda, conselheira do FBSP.

<img attr-cid="policy:1.3292318" attr-version="policy:1.3292318:1753408373" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3292318/250725-vidt_pontadoiceberg.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" />

Números mostram que violência contra a mulher persiste em Goiás

Segurança pública

FOTOS DA Haval H6 HEV One

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Haval H6 HEV One (Divulgação / GWM)

A GWM Brasil inicia nesta terça-feira (24) as vendas do Haval H6 HEV One, uma edição limitada de apenas 2 mil unidades, que chega ao mercado por R$ 199.000,00.&nbsp;&nbsp;

Disponível nas cores Preto Hematita, Branco Ágata e Cinza Diamante, o H6 One já está à venda nas concessionárias de todo o país, no site da GWM, no Mercado Livre e no e-commerce da marca.

A série limitada H6 HEV One celebra a liderança da marca no segmento de veículos híbridos no Brasil, bem como o recorde de 3.217 veículos emplacados pela GWM em maio, o melhor resultado mensal desde o início de suas operações no Brasil, em abril de 2023.

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<h2>Destaques</h2>

Baseado na versão Haval H6 HEV2, o H6 HEV One mantém o conjunto híbrido, formado por um motor 1.5 turbo aliado a um motor elétrico que atingem 243 cv e 54 kgfm, mas se diferencia por elementos visuais exclusivos e ajustes em sua lista de equipamentos.

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Entre os destaques, estão as lanternas traseiras vermelhas, que substituiu o acabamento fumê da recém-lançada versão 2025/20525, e as rodas de liga leve com design exclusivo.

No interior, o modelo traz acabamento em black piano, em vez do cinza fosco da linha 25/25. No entanto a série especial mantém a nova logotipia com o GWM em destaque na traseira, que foi adotada a partir da linha 25/25.

O H6 HEV One mantém a lista de equipamentos, recursos de tecnologia e segurança presentes nas versões superiores, além de trazer acabamentos exclusivos.&nbsp; Mas não conta com teto solar panorâmico e abertura elétrica do porta-malas.&nbsp;