O ex-reitor e a reitora em exercício da Universidade Federal de Goiás (UFG), Edward Madureira e Sandramara Chaves participaram no final da manhã desta terça-feira (11) da solenidade de posse das novas diretoras da Faculdade de Enfermagem (FEN), Camila Cardoso Caixeta e Natália Del Angelo Aredes. Durante a cerimônia, ambos falaram da nomeação da professora Angelita Pereira Lima para a reitoria da instituição, contrariando a escolha do Conselho Universitário (Consuni) que enviou para a escolha do presidente Jair Bolsonaro uma lista tríplice com o nome de Sandramara Chaves em primeiro lugar. Angelita era o último nome da relação.Visivelmente abatido e emocionado, Edward Madureira não escondeu a frustração. “O dia será comprido”, disse ele, antes de dizer que se emociona com facilidade. “É muito ruim se emocionar com sentimento ruim, mas eles não vão conseguir tirar o brilho desta festa. É mais um ato covarde, mesquinho e desrespeitoso que se soma a todos os outros.”, afirmou o ex- reitor.Edward Madureira falou de esperança durante a posse da nova diretoria da FEN. “Santo Agostinho nos ensina que a esperança tem duas filhas lindas: a indignação e a coragem. A primeira nos ensina a não aceitar as coisas como elas estão e a segunda a mudá-las. É preciso coragem coragem para enfrentar o ataque às instituições públicas, à democracia e principalmente ao nosso maior valor, que é a autonomia universitária.”Para o ex-reitor da UFG, a decisão do presidente da República de nomear o último nome de lista tríplice esteja ligado ao seu posicionamento quando esteve à frente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). “Nunca me calei. Sempre questionei a nomeação de dirigentes que não eram os primeiros da lista e talvez esteja pagando o preço por não ter ficado em silêncio."Reitora em exercício da UFG até o dia 14, Sandramara Chaves lembrou dos 16 anos que vem trabalhando ao lado de Edward Madureira a quem chamou de “meu irmão”. Ela elogiou Angelita Lima que irá substituí-la, conforme já anunciado pela instituição. “É uma pessoa extremamente competente, que se dedica à UFG. O que está em jogo é a autonomia da universidade, o respeito à comunidade universitária , à decisão do Consuni e o exercício da democracia. É lamentável que esse governo não respeite a universidade pública. O principal agora é preservar nossa instituição, encontrarmos o melhor caminho e unir forças para que a UFG continue mostrando a sua importância.”