Presente em cinco continentes e em três Estados brasileiros, a variante ômicron do coronavírus pode ter desenvolvido mutações a partir do material genético do vírus do resfriado comum, segundo estudo ainda não revisado por pares da empresa de análise dados Nference, de Cambridge, nos EUA. A pesquisa foi publicada na quinta-feira (2) na plataforma OSF Preprints.Os pesquisadores compararam as mutações da ômicron com outras variantes de preocupação do coronavírus, como Alpha, Beta, Gama, Delta, além de outras 1.500 linhagens do SARS-CoV-2, vírus causador covid. Das mutações na proteína spike – principal porta de entrada do vírus no organismo humano – da nova variante, 26 são diferentes das encontradas em cepas anteriores.Venky Soundararajan, que liderou os pesquisadores, disse à Reuters que uma mesma sequência de mutações da ômicron é vista também em um dos coronavírus que causam resfriados, e no vírus da aids. Com a incorporação de fragmentos de outro vírus, a ômicron pode ter adquirido mais facilidade em escapar do sistema imunológico humano.O cientista afirmou que esses indícios podem apontar para maior transmissibilidade da nova variante, e desenvolvimento de sintomas leves ou quadros assintomáticos. Ainda não se sabe se a ômicron será mais infecciosa que outras variantes ou se poderá desencadear casos graves.Até o momento, o Ministério da Saúde confirmou seis casos da nova variante no Brasil: três em São Paulo, dois no Distrito Federal e um no Rio Grande do Sul.