Vinte dos 32 pacientes com Covid-19 que foram transferidos pela Força Aérea Brasileira (FAB) de Manaus (AM) para Goiânia na segunda-feira (18) estão em estado grave. Quinze deles estão em unidades de terapia intensiva (UTI). Ao todo, 18 pacientes foram levados para o Hospital das Clínicas (HC), em Goiânia, e os outros 14 estão sendo tratados no Hospital Municipal de Aparecida de Goiânia (HMAP). O Estado ofereceu 120 leitos para pacientes de Manaus, que sofre surto da pandemia e com falta de insumos, sobretudo oxigênio.Ainda não há previsão de chegada de novos pacientes para Goiás, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES-GO), que informou que a demanda é diária e nesta terça-feira (19) não estavam programadas novas viagens. Dos 18 pacientes internados no HC, unidade ligada à Universidade Federal de Goiás (UFG), 9 estavam em leitos de UTI no final da tarde desta terça-feira (19), sendo 4 em estado considerado gravíssimo pelos médicos. Os outros 9 estavam em leitos de enfermaria, em estado estável, utilizando ventilação artificial não invasiva (VNI).No entanto, no final da manhã, o boletim médico informado em entrevista à imprensa pelo superintendente da unidade, José Garcia Neto, 11 pacientes estavam em leitos de UTI, sendo 2 em estado gravíssimo. Os outros 7 estavam em enfermaria. Por outro lado, Garcia Neto informou que a esposa de um dos pacientes que vieram de Manaus deu entrada no HC por conta própria, não sendo transferida pela cooperação interestadual. Ela alegou estar com sintomas de Covid-19 e foi levada ao pronto-socorro da unidade, onde foi confirmada a situação sanitária da paciente.Todos os pacientes que chegaram da capital amazonense estão isolados entre si e também em relação aos demais ocupantes das unidades de saúde. Existe uma preocupação com o tipo de vírus que provoca Covid-19 que os manauaras possuem, já que foi identificada uma cepa diferente de coronavírus na cidade do Amazonas. Os técnicos das unidades goianas já recolheram material dos pacientes para a possibilidade de identificação do tipo viral. As amostras foram levadas para o Laboratório de Saúde Pública Dr. Giovanni Cysneiros (Lacen).O isolamento também ocorre no HMAP. Neste caso, segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida de Goiânia (SMS), seis pacientes estavam internados em UTIs e 8 na enfermaria às 16 horas desta terça-feira, último boletim médico do dia, às 16 horas. Pela manhã, eram 5 pacientes nos leitos de terapia intensiva e os outros 8 em enfermaria. A SMS informou que um paciente está em estado regular, dois estão estáveis e 11 estão em estado grave. “Todos os 14 estão isolados dos pacientes locais e sendo tratados por equipes exclusivas para o atendimento aos recém-chegados”, informou a SMS.A secretaria ressaltou ainda que não há informações sobre a presença de parentes dos internados vindos de Manaus em Goiás. “A comunicação dos pacientes vindos de Manaus com seus familiares é feita por vídeo chamadas realizadas nos próprios leitos”, informa em nota. O HMAP também disponibilizou um link para os familiares dos pacientes verificarem o boletim médico dos seus parentes. Já no HC, sobre a comunicação dos pacientes com seus familiares, “os pacientes que estão mais estáveis, na enfermaria, podem usar seus celulares para contato com suas famílias”.Já “o contato dos pacientes que estão mais graves, na UTI, é feito pelos médicos com os familiares, por telefone”, explica a assessoria do HC. Não há informações sobre a volta dos pacientes para Manaus quando os mesmos receberem alta médica. Há dúvidas se a FAB vai providenciar o retorno de todos juntos ou de acordo com a alta de cada um. ()