A Prefeitura de Goiânia vai substituir pacotes de açúcar que estavam em cerca de 21 mil cestas básicas armazenadas desde março em um galpão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no Setor Jaó. Não haverá custo para o poder público. Os alimentos são destinados a famílias goianienses cadastradas no Sistema Único de Assistência Social (Suas) e no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal.A empresa Cao Comercio de Alimentos, de Brasília, venceu um pregão eletrônico no segundo semestre do ano passado no valor de R$ 2,2 milhões para a entrega de 26 mil cestas básicas. O contrato foi assinado em dezembro e tinha duração de quatro meses. Os alimentos foram entregues entre os dias 8 e 30 de março à Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano e Social (SEDHS).Um acordo assinado com a Conab permitiu que, de forma gratuita, as cestas ficassem em seu galpão na capital. O contrato com a companhia venceu no dia 10 de junho e foi prorrogado por igual período.A demora por parte da Prefeitura em retirar as cestas fez com que a Conab encaminhasse um ofício à SEDHS alertando sobre a situação dos alimentos, visto que muito tempo parados poderiam atrair insetos e também perder o valor nutricional. Foi falado sobre o prazo de validade de alguns produtos, como o açúcar. Porém, não houve resposta. Em junho, a pasta pediu apenas a prorrogação da permissão para armazenamento no local.O titular da SEDHS, Nélio Fortunato, disse que assumiu a pasta no final de abril, quando as cestas já estavam lá e assim que tomou conhecimento da situação dos pacotes de açúcar determinou a substituição imediata. Segundo ele, a responsabilidade é da empresa por ter entregado produtos com pouco prazo de vencimento.Já a empresa afirma que foi pedida a entrega de todas as cestas em março porque seria feito um repasse emergencial às famílias, por isso não havia preocupação com relação ao prazo de validade do açúcar, que seria consumido em tempo. Além disso, diz que uma equipe da SEDHS verificou todas as cestas conforme elas foram sendo armazenadas na Conab e que não houve nenhuma queixa na ocasião.Leia também:- Crise financeira faz crescer abandono de animais domésticos em Goiânia- Litro do leite já ultrapassa os R$ 8 no varejo- Quase 30% da população do Centro-Oeste vive em insegurança alimentar, diz pesquisaNélio diz que as cestas só serão distribuídas após a troca do açúcar. Ele a empresa garantem que os outros produtos estão dentro do prazo de validade. O secretário disse que não poderia se manifestar sobre o acordo para distribuição emergencial alegado pela empresa por ser algo anterior à sua gestão.A reportagem não conseguiu contato com o ex-titular da SEDHS, José Antônio da Silva Neto, o Zé Antônio, que deixou o cargo no final de março para tentar uma vaga na Câmara dos Deputados em outubro.A SEDHS só tem conseguido distribuir, segundo o secretário, entre 1,5 mil e 2 mil cestas por semana. O que significa que este estoque demoraria de 11 a 14 semanas para ser esvaziado a partir do momento em que ele for liberado.Conforme O POPULAR apurou, o ideal é que as cestas ficassem apenas até quatro meses armazenadas.Não há prazo para que os pacotes de açúcar sejam trocados. Depende, segundo os envolvidos, de questões de logística, mas há uma urgência após o caso ter sido divulgado pela imprensa.A Conab, em nota, afirmou apenas que apenas cede o local para a armazenagem das cestas e que a Prefeitura de Goiânia foi informada da situação em que se encontravam.-Imagem (Image_1.2486184)