A Universidade Federal de Goiás (UFG) amplia, na próxima segunda-feira (7), as aulas presenciais com exigência do comprovante de vacinação contra a Covid-19. A portaria que define as regras e estabelece os critérios foi publicada no último dia 25 de fevereiro e inclui tanto estudantes, técnicos-administrativos, docentes e colaboradores quanto o público externo. A expectativa é que pelo menos 50% das turmas de graduação aconteça presencialmente ou de forma híbrida e a outra metade continue remota.Levando em consideração apenas a graduação, são 4.768 turmas. Destas, 1.115 estão planejadas para se viabilizarem presencialmente e 1.285 de forma híbrida. Além disso, 2.368 devem continuar de forma remota por enquanto. Também nas turmas de graduação, são 20.207 alunos matriculados, sendo 5.700 em pelo menos uma turma presencial, 7.160 em pelo menos uma turma híbrida.A comprovação da vacinação deverá seguir o ciclo vacinal, de acordo com o Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação Contra Covid-19, do Ministério da Saúde (MS). Para a comprovação, a universidade irá considerar comprovante, caderneta ou cartão de vacinação impresso em papel timbrado, emitido no momento da vacinação por instituição governamental brasileira ou estrangeira; e Certificado Nacional de Vacinação Covid-19, do Ministério da Saúde, disponível na plataforma do Sistema Único de Saúde (SUS), Conecte SUS.O envio dos comprovantes de vacina ou do atestado médico que justifique a contraindicação devem ser feitos pelo site https://retomada.ufg.br/. Para terceirizados, o comprovante deve ser apresentado às empresas contratadas pela UFG. Em casos excepcionais, a portaria prevê possibilidade de exigência em forma física para uso de espaços coletivos como biblioteca, restaurante universitário e museus. Diariamente, a comprovação por amostragem também poderá ser realizada nos espaços do câmpus.Pró-reitor de graduação da UFG, Israel Elias Trindade explica que para a universidade, esta não é uma retomada, mas uma ampliação. Isso porque atividades de ensino, pesquisa e extensão já estavam em ação, mesmo durante a pandemia, em caráter excepcional, por serem atividades práticas, laboratoriais, de estágio, de campo, que não eram passíveis de serem desenvolvidas remotamente. “Quase todas as disciplinas deste segundo semestre letivo de 2021 iniciaram-se remotamente, mas havia previsão de que em 17 de janeiro, aquelas previstas para serem presenciais ou híbridas, fossem realizadas efetivamente nesses formatos. Com a chegada da variante ômicron, esse início foi postergado para 31 de janeiro e depois para 7 de março. Agora não haverá novo adiamento e essa ampliação deverá acontecer consoante ao planejado”Segundo decisão do Conselho Universitário (Consuni), as disciplinas de 2021/2 planejadas para serem feitas presencialmente, forma híbrida ou remota deverão, a partir da segunda-feira, seguir o plano de ensino original. A resolução que orienta essa ampliação das atividades presenciais até prevê a possibilidade de mudança de uma turma presencial ou híbrida para remota, mas desde que seja mediante justificativa e que tenha a anuência de todos envolvidos (professor e estudantes matriculados).Para o primeiro semestre do ano letivo de 2022, previsto para iniciar em 25 de maio, não há definição ainda se o retorno será de 100% presencial. “Essa decisão compete ao Conselho Universitário que deverá se reunir em breve para discutir essas questões e, inclusive, aprovar o calendário da UFG para o ano letivo de 2022. Nosso foco tem sido na busca da ampliação gradual e segura, consoante às recomendações de biossegurança apresentadas pelo Grupo de Trabalho de Saúde. A expectativa é de que teremos sim um número ainda maior de turmas acontecendo presencialmente, em relação ao que tivemos em semestres anteriores”, completa o pró-reitor. Professores apoiam retorno, diz sindicatoPresidente do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg-Sindicato), Flávio Alves afirma que a ampla maioria dos professores concordou com o retorno e que o pedido era justamente que acontecesse com segurança. “A universidade está se esforçando e além do passaporte, também conversamos sobre testagem regular e a própria universidade desenvolveu testes rápidos e a preços acessíveis, então não deve ser uma dificuldade. É necessária uma avaliação constante da situação epidemiológica porque não sabemos como o vírus (Sars-CoV-2) irá se comportar no futuro, mas neste momento, a maioria dos profissionais concorda com a retomada.” Flávio afirma que os alunos querem retorno presencial desde janeiro e que os professores, em sua maioria, também se colocaram a favor. “O processo remoto não é bom, sempre fomos contra o ensino a distância, mas claro, precisamos trabalhar em segurança e os alunos também precisam”. Sobre a decisão de não se vacinar, o presidente do sindicato diz que havia chegado a seu conhecimento apenas três casos de docentes, sendo um aposentado. “Isso já tem alguns meses e acredito que já devem ter se imunizado, ainda mais com a obrigatoriedade”.