O superintendente do Hospital das Clínicas(HC) em Goiânia, Dr. José Garcia Neto, afirma que não há previsão para a unidade receber novos pacientes de Covid-19 vindos de Manaus. De acordo com ele, o foco agora é em restabelecer aqueles que já estão sendo tratados em Goiânia. Na madrugada desta sexta-feira (29), 16 novos pacientes da capital do Amazonas chegaram à capital. Eles se somam a 27 que haviam chegado nos últimos dias e permanecem sob tratamento no HC.Conforme José Garcia, não há neste momento demanda atual no Estado que preocupe a gestão de maneira imediata. Ainda assim, o superintendente diz que diante das projeções que indicam aumento de casos para as próximas semanas, há previsão de aumento da demanda. “Não podemos deixar os demais brasileiros sem atendimento, mas ao mesmo tempo não podemos deixar os goianos”, diz, ressaltando que novas transferências serão dialogadas.Apesar disso, o superintendente ressalta que a vinda dos pacientes de Manaus não satura a capacidade de atendimento do Estado. Boletim Integrado da Covid-19 divulgado nesta sexta-feira (29) mostra que a taxa de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) específicas para a doença estão em 87,7% na rede estadual e em 51,59% na rede municipal de Goiânia.Conforme explicado por José Garcia, o pedido de transferência veio parte do Ministério da Saúde. “Foi absolutamente emergencial. Se isso acontecer novamente, vamos continuar a agir para ajudar dentro das possibilidades. O ministro sabe que está sobrecarregando os Estados que ele está recebendo pacientes, isso vai ser dialogado”, diz. No caso específico do HC, explica José Garcia, os leitos de UTI voltados para a Covid-19 estão com ocupação máxima, enquanto os leitos de UTI convencionais estão em cerca de 50%. Já os leitos de enfermaria estão com taxa aproximada de 60%.José Garcia também diz que a chegada dos novos pacientes não provoca o risco da proliferação da cepa do coronavírus surgida em Manaus, a começar pelo fato de que no Hospital das Clínicas os pacientes estão sendo tratados seguindo os protocolos de segurança recomendados. Além disso, o superintendente frisa que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acredita que esta variante já está circulando de forma comunitária no Brasil inteiro.“Essa variante já não é exclusiva de Manaus há algum tempo”, destaca José Garcia. “É preciso tratar essa questão com cuidado, porque a população pode fixar uma informação falsa na cabeça e gerar um trauma sem necessidade", conclui.