-Imagem (1.2448230)Atualizada às 21h15 do dia 2/5/2022O advogado de Maurício Sampaio, acusado de ser o mandante da morte do jornalista Valério Luiz, diz que o julgamento marcado para ser iniciado nesta segunda-feira (2) deverá ser suspenso. Luiz Carlos Silva Neto diz que pedirá a suspensão diretamente ao juiz. A acusação trabalha com a possibilidade de "último adiamento". O advogado de Sampaio alega que haveria suspeição do juiz. Desde que assumiu a defesa, no início de abril, Silva Neto apresentou sucessivos recursos alegando suspeição do juiz e promotores. Até o momento todos foram negados. "Não tem condições de realizar o júri com o atual juiz", afirma Silva Neto. Caso o pedido não seja acatado, o advogado afirma que de qualquer forma o júri não será realizado, sem informar, nesse caso, o que seria feito.O filho de Valério, o advogado Valério Luiz Filho, que é assistente da acusação, afirma que a manobra seria a última. Desde a morte do jornalista, em 2012, o julgamento foi adiado duas vezes. Conforme avalia Valério, caso haja um novo adiamento por desistência do advogado, a Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO) será acionada para nomear um defensor público. "Na próxima data, se o advogado se negar a participar, a defesa será feita pelo nomeado da DPE", explica.O Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) foi procurado via assessoria, mas ainda não comentou o assunto. Adiamentos Depois de passar por outros dois juízes, com o caso já nas mãos do juiz Lourival Machado da Costa, ele foi adiado em junho de 2020, devido a pandemia da Covid-19. Ele foi remarcado para o dia 14 de março deste ano. Entretanto, na data do início do julgamento, ele foi adiado novamente para o dia 2 de maio, pois Ney Moura Teles, advogado de Sampaio na ocasião, renunciou ao caso.Na última segunda-feira (25), Luiz Carlos Silva Neto, advogado de Sampaio, voltou a afirmar que existem fortes indícios de parcialidade dos atores jurídicos envolvidos no caso. Ele já havia feito a mesma acusação ao se apresentar à imprensa como o novo advogado do empresário em 29 de março. Na segunda, ele levantou a possibilidade de não participar do júri. “Respeito o Judiciário e o Ministério Público, mas ele (Sampaio) está em um processo com um juiz parcial. Caso ele e os promotores continuem no caso, vamos comparecer ao tribunal, mas não participaremos .”O crimeO jornalista esportivo Valério Luiz foi assassinado a tiros no dia 5 de julho de 2012, quando saía do trabalho, na Rua C-38, Setor Serrinha, em Goiânia. Ele estava dentro do próprio carro e foi baleado por um motociclista que passava pelo local.Segundo a investigação, no dia 17 de junho de 2012, em meio aos comentários que a vítima fazia no programa Mais Esporte, ao falar a respeito de possível desligamento de Maurício Sampaio da diretoria do time, ele teria dito que “nos filmes, quando o barco está afundando, os ratos são os primeiros a pular fora”. Em represália, a diretoria do Atlético Clube Goianiense proibiu a entrada das equipes jornalísticas nas dependências do clube.Depois disso, Maurício teria procurado os policiais militares Ademá Figueiredo, e Djalma da Silva, que contou com o auxílio de Urbano Malta para organizar o crime, que era próximo de Maurício. Djalma também teria convidado Marcus Vinicius para fazer parte do crime. De acordo com a investigação, ele, que era proprietário de um açougue, chegou a guardar a arma do crime no estabelecimento e o celular que seriam utilizados no homicídio. Os chips dos telefones utilizados na comunicação foram habilitados em nomes de outras pessoas.Investigação e denúnciaO caso foi investigado pela Polícia Civil e em 26 de fevereiro de 2013, os cinco foram indiciados por homicídio. Um mês depois, eles também foram denunciados pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) pelo mesmo crime.Leia também: Justiça nega mais dois pedidos de adiamento do júri da morte de Valério LuizDefesa questiona procedimento de 2015 no caso Valério“Fica nossa revolta e nossa tristeza por mais uma manobra”, diz Valério Luiz sobre julgamento adiado-Imagem (1.2448154)