Após o primeiro dia de investigações, a Polícia Civil de Goiás identificou que a relação do advogado Sérgio Beze Prates, de 44 anos, e de Murillo Morais Lobo, de 32 anos, mortos a tiros na tarde da última terça-feira (17), era profissional e de amizade. No entanto, o delegado Marco Aurélio Euzébio Ferreira, responsável pela apuração do assassinato, não quis dar mais detalhes sobre tal constatação.Com a polícia, estão papéis que foram parcialmente queimados por Murillo Morais Lobo, de 32 anos, que estava com o advogado no carro. O delegado, no entanto, preferiu não informar o teor do conteúdo dos papéis, para, segundo diz, “não prejudicar as investigações”.O representante da Polícia Civil diz, ainda, que testemunhas já foram ouvidas e que imagens de câmeras de segurança, incluindo as do posto de combustível em que o carro estava estacionado no momento do crime, já foram coletadas.O crime ocorreu quando os dois estavam no veículo, em uma rua lateral ao posto, que fica Avenida Perimetral Norte, no setor São Judas Tadeu, em Goiânia, próximo ao viaduto da GO-080, na saída para Nerópolis. Um outro carro, apontado como sendo de luxo, parou, dois indivíduos desceram e atiraram contra eles. O advogado morreu no local. O passageiro foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e encaminhado para o Hospital Estadual de Urgências da Região Noroeste de Goiânia Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), mas seu estado de saúde não foi informado pela unidade.O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, seção Goiás (OAB-GO), Lúcio Flávio Siqueira de Paiva, disse na noite de ontem que não tinha novidades sobre o caso embora esteja em contato com a Secretaria de Segurança Pública e deve aguardar as investigações. Uma nota no site da Ordem repudia ainda o “estado de violência que se abate sobre a sociedade e aguarda o esclarecimento e a punição exemplar do brutal crime ocorrido.”Já Murillo é um velho conhecido da polícia goiana. Em 2010, mesmo preso por tráfico de drogas no complexo prisional de Aparecida de Goiânia, ele comandou uma operação de tráfico internacional de LSD, considerada na época a maior já detectada em território goiano, com 2.500 pontos da droga apreendidos. Em janeiro deste ano Murillo requereu junto à 4ª Vara de Justiça da comarca de Anápolis a transferência para o cumprimento de pena no presídio da cidade. Em maio a 3ª Vara Criminal de Goiânia determinou a prisão de Murillo, mas ele continuava circulando livremente. O POPULAR não conseguiu identificar porque isso vinha ocorrendo. Entre outros processos que tramitam no Judiciário, consta contra Murillo Morais Lobo a determinação de medidas protetivas.