A estudante Beatriz Santana Lopes, de 8 anos, internada desde o dia 13 deste mês após ser atropelada em uma rua da Vila Mutirão, em Goiânia, começou a dar reações positivas ao tratamento. Ainda sedada na UTI do Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol), Beatriz teve a entubação retirada nesta segunda-feira (29) e passou a responder à mãe com apertos de mão.A mãe de Beatriz, a psicóloga Juliana Santana contou ao POPULAR que a evolução da filha está sendo gradual, mas a partir da noite deste domingo (28) evoluiu de maneira mais significativa. “Eu falei para ela: 'Filha, a mamãe está aqui. Aperta minha mão se você tiver escutando’. E aí ela apertou."No sábado (20) a equipe médica do Hugol tentou tirar a sedação da Beatriz. Segundo a mãe, a tentativa precisou ser abortada após a filha ficar muito agitada. Foram cerca de cinco horas sem sedação, que foi retomada e agora está sendo retirada de forma gradual.“Os médicos disseram que poderia ser necessário fazer uma traqueostomia, mas graças a Deus não foi necessário”, explica Juliana sobre o procedimento que seria feito para melhorar a chegada de ar no pulmão caso Beatriz não reagisse. Com a retirada dos canos da entubação, a menina também está colaborando com a rotina de cuidados. “Eu pedi para ela abrir a boquinha para fazer a higienização e ela abriu”, detalha a mãe.AtropelamentoBeatriz Santana Lopes, de 8 anos, estava com a família na porta de casa comemorando o aniversário da avó quando decidiu atravessar a rua para ir a um campinho de futebol improvisado. No momento da travessia, uma Saveiro branca, que trafegava em alta velocidade pelas ruas estreitas do bairro, bateu na garota atirando-a a uma distância de 17 metros. Beatriz sofreu politraumatismo. Com fraturas no crânio e nas pernas foi submetida a cirurgia. O momento do impacto foi registrado por uma câmera de monitoramento do Colégio Estadual Edmundo Rocha, que fica ao lado da residência da família. Na direção do veículo estava um jovem de 21 anos que não parou para dar assistência. Seu advogado, Edson Vieira da Silva Júnior, disse que o rapaz não estava embriagado, tinha saído para comprar pão para a mãe e não parou temendo represálias da família. Testemunhas, porém, dizem que o jovem tinha passado o domingo bebendo numa festa em casa de amigos nas imediações.Ao POPULAR nesta segunda-feira (29), a delegada Maira Bicalho, titular da Delegacia Especializada em Investigação de Crimes de Trânsito de Goiânia (Dict), que investiga o caso, diz que os envolvidos já foram ouvidos e agora espera o resultado de perícias para concluir o inquérito.Para a mãe de Beatriz a esperança por justiça está em segundo plano. “Eu perdoo. Apesar de que deveria estar preso”, diz Juliana, que destaca que a saúde da filha é o maior objetivo no momento.