A estudante Maria Eduarda Vieira, de 16 anos, que sofreu uma queda na escola no dia 6 de abril, foi transferida para o Centro Estadual de Reabilitação e Readaptação (Crer), após mais de dois meses internada em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). A previsão é de que ela seja encaminhada a um leito de enfermaria na segunda-feira (20) para começar a reabilitação.O pai de Maria Eduarda, o motorista João Batista Gomes, disse que a filha está em uma UTI do Crer desde quinta-feira (16), quando foi transferida, para realizar os exames necessários e ser encaminhada para a enfermaria. “Estamos felizes e esperançosos, mas é uma interrogação”, afirmou João Batista ao POPULAR.Os médicos dizem que o processo de reabilitação da adolescente ainda é imprevisível. Por se tratar de uma lesão neurológica grave com hemorragia, a evolução do tratamento depende de vários fatores e pode levar tempo. Devido ao longo tempo de inbutação, ela deve ser acompanhada por um fonoaudiólogo e um fisioterapeuta para recuperar a fala e a deglutição.O protocolo no Crer, segundo a equipe médica informou à família, é de pelo menos três semanas de internação. Caso a paciente tenha uma boa evolução, ela deve ser encaminhada para tratamento domiciliar nas semanas seguintes.Maria cursa o 3º ano do Ensino Médio e sofreu uma queda durante uma aula de ginástica na quadra poliesportiva do Centro de Ensino em Período Integral (Cepi) Cruzeiro do Sul, em Aparecida de Goiânia. De acordo com João Batista, os alunos não tinham os equipamentos de segurança e apoio adequados para realizar os exercícios. Durante a aula, o professor teria orientado os alunos a realizar o movimento de estrela. Maria teria conseguido executar duas estrelas e na terceira tentativa caiu, bateu a cabeça no chão e desmaiou. Ela acordou momentos depois, com falas desconexas e sem reconhecer os colegas e a família.Leia também:• Estudante que sofreu queda em escola apresenta melhora na UTI e abre os olhos• Estudante é internada na UTI após cair durante atividade física em escola de Aparecida de Goiânia• Polícia Civil indicia coordenador após estudante sofrer queimaduras na escolaRecuperaçãoEm maio, o pai de Maria enviou um áudio para familiares em que contou com entusiasmo que a filha abriu os olhos depois de um mês de internação na UTI. “Na hora que eu a chamei pelo nome, na terceira vez ela abriu os olhos”, relatou.A família da estudante afirma que houve demora no atendimento pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e negligência da escola no socorro. Segundo relato do pai, a filha foi colocada na ambulância pela própria mãe e por colegas da adolescente. A família também alega que foi informada sobre o acidente por colegas da filha e não pela coordenação da escola.Conforme mostrou O POPULAR, a família relatou que ela foi encaminhada a uma unidade de saúde, mas como não tinha nenhum responsável da escola para contar o que tinha acontecido, o atendimento demorou três horas.“Ela estava muito agitada, não falava coisa com coisa. Eles queriam encaminhar ela para uma psiquiatra achando que ela estava com surto psiquiátrico, porque não teve ninguém da escola para endossar que ela tinha batido a cabeça”, disse.Na ocasião do acidente, a Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc) lamentou e informou que providenciou toda assistência a estudante. A pasta comentou que “busca esclarecer as causas do acidente tanto para eventual responsabilização, quanto para aprimorar os cuidados adotados para a segurança dos estudantes em suas atividades escolares.”