A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) cancelou a notificação que permitia a importação do spray nasal israelense Taffix, que se apresenta como bloqueador de vírus, inclusive do coronavírus. O motivo é que a empresa responsável pela importação, a Belcher Farmacêutica, não apresentou estudos mostrando a ação do medicamento contra a Covid-19.O Taffix foi notificado no dia 30 de dezembro de 2021 e apresenta em suas alegações ser utilizado para bloquear vírus dentro da cavidade nasal e por ser supostamente eficaz no bloqueio de vários vírus respiratórios, incluído SARS-Cov-2. Porém, segundo informações da Anvisa, não foram apresentados estudos clínicos para a sua comprovação, motivo do seu cancelamento imediato.A identificação inicial ocorreu por meio do Programa de Auditoria de Dispositivos Médicos Isentos de Registro (Notificados – Risco Baixo), que é responsável por conferir os critérios e requisitos técnicos de produtos para saúde regularizados de forma simplificada. Nesses casos, o processo é mais rápido, mas os produtos não podem ser apresentados como medicamentos sob pena de serem cancelados.A Anvisa informou que se as empresas que desejarem regularizar sprays antivirais devem comprovar todas as indicações de uso propostas por meio de estudos clínicos.A Belcher anunciou em seu site que tratava-se de um spray contra a Covid-19. Segundo apurou o Poder360, para que o produto fosse exposto dessa maneira, seria necessário que fossem apresentados estudos demonstrando a ação, o que não ocorreu. Esse foi o motivo do cancelamento pela Anvisa.O spray é fabricado pela biofarmacêutica israelense Nasus Pharma, de Israel. Inicialmente, o diretor-presidente da Belcher Farmacêutica, Emanuel Catori, disse que a ideia era trazer o spray ao Brasil até fevereiro. Por ora, sua venda não será permitida.O Poder360 procurou a Belcher para saber como irá responder ao cancelamento, mas ainda não se posicionou oficialmente. O espaço segue aberto.O regime de notificação (adotado pela Belcher) dispensa análise técnica prévia para a regularização de produtos. Assim, os requisitos documentais que devem ser atendidos pelas empresas solicitantes são os previstos pela RDC nº 40/2015 e RDC n° 56/2001.Uma vez que o peticionamento seja realizado, o processamento dessas solicitações passa por um rito inicial administrativo até a emissão do número de notificação que pode ser consultado neste link. Posteriormente, a Anvisa realiza auditorias periódicas no banco de dados de produtos para saúde notificados como forma de verificação de conformidade.Esse spray não é o mesmo que o ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, foi conhecer no país mediterrâneo. Esse outro spray chama-se EXO-CD 24 ou Enovid e foi estudado no complexo hospitalar Ichilov, em Israel. O governo não irá comprar esse spray.NASUSO spray da Nasus, segundo o site da empresa, funciona na prevenção da entrada de vírus nas vias respiratórias. Em sua apresentação, na página oficial, a empresa diz que o ideal é ela servir de auxílio para a máscara. Não se trata de num medicamento para combater a doença, uma vez que ela já esteja instalada.“A tecnologia da Nasus cria pequenas microesferas unioformes que criam um gel ainda mais fino sobre o mucosa nasal”, diz a empresa sobre o funcionamento do produto. Esse gel reduz a entrada dos coronavírus e outros nas vias respiratórias. São apresentadas diversos dados no site, mas os estudos não estão disponíveis.BELCHER A Belcher é uma farmacêutica média de Maringá que, antes de as vacinas contra o coronavírus chegarem em massa no país, assinou um acordo para importar 65 milhões de doses da vacina chinesa CanSino. O acordo foi intermediado pelo líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR).Catori foi ouvido pela CPI da Covid e acabou desistindo de representar a CanSino no Brasil. A vacina não foi incluída no PNI (Programa Nacional de Imunização).