Atualizado às 15h46Um grupo formado por cinco vereadores de Goiânia sugerem que foram enganados sobre o verdadeiro impacto das mudanças no cálculo do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) e do Imposto Territorial Urbano (ITU) ocorridas com a aprovação do novo Código Tributário Municipal (CTM) em setembro do ano passado. O POPULAR mostrou nesta semana que 6 de cada 10 imóveis na capital tiveram aumento no tributo, sendo que quase um terço dos imóveis tiveram o reajuste máximo previsto de 62%.Após uma série de protestos por parte de contribuintes com a liberação do boleto de cobrança do tributo neste ano, estes vereadores convocaram a imprensa para uma entrevista na tarde desta sexta-feira (28), na qual argumentariam que os cálculos e o impacto apresentados pela Prefeitura de Goiânia eram diferentes do que os verificados agora. No entanto, o evento foi cancelado e foi divulgado que uma nova data deve ser marcada. Uma petição que já conta com mais de 6,5 mil assinaturas está sendo preparada para cobrar do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) providências contra a nova fórmula do IPTU.Na quinta-feira (27), O POPULAR mostrou que o executivo mentiu ao afirmar na época da votação de que não haveria aumento na arrecadação de IPTU e ITU caso o projeto fosse aprovado. Tanto o prefeito Rogério Cruz, como o secretário municipal de Finanças, Geraldo Lourenço, e o de Governo, Arthur Bernardes, garantiram que a Prefeitura não arrecadaria mais com as mudanças. Na verdade, a previsão subiu de R$ 931 milhões para R$ 1,17 bilhão, bem acima da inflação oficial de cerca de 10%.Porém, também durante a tramitação da proposta, as simulações com base no que constavam no documento já mostravam que muitos moradores de classe média e média baixa sofreriam com reajustes excessivos. Além disso, como O POPULAR também mostrou, apesar do discurso oficial de Justiça social, abraçado pelos vereadores, moradores de apartamentos de luxo em bairros nobres teriam redução.Os vereadores Leandro Sena (Republicanos, mesmo partido do prefeito), Ronilson Reis (Podemos), Edgar Duarte (PMB), Paulo Henrique da Farmácia (PTC) e Pastor Wilson (PMB) poupam o chefe do executivo na nota enviada a imprensa, mas não o secretário municipal de Governo, citado por “defender” o projeto do novo CTM.Os vereadores prometem anunciar medidas contra o que chamam de “cálculo enganoso” do IPTU, segundo a nota. “É que os vereadores votaram o projeto do Novo Código Tributário que foi enviado pelo Executivo e defendido pelo Secretário de Governo do Município, Artur Bernardes, porém os cálculos e o impacto apresentados eram outros. Diante disso os vereadores já se movimentam para apresentar uma solução diante do impacto causado à população goianiense que está indignada e cobrando uma atitude dos vereadores.”Antes de ser votado, o projeto passou por inúmeras reuniões entre vereadores e representantes do executivo. Os valores que hoje são alvo de reclamações dos contribuintes já eram de conhecimento da Câmara, tanto que O POPULAR conseguiu com alguns representantes do legislativo na época dados que embasaram reportagens hoje confirmadas pelas reclamações populares.O que a Prefeitura nunca divulgou publicamente até esta semana é quantas vezes foi usado o limitador de 45% para impedir aumentos acima deste porcentual no tributo e qual a previsão de arrecadação com o IPTU e ITU após as mudanças. Até hoje não se sabe publicamente quais as regiões mais ou menos afetadas com a nova fórmula.Procurado, o titular da Secretaria Municipal de Governo (Segov) informou via assessoria que não se pronunciará sobre o assunto.