Os servidores da educação de Goiânia podem decretar na próxima quinta-feira (10) uma greve no município em protesto contra a proposta do prefeito Rogério Cruz (Republicanos) de conceder 7,5% de reajuste no piso salarial para os professores e de 9,3% para os servidores administrativos. A decisão foi tomada em uma assembleia na manhã desta terça-feira (8), realizada pelo Sindicato Municipal dos Servidores da Educação de Goiânia (Simsed), em frente à Câmara Municipal. A categoria indicou que poderia votar a greve nesta terça (8), mas decidiu convocar uma nova deliberação para quinta, mesmo dia em que ocorrerá uma assembleia do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego) que também vai votar uma possível greve. O coordenador-geral do Simsed, Antônio Gonçalves Dias, disse que a decisão de convocar uma nova assembleia para o mesmo dia da paralisação do Sintego foi tomada para evitar o corte do ponto.“Como a prefeitura está fazendo todo um movimento de pressão para tentar cortar ponto dos trabalhadores, nós fizemos um movimento para, na quinta-feira, ser um dia de paralisação”, disse Antônio, alegando que os servidores que aderiram à assembleia de hoje tiveram o ponto cortado. A Assembleia do Sintego deve acontecer no Cepal do Setor Sul e a do Simsed, em frente à Câmara Municipal.Sobre a possibilidade de ambos os sindicatos decidirem por uma greve na quinta-feira, o Simsed avalia que é possível. "Pode ser. A categoria está muito indignada e na assembleia passada, inclusive, do Sintego, foi a categoria que colocou pressão como indicativo de greve."Além da data-base dos servidores administrativos e do piso nacional dos professores, o Simsed protesta pelo pagamento piso nacional dos professores, do quinquênio aos servidores da educação e contra a crise administrativa e financeira pela qual passa o Instituto Municipal de Assistência à Saúde dos Servidores de Goiânia (Imas). Segundo o Simsed, cerca de 70 unidade de ensino foram paralisadas em decorrência da assembleia de hoje.Disputa de sindicatosO Simsed não está participando diretamente das negociações com a Prefeitura de Goiânia. O Paço Municipal não reconhece a entidade como representante legal da categoria pelo fato de de não possuir carta sindical e funcionar como uma associação.O Simsed, porém, questiona a legitimidade do Sintego sob o argumento de que o sindicato tem territorialidade apenas no Estado e não no município. “Nós estamos procurando a prefeitura, entregando ofícios no gabinete do prefeito, solicitando reuniões, informando das paralisações, informando as pautas”, relata o coordenador-geral do Simsed.Resposta da prefeituraPor meio de nota, a Secretaria Municipal de Educação (SME) disse que realiva a possibilidade de reposição dos pontos cortados pela paralisação desta terça. A pasta afirmou também que as pautas do Simsed estão sendo negociadas com os sindicados oficias. Confira a íntegra:A propósito de paralisação de atividades em escolas da rede municipal de ensino, anunciada pelo Comando Sindical Simsed, a Secretaria Municipal de Educação (SME Goiânia) informa o que se segue:- Os temas que constam na pauta de reivindicações já estão sendo discutidos com o Sintego e com o SindiGoiânia, sindicatos legalmente representantes das categorias profissionais do município. - A SME Goiânia está verificando a legalidade da reposição da paralisação desta terça-feira (8/3), uma vez que o Simsed não é um sindicato legalmente constituído como representante da categoria e, portanto, não tem legitimidade para convocar paralisações. - A pasta reforça, ainda, que os estudantes não serão prejudicados e que a rede municipal de ensino vai cumprir integralmente as 800 horas ou os 200 dias letivos determinados pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB), que regulamenta a Educação no Brasil.