Cerca de 300 pessoas participaram de um ato de protesto pela morte da estudante de Arquitetura Susy Nogueira Cavalcante, de 21 anos, no início da noite desta quinta-feira, dia 30. O grupo se reuniu no Teatro Arena na Área 3 da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), no Setor Leste Universitário, em Goiânia. Susy foi vítima de estupro menos de 24 horas após ser internada na UTI do Hospital Goiânia Leste, no dia 16 de maio, e morreu no dia 26. O suspeito pelo crime, o técnico de enfermagem Ildson Custódio Bastos, de 41, está preso desde o dia 29.O memorial começou com a leitura de poemas dedicados à jovem, que estudava na PUC. A noite foi de intensa emoção, com a presença de colegas e professores da vítima, além de pessoas que não a conheciam, mas se solidarizaram. O pai de Susy, o policial aposentado Vanderly Cavalcante e um tio também estiveram presentes.No centro do palco, que fica a céu aberto, foram depositadas velas acesas, flores e uma foto grande com o rosto da estudante de arquitetura. Logo abaixo da imagem, ainda no palco, foi escrita uma frase formada por letras em folhas de papel: “Você conhece alguma arquiteta negra?”Durante o ato, músicas religiosas tocavam em uma caixa de som ao fundo enquanto pessoas subiam voluntariamente no palco e diziam palavras de conforto, pesar, mas também é revolta e protesto. “Não é um caso isolado de violência contra a mulher! Não podemos nos conformar, isso não é normal”, bradou a professora de Arquitetura Virgínia Guimarães.“Eu não me conformo e não quero apaziguar nenhum espírito. Eu quero lutar para que os culpados sejam punidos exemplarmente!”, desabafou a psicóloga Cida Alves durante o ato, seguida por aplausos. Em vários momentos alguém gritava “Susy!” e os outros presentes respondiam “Presente!”.O ato foi organizado pelo Centro Acadêmico de Arquitetura da PUC.