De uso e comercialização proibidos no Brasil, o cigarro eletrônico tem preocupado as autoridades, não só em relação às implicações criminais e fiscais, como também na questão de saúde pública, já que foi comprovado que a substância química inalada é prejudicial à saúde humana. Dados da Receita Federal revelam que o crescimento de apreensões do cigarro eletrônico superou a marca dos 600% considerando os anos de 2020 e 2021. Já neste ano, o mês de janeiro já ultrapassou toda a quantidade recolhida em todo o ano de 2020.A Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Receita Federal constataram que o uso e, consequentemente, as apreensões desses produtos tiveram um crescimento exponencial em Goiás. O cigarro eletrônico é produzido na China, de onde é exportado para o Paraguai e entra no Brasil pelos estados que fazem fronteira com o país vizinho, Paraná e Mato Grosso do Sul. Segundo a PRF, Goiás, por ter uma localização geográfica centralizada, com rodovias ligando as regiões norte, nordeste e sudeste do país, figura como entreposto de armazenamento e distribuição para as demais unidades da federação. Assim, o produto de contrabando que não é apreendido na fronteira, acaba sendo interceptado em solo goiano.A doença pulmonar relacionada ao uso do dispositivo ganhou o nome Evali em 2019, uma sigla em inglês para lesão pulmonar associada ao uso de produtos de cigarro eletrônico ou vaping. Os sintomas costumam incluir tosse, dor torácica e dispneia. O consumo do produto também pode causar reações gastrointestinais, dor abdominal, náusea, vômito, diarreia, febre, calafrios e perda de peso, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).