A babá e o marido dela, que foram presos suspeitos de estuprar uma bebê de um ano e oito meses, saíram da prisão nesta quinta-feira (12). A mãe da bebê contou a reportagem que a Justiça determinou a soltura deles após a investigação policial inicial apontar falta de provas, no entanto, ela alega que há laudo que mostra “presença de lesão compatível com ato libidinoso”. Após saber da soltura dos suspeitos, a mãe disse que está à base de remédios“Eu não dou conta de dormir, estou à base de remédios. A minha filha sempre foi muito doce, muito tranquila, mas ela está muito agitada, não dorme, não come. Quando eu descobri a soltura, meu mundo acabou. Estou com muito medo, eles não podem ficar soltos”, disse a mãe.Até a última atualização desta reportagem, a reportagem não conseguiu localizar as defesas dos suspeitos para que se posicionem.O crime teria acontecido no dia 30 de dezembro, em Goiânia, após a babá levar a menina para a casa dela sem autorização, de acordo com relato da mãe. O casal foi preso no dia seguinte, mas a Polícia Civil concluiu a investigação no dia 5 de janeiro e os suspeitos não foram indiciados inicialmente, segundo a delegada Caroline Borges, por falta de provas.Leia também: - Babá e marido suspeitos de estuprar bebê não são indiciados por falta de provas, diz delegada- Babá e marido suspeitos de estuprar bebê têm prisão mantida pela Justiça- Babá e marido são presos suspeitos de estuprar bebê de 1 ano e 8 meses, em GoiâniaNo dia do ocorrido, após perceber ferimentos na criança, a mãe disse que levou a bebê a uma unidade de saúde, onde ela diz que os médicos confirmaram que as lesões tinham característica de abuso sexual e orientaram que ela fosse ao Instituto Médico Legal (IML). No documento, de um hospital particular, obtido pela reportagem, um médico relata que a criança possuía lesões e que estava “extremamente irritada ao ser examinada”.Após a orientação dada pela primeira equipe médica, a criança foi levada pela mãe ao IML. A reportagem também teve acesso ao laudo do instituto, que apontou a “presença de lesão compatível com ato libidinoso”.Apesar dos laudos, no último domingo (8), a delegada Caroline Borges explicou que um dos exames realizados na bebê não encontrou esperma no corpo dela e, pela falta de provas, os suspeitos não foram indiciados inicialmente. No entanto, a investigadora afirmou que um exame de DNA ainda não havia ficado pronto e que isso poderia mudar a situação.Após a conclusão por parte da PC, o inquérito foi encaminhado ao Poder Judiciário, que definiu o caso como segredo de Justiça.A reportagem entrou em contato com o Ministério Público de Goiás (MP-GO), por e-mail enviado às 15h desta quinta-feira (12), para saber se o MP se manifestou sobre o caso de alguma forma, e aguarda resposta desde a última atualização desta reportagem.Denúncia da mãeA mãe da bebê contou que a babá levou a menina para a casa dela sem autorização e, quando foi buscar a filha, no dia 30 de dezembro, a menina a agarrou fortemente, como se estivesse com medo.“Quando eu peguei minha filha, vi que ela estava com um machucado na testa e ela me abraçou como se tivesse pedindo ajuda. A babá falou que a marca era picada de pernilongo. Cheguei em casa e fui trocar a fralda, ela fechou as perninhas e começou a chorar. Quando eu abri, vi que estava muito vermelho, muito machucado”, contou a mãe.Ao perceber os ferimentos, a mãe levou a filha a uma unidade de saúde. Os médicos confirmaram que as lesões tinham característica de abuso sexual e orientaram que ela fosse ao IML, onde o laudo apontou que “não houve conjunção carnal”, mas afirma a “presença de lesão de origem traumática compatível com ato libidinoso”.“Estou vivendo um pesadelo eterno. Minha filha só aceita o pai, não consegue ver nenhum outro homem que fica assustada”, desabafou a mãe.