Um bebê prematuro com cardiopatia congênita sobreviveu a uma cirurgia inédita em Goiás. O procedimento foi realizado via Sistema Único de Saúde (SUS) no Hospital Estadual de Urgências Governador Otávio Lage de Siqueira (Hugol) no dia 10 de agosto e o bebê se recupera bem.Gerente médico da cardiologia do Hugol, Murilo Camargo informou que o procedimento foi o primeiro no estado com essa tecnologia. Foi realizado o fechamento de canal arterial via Hemodinâmica, sem necessidade de cirurgia aberta, que é capaz de resolver 2/3 dos casos de cardiopatia congênita.Este tratamento tem ganhado destaque para tratamento de pacientes prematuros a partir de 700g de peso. No Brasil, apenas cerca de 40 casos foram tratados desta maneira, sendo que o estado de Goiás foi responsável por quatro destas intervenções, três delas realizadas pela rede privada ou convênio.ComumA persistência do canal arterial é a patologia do recém-nascido atendido no Hugol. Esta é uma das cardiopatias congênitas mais comuns. Mas não tratada, pode causar várias sequelas como hemorragia pulmonar, hemorragia intracraniana, insuficiência renal, entre outros.Estima-se que no mundo 1 em cada 100 nascidos vivos é portador de cardiopatia congênita. Todo ano, nascem 29,8 mil cardiopatas no Brasil, sendo que desses 80% necessitam de algum tipo de intervenção no 1º ano de vida e 25% no primeiro mês de vida. A cardiopatia congênita é a 3ª causa de mortalidade neonatal, representa 10% da mortalidade infantil e é responsável por até 40% de todas as más formações.DadosNo último ano, foram realizados 140 procedimentos hemodinâmicos cardíacos pediátricos em 88 crianças no Hugol, sendo 88 cateterismos diagnóstico e 52 procedimentos terapêuticos nas diversas complexidades e faixas etárias, com baixo índice de complicações.Cardiologista intervencionista pediátrico especialista em cardiopatias congênitas, Carlos Pedra foi convidado a participar da equipe cirúrgica. O gerente de cardiologia disse que este é um marco importante para o avanço na assistência ao paciente com cardiopatia congênita para o estado.Leia também:- Justiça autoriza bebê de 9 meses doar medula para salvar irmão de 9 anos com anemia falciforme- Em Goiás, cerca de 340 crianças nasceram com malformações no coração em 2022