Amigos da brasileira Jessiane Gonçalves Schinaider, de 24 anos, encontrada na fronteira entre México e Estados Unidos no dia 6 de dezembro amordaçada, com várias fraturas no corpo e com uma corda amarrada no pescoço, temem que ela seja morta por integrantes da máfia que age na travessia entre os dois países. Natural de Rondônia, ela foi encontrada por um fazendeiro e levada para um hospital de Ciudad Juarez (México), onde é mantida em coma induzido.O marido de Jessiane, José Carlos, disse ao site AcheiUSA, que a mulher deixou a cidade de Buritis (RO) em setembro e passou por várias tentativas frustradas de atravessar a fronteira do México para os Estados Unidos. O coiote contratado desistiu e ela se uniu a outro grupo de imigrantes, mas foi mantida em cativeiro pelos atravessadores que exigiram do marido dinheiro para libertá-la. “Recebi um vídeo no meu celular que mostrava outras mulheres arrastando ela no chão pelos cabelos”, contou José Carlos.O brasileiro, que está vivendo no estado de New Jersey, nordeste dos EUA, fez dois depósitos de 7 mil dólares para que Jessiane fosse entregue no serviço de imigração, mas as extorsões continuaram. “Acho que a deram por morta e jogaram em qualquer lugar.” Uma enfermeira do hospital onde a mulher está internada conseguiu localizar a família no Brasil. A embaixada brasileira no México foi acionada e a mãe de Jessiane conseguiu um visto de emergência para viajar e dar assistência à filha.Agora, a família vive outro drama. O hospital só libera a jovem se receber pelos cuidados dispensados a ela. Uma amiga do casal, Ivania Braga, criou uma conta no site GoFundMe para arrecadar recursos. Ivania e familiares querem que Jessiane seja repatriada temendo o ataque de coiotes que a violentaram.Outra morte Em 2021 aumentou muito a imigração ilegal de brasileiros para os Estados Unidos. Entre 23 e 27 de outubro, mais de 150 brasileiros foram detidos em grupos atravessando redes de esgotos. Em setembro, Lenilda dos Santos, de 49 anos, também de Rondônia, foi encontrada morta em uma área de deserto do Novo México (EUA). Tudo indica que ela morreu de sede e de inanição.