As primeiras demarcações no asfalto chamadas motobox em Goiânia completaram um ano neste mês, mas ainda não houve multas para motoristas que param sobre as faixas exclusivas para motociclistas. Presidente da Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM), Horácio Melo diz que conta com o bom senso de quem está de carro, já que os espaços servem para garantir segurança de quem é mais vulnerável no trânsito. Mas, em caso de notificação e multa, a infração é leve e rende três pontos na carteira.A capital começou a demarcar os cruzamentos semaforizados em outubro do ano passado como experiência. Melo afirma que em todas as cidades em que as motobox foram adotadas, houve redução de acidentes envolvendo os motociclistas, especialmente no arranque depois que o sinal fica verde. Melo diz que, em pesquisa feita com os motoristas de carros, foi verificado que eles se sentem mais confortáveis nos cruzamentos sinalizados com a motobox.Em outubro do ano passado foi pintada a primeira motobox na avenida Segunda Radial, no setor Pedro Ludovico. Na época, Horácio Melo disse que faria intenso trabalho de divulgação e conscientização. Na época foram distribuídos panfletos e agentes foram posicionados para orientação dos motoristas e motociclistas. Também na época ele disse que a ideia não era multar, mas fazer com que as pessoas entendessem o funcionamento da, então, nova regra. “Agora não cabe mais conscientização”, afirma.Goiânia tem, até agora, cerca de 80 demarcações exclusivas. A expectativa é que as faixas cheguem aos 771 cruzamentos semafóricos. A exceção será de cruzamentos com vias de sentido duplo e que não tenham canteiro central, como a Avenida 3ª Radial, no Setor Pedro Ludovico, por exemplo. “Não demarcaremos para não incentivar que os motociclistas usem a pista na contramão para chegar à motobox. Não é uma obrigação que todos os motociclistas aguardem no espaço demarcado, mas esse é um espaço exclusivo das motos e carros não devem aguardar ali o semáforo abrir.”A reportagem percorreu ruas da capital na tarde desta quinta-feira (28) e, em vários momentos, flagrou motoristas desrespeitando a sinalização exclusiva para motos, como na Avenida República do Líbano, no Setor Aeroporto, e Assis Chateaubriand, no Setor Oeste. A motociclista Camila Santiago, de 39 anos, trabalha com entregas. Ela defende o modelo e diz que é importante para dar mais segurança para quem está de moto. “Não é todo mundo que respeita. Não é raro ver carros avançando sobre a faixa exclusiva.” Ela acredita que, caso houvesse respeito, o trânsito seria melhor. “O motociclista quando está na box tem visão melhor, tem distância dos carros, tem arrancada maior e vai embora. Fica bom para todos.”Horácio Melo descarta retroceder no novo modelo de sinalização, previsto definitivamente no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) desde abril deste ano. Outras cidades do país, como Curitiba e São Paulo, já adotaram o modelo e divulgam bons resultados. O motociclista Alessandro Jaime de Souza, de 26 anos, diz que aprova a motobox, mas reclama que em alguns locais ela já está apagada. “Aí é que os motoristas não respeitam mesmo!”O presidente da SMM diz que a pasta já mapeia os locais onde a sinalização está apagada. “Alguns locais é pelo tempo, outros porque tem fluxo maior, em outros o asfalto não estava curado na pintura. Não deixaremos de ter essas caixas e vamos revitalizar.” Ele diz que as repinturas estão ocorrendo de acordo com os serviços nas regiões. -Imagem (Image_1.2345065)