O Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) irá julgar nesta terça-feira (8), às 9h da manhã, o recurso contra os três policiais militares acusados de terem participação na morte do advogado Davi Sebba, em 5 de julho de 2012, no estacionamento de um supermercado de Goiânia.De acordo com decisão de 2017 do juiz Antônio Fernandes de Oliveira, dois dos PMs foram absolvidos do crime, enquanto um terceiro foi pronunciado (sentença que o leva para Júri Popular) por homicídio simples, e não qualificado (contra uma vítima indefesa).Em entrevista ao Jornal O POPULAR, o irmão de Davi, Pedro Ivo Sebba Ramalho, disse que a expectativa da família para que a decisão seja revertida é grande. “A sentença de 2017 foi muito injusta e branda na nossa visão, já que o juiz, apesar ter acesso às provas do inquérito, só levou em consideração os testemunhos dos próprios acusados".Pedro também revelou que parte da família se mudou de Goiânia após o crime após uma série de ameaças. “Meus pais tiveram muito medo e tiveram que se mudar. Houve um grande transtorno, não só emocional, mas de outras ordens”, disse.Também para a reportagem, o advogado da família de Davi Sebba, Allan Hahnemann, afirmou que a intenção do recurso que é a sentença seja corrigida e que os três sejam levados ao júri por homicídio qualificado, uma vez que os “três corroboraram para a morte de Davi".Para O POPULAR, o advogado dos PMs acusados, Tadeu Bastos, disse esperar que a absolvição sumária, de 2017, se estenda para o único acusado pronunciado. Ele também afirma que Davi Sebba era vinculado a uma quadrilha internacional de drogas e que o disparo só ocorreu após o advogado reagir à intervenção policial e arrancar com o veículo em que estava.Inquérito apontou execução e arma plantadaSegundo inquérito da Polícia Civil, concluído em 2013, um ano após o crime, ficou comprovado que o Davi Sebba foi executado sumariamente, já que não teve como se defender. A investigação também apontou que a arma com numeração raspada encontrada no carro do advogado teria sido plantada pelos suspeitos.Davi Sebba morreu cerca de 30 minutos antes do nascimento de seu filho, Gabriel Davi. Segundo a família, o advogado estava no supermercado fazendo compras que seriam levadas para a esposa, que estava na maternidade, quando foi alvejado pelos policiais. De acordo com a PM, Davi estaria no local para vender droga.Por conta do crime, o Ministério Público do Estado de Goiás acusou Jonathas Jordão, Luiz Frederico de Oliveira e Ednailton Pereira de Souza por participação no crime, fraude processual, usurpação de função pública e de porte ilegal de arma de fogo, além de homicídio qualificado, contra Jordão.Segundo a decisão de 2017, o juiz Antônio Fernandes de Oliveira alegou que, apesar de a vítima ter sido pega de surpresa, a situação se tratava de uma operação policial para reprimir o tráfico de drogas e que não seria razoável que os policiais agissem fardados. O documento também diz que quem realiza conduta legalmente proibida está ciente que poderá sofrer uma ação repressora.