Atualizada às 12h59Uma mulher de 19 anos foi mãe de gêmeos de pais diferentes em Goiás. O caso, que veio à tona nesta semana após divulgação por meio do médico que a acompanhou, Túlio Jorge Franco, aconteceu há 1 ano e 4 meses - idade atual dos meninos – em Mineiros, no Sudoeste do estado. O caso, considerado raro, é cientificamente chamado de superfecundação heteroparental e há 20 registros no mundo.Os meninos são parecidos, mas quando tinham aproximadamente 8 meses surgiram dúvidas em relação à paternidade. Foi então que a jovem fez exames de DNA com o homem que ela acreditava ser o pai. O resultado, entretanto, deu positivo para apenas uma criança. A mãe decidiu refazer os exames e os resultados foram iguais. Ela lembrou que tinha tido relações sexuais com outro homem e conversou com ele para que o DNA fosse feito. O resultado foi positivo para o outro filho.O médico também é professor universitário e a descoberta foi feita pelo alunos de medicina da Faculdade Morgana Potrich (Famp), em Mineiros. “A princípio entre a comunidade acadêmica usando minha conta do Instagram. Agora, estamos projetando publicar o caso em revistas científicas, mas primeiro precisamos passar pelo Comitê de Ética”, acrescenta.Como acontece?A superfecundação heteroparental acontece quando dois óvulos da mesma mãe são fecundados por pais diferentes. Dessa forma, as crianças são geradas em placentas diferentes e compartilham o material genético da mãe, mas possuem pais distintos.A fecundação, entretanto, não precisa necessariamente acontecer em 24 horas, pode, segundo as análises médicas sobre o assunto, ter um intervalo de até 10 dias, levando em consideração o período fértil da mulher.A estimativa mundial é de 8% dos gêmeos bivitelinos foram formados em momentos diferentes, ou seja, em superfecundação. O que ocorre é que geralmente isso acontece com o mesmo pai, mas são dois óvulos e dos espermatozoides. A diferença é que com homens distintos, mas o processos é igual.Último registro no mundoO último caso registrado no mundo foi em agosto de 2018, pelo laboratório do Grupo de Genética de Populações e Identificação da Universidade Nacional da Colômbia. O caso era o 19º registro mundial.Dificuldades financeiras A mãe dos meninos, que também tem uma filha de pouco mais de dois anos, hoje mora sozinha com as três crianças e está desempregada. Ela conta que o pai de um dos gêmeos assumiu os meninos e ajuda financeiramente como pode, mas afirma que junto com as crianças têm passado muitas dificuldades. O pai do outro não oferece nenhum apoio. A jovem mora de aluguel e diz que está sendo difícil arcar com as despesas, além das fraldas e roupas para as crianças.Quem quiser ajudar a família, pode fazer por meio do pix: 64999316861.Leia também: Casal conquista direito de assistência no Ipasgo para barriga solidáriaPM abre caminho até hospital para mulher que estava em trabalho de parto; veja vídeo