O desembargador Ivo Favaro negou liminar para suspender o júri pela morte do jornalista Valério Luiz Oliveira enquanto analisa o mérito sobre o pedido de suspeição do juiz Lourival Machado da Costa, responsável pelo julgamento. A petição foi feita pela defesa do empresário Maurício Borges Sampaio, de 63 anos, acusado de ser o mandante do crime. Por enquanto, o júri segue confirmado para o dia 2 de maio, após três adiamentos.Em sua decisão, o desembargador afirma não constar nos pontos abordados pela defesa de Sampaio “fração mínima adequada de plausibilidade de acolhimento da pretensão deduzida na exceção” de suspeição.O empresário defende que Costa nutre uma “inimizade capital” contra ele, iniciada durante uma partida de futebol na qual o acusado era técnico e havia tirado do jogo o magistrado. A partir de então foi apresentada uma série de fatos que, segundo a defesa, são verdadeiros e comprovam a vontade do juiz em prejudicar o réu dentro do processo do caso Valério Luiz.Na semana passada, Costa já havia negado se declarar suspeito, rebateu ponto a ponto as afirmações da defesa e disse que tal partida de futebol nunca existiu.Para justificar o pedido dentro do prazo legal, de até 15 dias após o ocorrido, Sampaio citou uma entrevista do juiz após o adiamento do júri no dia 14 de março. E então arrolou uma série de fatos ocorridos há bastante tempo, como um depoimento de outro réu, em 2015, e esta partida de futebol, sem especificar a data.Com base nestes supostos eventos, a defesa de Sampaio questiona a imparcialidade do magistrado. Desde que assumiu o caso, em março, o advogado Luiz Carlos Silva Neto entrou com cinco recursos que podem afetar a data do júri. Um já foi negado e arquivado.Após esta manifestação inicial de Favaro, o caso agora será analisado por ele no mérito, ouvindo as testemunhas citadas tanto pela defesa como pelo juiz.Além de Sampaio, respondem pelo crime: o sargento da PM Ademá Figueredo Aguiar Filho, acusado de ser o autor dos disparos, o sargento reformado da PM Djalma Gomes da Silva, o empresário Urbano de Carvalho Malta e o comerciante Marcus Vinícius Pereira Xavier. Valério Luiz foi assassinado a tiros dentro do carro quando saía de um dos serviços, em uma emissora de rádio no Setor Serrinha, no dia 5 de julho de 2012.Leia também:Sampaio entra com 5º recurso que pode adiar júri pela morte de Valério LuizDefesa de Sampaio diz que suspeição de juiz começou em partida de futebol