O número de casos confirmados da Covid-19 em Goiás dobrou entre a primeira e a segunda semana de novembro. O número saltou de 477 para 974. A Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) alerta que o crescimento, que tem sido consistente, deve continuar nas próximas semanas e sinaliza para uma nova onda da doença. A retomada de leitos exclusivos para Covid-19 ainda não é uma possibilidade, mas a pasta atenta para a importância da vacinação e de outras formas de proteção contra o vírus Sars-CoV-2. A superintendente de Vigilância em Saúde da SES-GO, Flúvia Amorim, relembra que, em 2022, já foi registrada uma onda de casos no início do ano e outra elevação em julho. “Estamos voltando a verificar uma tendência de crescimento nas últimas três semanas. Além disso, vemos um aumento de casos em outros locais como, por exemplo, São Paulo e Amazonas. Por isso, é possível que vivamos uma nova onda da doença.”Flúvia diz que ainda não é possível dizer se este aumento de casos vai ter impacto no número de mortes que, por enquanto, segue sem alterações. “Vai depender da quantidade de casos que registrarmos. Se tivermos muitos, como aconteceu no início deste ano, a chance de a doença atingir grupos mais frágeis e termos mais óbitos é maior. Entretanto, é importante frisar que, proporcionalmente, o cenário do início deste ano já foi muito melhor do que o registrado em 2021 (quando a prevalência de circulação era da variante delta e a vacinação não estava tão avançada).”Mesmo ainda não tendo sido detectada em nenhum sequenciamento genético, Flúvia destaca que é provável que a subvariante BQ.1, da ômicron, que tem apresentado sinais de ser mais transmissível, já esteja circulando em Goiás. “Estamos aumentando o número de sequenciamentos que estamos fazendo. Um problema que temos é que muitos diagnósticos estão vindo por meio do teste rápido. Entretanto, essas amostras não permitem que o sequenciamento seja feito. Por isso, estamos pedindo para os municípios reforçarem os exames RT-PCR.”Leia também:- Vacinação contra Covid em bebês começa nesta quinta-feira (17) em Aparecida; Goiânia, na sexta (18)- Testagem indica aumento da Covid-19 em GoiásPor enquanto, a SES-GO ainda não cogita a reabertura de leitos exclusivos para a Covid-19, mas a pasta informou que segue monitorando a situação o tempo todo. A pasta também não vê a necessidade de aplicar medidas mais rígidas como, por exemplo, o retorno do uso de máscaras de forma obrigatória dentro das escolas. A Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) também comunicou que, por hora, não cogita restringir a visita dos presos por conta do recente aumento de casos da Covid-19. Nesta quarta-feira (16), a Universidade Federal de Goiás (UFG) recomendou a toda a comunidade acadêmica, por meio de nota técnica, o uso de máscaras em ambientes fechados e aglomerações, além da manutenção do esquema vacinal completo contra a Covid-19. A universidade recomendou ainda que todos os sintomáticos sejam testados e os casos confirmados sejam isolados. Além disso, as salas e ambientes fechados da instituição devem se manter sempre arejados, prezando pela circulação de ar.Flúvia ressalta que, neste momento, o uso de máscara deve ser considerado em algumas situações e por alguns grupos. “Nós temos uma nota de recomendação, que foi publicada no meio deste ano, que segue valendo. O uso da máscara é recomendado para unidade de saúde, locais fechados no geral e aglomerações. Além disso, imunossuprimidos, idosos, gestantes e não vacinados também devem fazer o uso. É importante lembrar que outras ações como a higienização das mãos e o isolamento de pessoas sintomáticas são importantes.”VacinaçãoA superintendente de Vigilância em Saúde de Goiás aponta ainda que a maneira mais eficaz de se proteger contra a doença é a vacinação. Em Goiás, milhões de pessoas estão com as doses de reforço em atraso. “É a hora das pessoas procurarem atualizar os cartões de vacinação. Neste momento, os grupos de atenção são os idosos, que são o de risco da doença, e as crianças, que estão mais desprotegidas. Os perigos estão nos extremos da faixa etária”, esclarece. Em Goiás, apenas 6% das crianças com idade entre 3 e 4 anos já se vacinaram com as duas doses contra a Covid-19. A imunização do grupo começou em julho e o estado teve de descartar 215,9 mil doses de Coronavac por conta da baixa procura. “No dia 10 de outubro pedimos mais doses para o Ministério da Saúde. Eles já sinalizaram que devem enviar. Estamos na expectativa.” Atualmente, o imunizante é o único que pode ser usado para vacinar crianças nesta faixa etária.Nesta quinta-feira (17), Aparecida de Goiânia começa a vacinar crianças com idade de 6 meses até 2 anos e 11 meses. Por enquanto, o imunizante da Pfizer para o grupo foi liberado para ser usado só em crianças e bebês com comorbidades. “Vemos que muitos pais não vacinaram os filhos por medo dos efeitos adversos. Entretanto, queremos dizer que não é preciso temer. Já temos milhões de crianças vacinadas sem relatos de efeitos adversos graves. A vacina é segura e a criança ou o bebê corre mais risco sem ela”, finaliza a superintendente.Positivos somam 18%A positividade na testagem ampliada da Prefeitura de Goiânia também apresentou crescimento entre a primeira e a segunda semana de novembro. O número triplicou, saltando de 6% para 18%. A quantidade de testes feitos também teve aumento, saindo de 6,2 mil para 8,2 mil. Atualmente, Goiânia possui quatro pontos de testagem ampliada, sendo dois deles no formato drive-thru, que não é preciso agendamento, e dois no formato tenda, que é preciso agendamento prévio.De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o aumento da positividade ainda não impactou no número de casos internados pela doença. A pasta explicou que em duas semanas foram apenas oito casos. A SMS ressaltou ainda que, neste momento, medidas restritivas não devem ser adotadas, “pois além de não ser época de sazonalidade de vírus respiratórios, o aumento precisa ser sustentado por mais semanas.”Nesta quarta-feira (16), a rádio CBN Goiânia esteve em dois pontos de testagem da capital e até às 14 horas, 1,2 mil testes foram feitos na Praça do Jacaré, no Setor Crimeia Oeste, e na Banca do Batata, no Parque Amazônia. Deste total, 25% tiveram resultados positivos. Em entrevista à rádio no início da tarde desta quarta, o superintendente de Vigilância em Saúde de Goiânia, Yves Mauro Ternes, disse que ainda não há explicações para o aumento da procura pelos locais de testagem.-Imagem (1.2562119)