O número de casos de dengue teve aumento de 924,2% em janeiro, na comparação com o mesmo período do ano passado. Até esta quarta-feira (2), foram 3,7 mil diagnósticos em Goiânia. A chikungunya, por sua vez, contaminou 19 pessoas no primeiro mês de 2022, além de ter tido alto crescimento em 2021, com 93 casos. Conforme mostra o boletim epidemiológico da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Goiânia publicado na quinta-feira (27), ambas as doenças tinham dados menores nos últimos anos.A diretora de Vigilância Epidemiológica da SMS, Grécia Pessoni, explica que, em relação à dengue, os tipos de maior infecção até o momento são o DENV-1 e DENV-2, sendo o tipo 2 considerado um dos mais agressivos.A diretora evidencia também que a dengue é uma doença cíclica, com picos de infestação a cada quatro anos. Segundo ela, já era previsto um aumento da doença para 2022. De acordo com os dados levantados, o Índice de Infecção Predial (IIP), que verifica a segurança dos imóveis da cidade, ficou em 4,4% na capital, um número de alto risco de infestação de mosquitos. O ideal é que esse índice fique sempre abaixo de 1%.Em relação aos motivos do aumento, Grécia lembra que o nível de chuvas em Goiás apresenta elevação em meses fora do comum. Por isso, Goiânia é afetada com mais concentração de água parada em suas residências e, consequentemente, quantidade maior de criadouros do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue.A região mais afetada pela dengue na capital é a Noroeste, segundo o boletim. A incidência de casos no local é de 309 a cada 100 mil habitantes. Em janeiro de 2021, era de 31,7. Em relação ao Índice de Infecção Predial (IIP), a taxa é de 5%. Os bairros Jardim Curitiba, Vila Mutirão e Jardim Primavera são alguns que compõem a região. Grécia explica que o motivo da infestação de dengue ser maior nos bairros da região Noroeste é a grande concentração de casas e quintais. Dentre os 11 extratos sanitários do local, 7 são considerados de alto risco.Depois da Noroeste, a predominância dos casos da dengue nos distritos sanitários segue a seguinte ordem: Sul, Sudoeste, Campinas/Centro, Oeste, Leste e Norte (veja quadro). Já em relação à chikungunya, a região mais afetada é a Sudoeste,que apresentou 24 casos da doença em 2021, o que configura estado de alerta para 2022. De acordo com o boletim divulgado, o registro desses casos reforça o alerta para as medidas de prevenção e controle contra o mosquito Aedes aegypti.ConcentraçãoOs três principais criadouros onde o mosquito se reproduz são possíveis de serem combatidos pela população. É o que mostra o último Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) realizado em janeiro. Com 39,42%, a primeira posição dos casos de objetos que concentram o transmissor da doença abrange o lixo, recipientes plásticos, garrafas, latas e sucatas em pátios.Na segunda posição, com 20,92% dos casos, são incluídos os tambores, tonéis, caixas d’água no solo, poço e cisterna. Por fim, em terceiro lugar, com 18,9% dos casos registrados, estão itens como vasos de plantas, frascos com água, vaso sanitário, pequenas fontes ornamentais, pingadeiras, pratinho do vaso de planta e recipientes de degelo de geladeiras.Em nota, o Diretor de Vigilância em Zoonoses da SMS, Murilo Reis, explica que os moradores devem não só denunciar os pontos de criadouro, mas também zelar das residências para controlar os focos passíveis de permanência do mosquito. (Manoella Bittencourt é estagiária do convênio GJC/PUC-GO)-Imagem (1.2396873)