O Centro Comercial Cirilo Alves, em Campinas, ainda não tem data para voltar a funcionar. A Defesa Civil esteve no local na manhã de ontem e informou que para reabrir as portas será necessária a avaliação de um profissional e, se for possível, adequações e reformas. Equipe da Polícia Técnico-Científica também esteve na galeria para início da apuração das possíveis causas do incêndio registrado no sábado (18).Os lojistas foram informados que não poderão entrar em suas lojas por enquanto. A expectativa é que apenas na sexta-feira (24) a entrada seja liberada para acessar os estoques para ver o que sobrou e se poderá ser recuperado. Até amanhã, uma empresa de limpeza deverá ser contratada para retirar os escombros, além de limpar tudo que sobrou depois do incêndio.Coordenador da Defesa Civil, Cidicley Santana explica que depois do trabalho dos Bombeiros a Defesa Civil acionou a administração da galeria, que deve buscar um profissional capacitado para realizar uma avaliação completa e minuciosa da construção. Esse profissional deverá apontar se é possível reformar e, se for o caso, discriminar cada necessidade de cada espaço. Em alguns casos, é possível até sugerir o tempo de reforma.Santanda destaca, no entanto, que estas situações só são realizadas depois desta avaliação, que também pode acusar danos estruturais e, assim, indicar demolição. “O importante é que um profissional técnico ou uma equipe capacitada vá ao local e faça esta avaliação criteriosa e detalhada. Em caso de possibilidade de reforma, é realizada a desinterdição parcial. No final, depois de nova vistoria e avaliação final com aprovação, a desinterdição total”, explicou.Perito da Polícia Técnico-Científica, Ricardo Matos diz uma equipe de peritos criminais da Seção de Engenharia Forense (SENG), especializada nesse tipo de ocorrência, esteve no local ontem de manhã para análise do cenário em busca de vestígios que possam levar à causa do incêndio, se criminosa ou não. Assim que finalizado, o laudo será encaminhado para a Delegacia que investiga o caso, no prazo previsto de 30 dias.Segundo o capitão do Corpo de Bombeiros, Ricardo de Souza Oliveira o trabalho junto com a perícia envolve todas as informações possíveis como testemunhas, vídeos, as primeiras ações de resposta da corporação e a analise dos vestígios. O militar exemplificou que a situação da energia elétrica é um fator importante, assim como materiais combustíveis que estavam na galeria e não poderiam estar lá.O local foi atingido por um incêndio na tarde do último sábado (18). As chamas destruíram 12, das 78 lojas que existem no local e não houve feridos. Proprietário de loja e representante dos lojistas, Ivan Schmaltz, contou que os engenheiros contratados pela galeria já detectaram danos estruturais na parte do teto. “Têm muitos aparelhos que podem cair ou ruir a qualquer momento”, explicou.AçõesComandante do 2º Batalhão Bombeiro Militar, major Igor Aparecido Alves diz que a corporação realiza mapeamento frequente, além de trabalho de prevenção. Ele justifica a ação com o pequeno número de incêndios de grandes proporções realizados no local. O major explica que estas ações são realizadas diariamente com análises de projetos e vistorias. Além disso, o Corpo de Bombeiros também realiza vistorias motivadas por denúncias. No ano passado, a corporação recebeu mais de 1,5 mil denúncias. O comandante ressalta que qualquer região onde se há concentração de pessoas e de edificações comerciais merece cuidado maior por parte dos Bombeiros. “Ao todo, no ano de 2019, só na área do 2º BBM foram realizadas 5.203 ações em Campinas”, destaca o comandante.O major explica que cada edificação tem seu potencial de risco, que é tratado por meio de um projeto de incêndio que é produzido por um profissional competente. Os riscos são tratados nesse projeto. “Assim, analisamos o projeto, o aprovamos se estiver de acordo e realizamos a vistoria no local para certificarmos se o projeto foi executado na íntegra.” O major acrescenta que o certificado só é emitido se tudo estiver de acordo. “Caso as exigências não sejam sanadas dentro dos prazos estabelecidos, é feita uma notificação e poderá ser aberto um Procedimento Administrativo, podendo acarretar uma série de penalidades, inclusive, interdição”, diz.