Embora a Defesa Civil de Goiás se preocupe com ondas de calor, incêndios e qualidade do ar, as consequências das tempestades são a maior apreensão da estrutura de prevenção e atendimento de ocorrências de desastres naturais no estado.Dados contabilizados na Operação Tempestade 2021-2022, entre os dias 1º de outubro de 2021 e a última quinta-feira (10) revelam 1.419 registros relacionada a árvores (526). Na sequência aparecem ações preventivas (485), alagamentos, inundações e enxurradas (170), outras ocorrências (105), danos estruturais (102), soterramentos, deslizamentos (31).Diante deste cenário, afirma o gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), André Amorim, a troca de informações prevê o repasse de dicas para a Defesa Civil estadual. Ele lembra o dia 19 de dezembro, quando o Rio Meia Ponte apresentou elevação do nível. “Eles (Defesa Civil) já estavam preparados, eu tinha avisado no domingo anterior ao evento sobre a incidência de chuva nesta região.”A situação do nordeste goiano, que foi bastante afetado por chuvas em janeiro deste ano, foi alertada também pelo Cimehgo. As precipitações volumosas e em dias seguidos causaram danos às vias da região. À época, um corredor de umidade do Norte do País que passa sobre Goiás e segue para a Região Sudeste se posicionou sobre a região.Em Goiânia, as chuvas colocam os profissionais da Defesa Civil estadual e municipal em alerta. O capitão Marcelo Martins Moura do Corpo de Bombeiros Militar (CBM) afirma que com as informações detalhadas de volumes de precipitações por regiões, ele pode direcionar a atenção dos batalhões específicos para cada dado destacado.Também é possível, diz o militar, emitir alertas específicos, como uma sinalização para condutores evitarem a Marginal Botafogo, via que historicamente apresenta problemas com transbordo do córrego e desmoronamentos do asfalto. “A gente orienta as pessoas a não enfrentar riscos desnecessários quando a chuva é forte.”Com a estação seca bem definida, o bioma Cerrado tem no período de estiagem muitos eventos de incêndios e queimadas. As áreas de preservação do estado, como o Parque Altamiro de Moura Pacheco (Peamp), vizinho à região urbana da capital, é um dos locais onde a atuação da Defesa Civil se faz necessária. São realizados alertas para evitar o manejo do fogo quando a meteorologia indica a umidade relativa do ar elevada combinada com temperatura alta e ventos fortes.No caso das chamas, o monitoramento conta com imagens do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Elas indicam focos de calor que são checados para verificar se realmente se trata de fogo.Plano Uma das atribuições do governo estadual é a elaboração do Plano Estadual de Proteção e Defesa Civil. Conforme a legislação vigente, o documento serve, entre outros aspectos, para registrar as áreas de risco e os protocolos a serem seguidos em caso de necessidade.Goiás possui o documentos, mas o capitão Moura informou para a reportagem que o mesmo está sendo revisado.