Integração entre patrimônios naturais, culturais e históricos. Esta é a proposta do Caminho dos Goyazes, que vai unir, por meio de trilhas, a cidade de Goiás ao Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, no Norte do Estado. O percurso, que já tem trechos sinalizados, é a união de três caminhos: Cora Coralina, Planalto Central e dos Veadeiros. O percurso deve alcançar, ao final do projeto, cerca de 1,1 mil quilômetros atravessando Goiás e também o Distrito Federal.Patrimônios mundiais reconhecidos pela Unesco, Cidade de Goiás, Brasília e a Chapada dos Veadeiros são pontos centrais do trajeto.Além destes, há a passagem por cidades históricas nascidas no Ciclo do Ouro, como Pirenópolis; unidades de conservação ambiental, como Parque dos Pirineus; monumentos geológicos; e o Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga, o maior quilombo do País.De acordo com a Goiás Turismo, parceira do Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio) e de outras instituições na implantação do projeto, o trajeto dos Goyazes é inspirado por caminhos utilizados por índios, bandeirantes, tropeiros; naturalistas como Saint-Hilaire; tropas como a Coluna Prestes e missões como a Cruls.A primeira etapa do Caminho dos Goyazes já está demarcada, embora a Goiás Turismo ainda vá fazer reforço e investimentos no trajeto, os 300 km do Caminho de Cora Coralina, entre cidade de Goiás e Corumbá (veja mapa), inaugurado em abril de 2018.O segundo trecho é chamado de Caminhos do Planalto Central com extensão prevista para 290 km. Neste segmento a sinalização ainda não foi iniciada, o que deve acontecer em 2020. O Caminho dos Veadeiros, de 550 km, tem cerca de 140 km demarcados, nas proximidades de São João D’Aliança, no Norte de Goiás, informa um dos colaboradores do projeto, João Lino.Em conclusãoO Caminhos do Planalto Central inicia em Corumbá de Goiás, ponto de interligação com o Caminho de Cora Coralina, e segue até Abadiânia Velha. Oficialmente chamado de Distrito Posse D’Abadia, o local nascido por volta de 1800 já foi cidade, mas perdeu o status ainda na década de 1960.A comunidade fica a cerca de 20 quilômetros de Abadiânia, situada às margens da BR-060, entre Anápolis e Brasília. O distrito sedia a Centenária Romaria de Nossa Senhora da Abadia, realizada no mês de agosto, e que costuma atrair mais de 40 mil pessoas durante a festa, incluída no Calendário Cívico do Estado em julho deste ano.Na mesma região de Abadiânia Velha, o povoado histórico de Olhos D’Água, que encanta pelo colorido dos imóveis antigos, calmaria e gastronomia integra o trecho.O caminho passa por Santo Antônio do Descoberto até chegar a Formosa. O município, localizado na Região Leste do Estado marca o início do Caminho dos Veadeiros, terceira etapa com 550 km de extensão.Nesta etapa estão os municípios de São João D’Aliança, Alto Paraíso e Cavalcante. O Parque Nacional, que abraça a trilha tem como encantos espécies do Cerrado restritas à área, cachoeiras e outras belezas naturais.A previsão do ICMBio era que no final deste ano o Caminho dos Goyazes estivesse concluído, agora previsão da Goiás Turismo é finalizar a empreitada nos próximos três anos.“São caminhos baseados na exploração do ouro, da interiorização do Brasil, com a questão dos bandeirantes, sempre com o contexto histórico”, afirma o presidente da Goiás Turismo, Fabrício Amaral.Além do Caminho de Cora Coralina, os dois trajetos complementares do Goyazes poderão ser percorridos a pé, cavalo ou de bicicleta.ConexãoO Caminho dos Goyazes também faz parte da Rede de Trilhas de Longo Curso. Além deste percurso há ainda outros três eixos do projeto que foi lançado em 2018: Travessia Peabiru, do Parque Nacional do Iguaçu ao litoral paranaense; Estrada Real, que deve possuir uma trilha em paralelo à estrada já existente; e Oiapoque – Chuí, que pretende unir o País de Norte a Sul, com a conexão das várias trilhas regionais. A meta do governo federal é organizar 18 mil km de trilhas.-Imagem (1.1963973)