Todo o estado de Goiás segue em alerta por conta das chuvas, que continuam intensas por pelos menos mais dois dias. A Defesa Civil estadual continua monitorando locais que podem oferecer mais riscos, especialmente no vale do Araguaia, área que abrange porções nas Regiões Central e Nordeste. O Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo) prevê bloqueio das chuvas a partir do dia 15 deste mês. Mesmo assim, os rios devem continuar cheios.Chefe do departamento de gestão de riscos da Defesa Civil estadual, o capitão do Corpo de Bombeiros, Ricardo Oliveira destaca que o alerta vale para todo estado porque a chuva ainda segue intensa em todas as regiões. Assim, praticamente todas as regiões possuem rios que podem transbordar, por exemplo. “A atenção principal é para rios e rodovias. Nossa ação é para conter possíveis riscos, além de levar ajuda humanitária, como na região de Cavalcante.”O capitão dos Bombeiros destaca que até esta segunda-feira (10), 17 cidades seguiam em situação de emergência. A cidade de Goiás foi a última a entrar na lista. Neste caso, porque o Rio Vermelho entrou em situação de atenção. “O rio não extravasou a calha, mas seguimos observando. Ali já ocorreu situações de risco e, por isso, a cidade entrou nesta lista. Mas outros municípios também continuam sendo monitorados.” Ele cita a cidade de Luiz Alves, que em alguns locais a água já atingiu casas. Ricardo Oliveira alerta que, por ser período de férias, muitas pessoas pegam a estrada e é necessário cuidado. “É preciso observar o itinerário antes de viajar. Algumas cidades têm interdições temporárias, parciais. Isso pode atrapalhar o roteiro. Além disso, é preciso acompanhar a situação da estrada para evitar pegar chuva em algum local que não esteja em boas condições.”De acordo com André Amorim, gerente do Cimehgo, até quarta-feira ainda deve chover média de 45 milímetros (mm) na Região Norte de Goiás. Para as regiões Leste, Sul, Central e Oeste, a previsão média é de 40 mm. A região com a menor média prevista é a Sudeste, que tem expectativa de 35 mm. Mesmo assim, Amorim diz que os rios e córregos ainda devem permanecer cheios até o fim da semana e, talvez, início da próxima. Ele explica que quando os rios estão muito cheios, eles “travam” a água dos córregos, que são menores e têm menos força. “Essa água não some de uma hora para outra. Isso leva tempo. Esta cheia que vemos agora nos rios é reflexo do fim da semana passada. Por isso, os córregos também transbordam, porque não estão conseguindo ‘entregar’ a água nos rios.”André Amorim destaca, no entanto, que a tendência é que a chuva dê uma trégua a partir da próxima semana. Ele explica que um bloqueio atmosférico deve se aproximar nestes dias e “espantar a umidade” do estado. Desta forma, o que os meteorologistas chamam de sistema de alta pressão, vai começar a ganhar força e evitar que nuvens de chuva se formem no estado. Este fenômeno deve ter força por cerca de nove dias no estado e poderá voltar a chover até o fim de janeiro. “Mas o tempo é muito dinâmico. O que podemos dizer com o que vemos aqui é que a chuva segue mais intensa até esta quarta e que na próxima semana teremos esta trégua.”MonitoramentoAndré Amorim informa que o centro mantém contato 24 horas com as equipes da Defesa Civil de todo estado. Os prognósticos são informados com antecedência para os responsáveis de cada área. O chefe de gestão de riscos da Defesa Civil, Ricardo Oliveira afirma que a região de Cavalvante segue como a que tem merecido mais atenção. “Ainda existem famílias ilhadas, sem conseguir qualquer acesso. Neste locais, os bombeiros estão levando doações com comida, água, roupa e o que mais for necessário.”Ele diz que cidades que possuem áreas de lazer com rios e cachoeiras também devem ser observadas. “Muitas vezes no local não está chovendo, mas se na cabeceira tem uma chuva forte, pode vir uma tromba d’água fatal. Além disso, numa cachoeira pode acontecer acidentes com pedras, por exemplo, que descem carregadas pela correnteza. Além de desmoronamentos e deslizamentos. A recomendação é que não usem estes espaços para lazer nestes dias chuvosos.”Cidades estão em alerta. 17 já decretaram situação de emergênciaEntre Sanclerlândia e São Luiz de Montes Belos, quando chove forte, a GO-164 precisa ser interditada nos dois sentidos. Isso porque a água dos córregos Santa Rosa e São Gerônimo transborda e impede a passagem de veículos com segurança. Prefeito de São Luiz de Montes Belos, major Eldecírio Silva (PDT) afirma que ainda não ocorreram problemas maiores, e que as interdições são momentâneas. “Temos problemas nas estradas municipais, que levam a povoados ou fazendas, em estradas de terra, mas teremos de esperar a estiagem para resolver.” Quatro pontes e um bueiro foram danificados ou levados pelas águas. O prefeito de Sanclerlândia, Itamar Leão (PSDB) diz que a GO-164 ficou interrompida na manhã desta segunda-feira (10) e que duas pontes de estradas municipais da cidade foram levadas pela água. “Pela nossa altitude, não acredito que teremos problemas mais graves, com alagamentos. Mas temos tido esta situação na GO-164, até São Luiz. Há muito tempo não tínhamos um período chuvoso como este e estamos em alerta para evitar que nossos moradores tenham problemas.” Ele ainda diz que os esforços estão concentrados em viabilizar as estradas para escoamento da safra de grãos.A cidade de Goiás, que entrou agora para a lista da Defesa Civil como localidade em atenção, não teve registro de transbordamento do Rio Vermelho. O prefeito da cidade, Aderson Liberato (PT) chegou a gravar vídeo ao lado da ponte que fica em frente à casa de Cora Coralina para mostrar o nível da água. Ele alertou que muitas imagens que vinham sendo compartilhadas eram de outras datas ou mentirosas.Mas a cheia do Córrego Linha Nova fez com que a passagem pela GO-070 para o distrito de Colônia de Uvá ficasse interrompido. O prefeito da cidade de Goiás, Aderson Liberado (PT), disse que na tarde desta segunda, apenas caminhões passavam com tranquilidade pela via. Ele diz que a prefeitura está atenta e acompanhando a situação. Não há feridos, mas algumas casas chegaram a ser invadidas pela água. Em Flores de Goiás, no Nordeste goiano, as chuvas também causaram cheia do Córrefo Tapicuru. A chuva que cai na região desde o fim do ano passado tem mantido alerta desde então. Agora, Goiás tem 17 cidades em situação de emergência por conta das chuvas: Alto Paraíso de Goiás, Colinas do Sul, Teresina de Goiás, Cavalcante, Monte Alegre, Campos Belos, Divinópolis, São Domingos, Iaciara, Formoso, Niquelândia, São João d’Aliança, Guarani, Flores de Goiás, Nova Roma, Minaçu e Cidade de Goiás.-Imagem (Image_1.2384601)