O alto índice de casos de dengue que colocou Goiânia em situação de emergência e em primeiro lugar entre as capitais com mais casos registrados da doença fez com que algumas medidas mais sérias fossem tomadas. A multa para quem deixar um lote propício à criação do mosquito poderá chegar a até R$ 26 mil. Além disso, a Companhia de Urbanização (Comurg) da capital vai fazer a limpeza dos lotes e a conta vai chegar no próximo boleto do Imposto Territorial Urbano (ITU).Pesar no bolso foi a forma que a prefeitura e o Ministério Público Estadual encontraram para reduzir os locais de criação do mosquito e fazer com que os contribuintes cumpram sua parte no cuidado com os imóveis. A fiscalização começa na próxima semana pela região sudoeste da capital, que é onde se concentram a maior parte dos casos. Mas toda a cidade deverá ser vistoriada. As multas para quem possui entulho e lixo nos lotes partem de R$ 2,6 mil.Goiânia, além de liderar a lista das capitais com mais casos da doença, é a recordista de mortes por dengue no estado. Até agora são nove confirmadas neste ano e mais 25 sendo investigadas. Outras 55 pessoas estão internadas com complicações e quase 29 mil casos já foram confirmados. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) entende que a situação está anormal com aumento de 1.562% nos casos notificados em comparação com o mesmo período do ano passado.NacionalO boletim nacional mostra que neste ano já foram registrados em todo país quase 400 mil casos prováveis de dengue, o que representa um aumento de 95% em relação ao mesmo período do ano passado. Até o momento, são 184 casos para cada 100 mil habitantes neste ano. O Centro-Oeste tem números acima da média nacional, com taxa superior a 700 casos de dengue por 100 mil habitantes, com destaque para as capitais Goiânia, Brasília e Palmas.O boletim do Ministério da Saúde aponta que, até o momento, está confirmada a morte de 112 pessoas, das 280 que desenvolveram agravamento da dengue no país. Os registros ocorreram, principalmente, nos estados de São Paulo, seguido de Goiás, Bahia, Santa Catarina e Minas Gerais. Além disso, mais de 170 mortes ainda são investigadas e podem estar associadas à dengue. A vice-presidente do Conselho Federal de Medicina, Rosylane Rocha, entende que dois fatores podem explicar o aumento.O primeiro é que a dengue é uma doença sazonal, com maior incidência em períodos de chuva e calor. E, como este ano muitas regiões tiveram chuvas acima do esperado, favoreceu o acúmulo de água, situação propícia para o surgimento de focos do mosquito transmissor. Outro motivo, segundo Rosylane Rocha, é que o medo da covid-19 fez muita gente procurar atendimento médico, aumentando os registros oficiais de casos de dengue, já que, no início as duas doenças têm sintomas parecidos.Leia também:- Goiás confirma 9 mortes por dengue e dispara com maior número de casos do País- Morre padre João de Bona Filho, aos 70 anos, em Goiânia- Dengue cresce 295% em Goiás