O Comitê de Operações Emergenciais de Enfrentamento ao Coronavírus (COE) estadual vai discutir a melhor forma de se apurar a redução ou não das internações por Covid-19 em leitos de UTI, um dos indicadores usados para permitir a volta às aulas presenciais em Goiás. Em meados de agosto, foi definido pelo COE que a taxa de ocupação deveria ficar em até 75% por 4 semanas, mas com o anúncio do fechamento de leitos pela rede particular e pela rede municipal de Goiânia, o receio é que esta taxa fique com porcentual sempre elevado mesmo com a queda do número de internados.Os representantes da educação e da saúde trabalham com a possibilidade de retomada das atividades nas escolas a partir de novembro. O titular da Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), Ismael Alexandrino, disse em entrevista ao POPULAR na edição desta terça-feira (6) que está havendo uma tendência de queda nas internações e nas mortes (o segundo critério usado para determinar a volta às aulas) e que é necessário observar se eles vão se manter em baixa durante o mês. Ismael afirmou que a SES-GO já projeta a reabertura das escolas para novembro.A entrevista de Ismael repercutiu na reunião na manhã desta terça-feira do grupo de trabalho (GT) do COE que discute a educação. Conforme O POPULAR apurou, não houve discordâncias em relação à fala do secretário, mas alguns pontos foram levantados para que esta situação se viabilize.Um deles foi a revisão no indicador sobre internações. Na semana passada, foi anunciado no COE que houve uma redução de 19% no número de mortes no período de análise estabelecido em agosto, quatro pontos porcentuais a mais do que o definido como meta. Precisa que este indicador se mantenha assim por mais três semanas.Porém, a taxa de internação só agora nos últimos dias começou a ficar abaixo de 80% e o temor é que caindo mais o Estado defina pelo fechamento de leitos. Já foi anunciado, por exemplo, que o Hospital de Campanha (HCamp) de Águas Lindas - com 40 leitos de UTI - será desativado no dia 22.Outro ponto proposto na reunião do GT foi a possibilidade de a retomada das aulas presenciais ocorrer por município e não no Estado como um todo. Isso porque a situação pode estar mais tranquila em algumas regiões do que em outras e qualquer decisão pensada estadualmente poderia prejudicar cidades em que a epidemia está em situação distinta. A questão foi levantada pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) e será levada para discussão no COE nesta quarta-feira (7).Ainda conforme apuração da reportagem, a maior pressão pela reabertura das escolas está na rede particular, uma vez que a rede pública - tanto estadual como municipais - não questionam nas reuniões esta possibilidade para ainda neste ano.Representantes do MP-GO também estiveram presentes na reunião e, conforme o POPULAR apurou, foi do MP a proposta de pensar a reabertura das escolas por município, dependendo da situação epidemiológica local. Um dos argumentos é um estudo apresentado pela Universidade Federal de Goiás (UFG) confirmando o que as autoridades sanitárias já informavam, que a taxa de contágio por região no Estado é dispare, tendo municípios onde a contaminação já se encontra mais estabilizada e outras com quadro mais crítico.SepeProcurado pelo POPULAR, o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino de Goiânia (Sepe) e do Conselho Estadual de Educação (CEE), Flávio de Castro, confirmou que estas propostas foram levantadas na reunião, mas que cabe ao COE definir o que será feito. Para ele, o mais importante é que haja um consenso entre todos os envolvidos para que se possa trabalhar sem contratempos e que toda a comunidade escolar possa se informar sobre os procedimentos a ser adotados para quando for ocorrer a retomada das atividades.Flávio diz que além dos pontos em discussão vê como necessário uma maior publicização do protocolo definido pelo COE para a volta às aulas e um esmiuçamento do documento para deixar claro todos os pontos da retomada.