As 5.050 vagas do concurso do Governo de Goiás para a contratação de professores para as escolas públicas estaduais suprem apenas metade do déficit de profissionais que a rede possui. Atualmente, de acordo com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), a pasta conta com 10,5 mil professores regentes e coordenadores pedagógicos temporários. De acordo com o cronograma, chamamento começa em 2023 e pode acabar só em 2026. O edital do concurso ainda não foi publicado, mas pelo cronograma atual a prova será realizada no segundo semestre de 2022. Os aprovados começarão a ser chamados no início de 2023. Pela programação, 1,2 mil aprovados serão chamados por ano, até 2026. “Vai depender da disponibilidade financeira. Podemos chamar mais gente em um ano”, explica o superintende de Gestão e Desenvolvimento de Pessoal da Seduc, Hudson Amarau.As vagas são para professores com graduação. De acordo com a Seduc, serão ofertadas vagas na maioria das cidades goianas. Serão abarcadas todas as disciplinas de ensino. Também existem vagas destinadas para os profissionais da Pedagogia, que atuarão como coordenadores, e para profissionais quilombolas, indígenas e da área de Libras. Déficit Amarau diz que apesar de o número de vagas ofertadas não ser suficiente para cobrir o déficit de professores, existe o cadastro reserva e que este concurso será benéfico para diminuir a rotatividade de professores na rede, que acaba impactando na qualidade do ensino ofertado para os estudantes e também na dinâmica administrativa da própria Seduc. Além disso, o superintendente esclarece que o concurso também será positivo para os professores, que terão um plano de carreira. “É importante destacar que já existe uma equiparação salarial. Entretanto, com esta mudança, eles terão acesso a, por exemplo, gratificações caso façam uma especialização, mestrado ou até mesmo um doutorado.” Atualmente, a rede conta com 1.012 unidades escolares e atende 510 mil estudantes do ensino fundamental, sobretudo do 6º ao 9º ano, do ensino médio, da Educação de Jovens e Adultos, além do Ensino Especial. Sindicato A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), Bia de Lima, afirma que a instituição está feliz com o concurso, mas se preocupa com o fato de que o déficit de profissionais não será completamente solucionado. “Melhor um passarinho na mão do que dois voando. Entretanto, vamos esperar este concurso ser feito e já vamos pedir que outro seja realizado. Nossa conversa com a Seduc é neste sentido.” Bia explica que os contratos temporários acabam sendo prejudicais tanto para os professores, quanto para os estudantes. “Os professores não conseguem se capacitar, pois não existe segurança para que continuem estudando e os alunos sofrem, pois não conseguem desenvolver um relacionamento com os professores por conta da alta rotatividade.” Concurso O concurso é realizado por meio da Seduc, da Secretaria de Estado da Economia, da Procuradoria Geral do Estado (PGE) e da Secretaria de Estado de Administração (Sead), que publicou no Diário Oficial do Estado (DOE) desta segunda-feira (30), a dispensa de licitação do concurso. A empresa contratada pelo valor de R$ 1,6 milhão para executar o concurso foi o Instituto Americano de Desenvolvimento (Iades), que é de Brasília. Em 2019, a Seduc já havia chamado 500 professores aprovados no concurso realizado em 2018. De acordo com a pasta, a partir de 2020, foi iniciado um levantamento interno de necessidade de vagas para a elaboração de um novo concurso público. Em 2021, foi criada uma comissão que se reunia semanalmente para definir como seria o certame. Desta forma, em agosto passado foi definido o quantitativo de vagas por áreas de conhecimento a serem ofertadas. O processo seguiu, então, para a análise das demais pastas da administração estadual. No fim de 2021, o concurso foi autorizado. Leia também: - Concurso seleciona 5.050 vagas em todas as cidades goianas- Escolas de Goiânia voltam a estimular uso de máscaras- Vereadora que chamou professoras de 'analfabetas prostitutas' diz que foi vítima de crime virtual