O ex-vereador Amarildo Pereira foi reconduzido ao cargo de procurador do município em Goiânia um ano e meio após perdê-lo devido a uma condenação por desvio de recursos da época em que era diretor financeiro da extinta Companhia Municipal de Obras de Goiânia (Comob). A Prefeitura cumpre uma determinação do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que acatou pedido de habeas corpus apresentado pela defesa do ex-vereador.Amarildo argumentou no STJ que a perda de cargo deveria ser referente ao tempo em que ocorreram os fatos, no caso entre 1999 e 2000, e não ao tempo em que ele foi condenado, em 2014, quando já exercia novamente o de procurador do município. Ele também foi vereador entre 2001 e 2008.Em outubro de 2020, o então prefeito Iris Rezende acatou ordem da Justiça goiana e publicou decreto considerando vago o cargo ocupado por Amarildo. Na mesma época, a defesa do ex-vereador entrou com recurso no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) e posteriormente com um habeas corpus no STJ. O último vencimento bruto dele enquanto procurador foi em torno de R$ 25 mil.Leia também:Amarildo cumpre pena por esquema na antiga ComobEm sua decisão ao analisar o HC, o ministro Rogério Schietti Cruz, do STJ, afirmou ter verificado a ocorrência de “coação ilegal” contra Amarildo ao ser afastado de um cargo que não exercia na época dos fatos. O esquema pelo qual Amarildo foi condenado enquanto diretor da Comob envolvia a liquidação irregular de cheques que deveriam ser usados para pagamentos ao Instituto Nacional de Seguro Social (INSS) e à falsificação de guias de recolhimento, além de pagamentos de notas fiscais em duplicidade. A denúncia aponta que os desvios chegaram a R$ 640 mil em valores da época.Amarildo também respondeu a um processo na Justiça federal, por um esquema semelhante envolvendo desvio de R$ 7 milhões do INSS dentro da Câmara Municipal de Goiânia, entre 2001 e 2004, quando já era vereador. O caso envolvendo a Comob foi descoberto depois. CondenaçãoO ex-vereador chegou a ser sentenciado a 7 anos de prisão em primeira instância pela Justiça Federal. Ele conseguiu recorrer em liberdade e os crimes prescreveram em 2020, após mais de 15 anos sem que houvesse uma condenação definitiva. Já na esfera estadual, no caso envolvendo a Comob, ele foi denunciado em 2006 e em 2014 saiu a condenação. Ele recorreu em liberdade, chegou a ter um pedido de prisão feito em 2020, mas conseguiu revoga-lo no ano passado e em setembro passou a cumprir a pena em regime semiaberto, com uso de tornozeleira.A Comob foi extinta em 2008.