A Justiça de Jandaia, cidade no centro de Goiás, decretou, na tarde desta terça-feira (16), a prisão preventiva do conselheiro tutelar suspeito de ameaçar a ex-mulher com tiros para o alto em frente ao trabalho dela e de enviar imagens da filha dos dois segurando uma arma. No entanto, o suspeito está foragido e segue sendo procurado pela Polícia Civil.Segundo o documento publicado com a decisão da Justiça, o homem deve ser detido também por descumprir a medida protetiva que a ex-mulher tinha contra ele. “O demandado recebeu ordem de afastamento da ofendida e seus familiares, porém, não cumpriu as determinações”, escreveu o juiz responsável pelo caso, Aluizio Martins Pereira de Souza.Na mesma decisão, o conselheiro tutelar foi afastado do seu cargo. “É absolutamente incompatível o exercício da função pelo agressor com os atos em tese praticados, especialmente o expor a filha do casal a risco de vida ao entregar-lhe arma de fogo, bem como a utilização do veículo do Conselho Tutelar para descumprir as medidas protetivas já fixadas”. afirmou o juiz. Além da filha de quatro anos que aparece nas fotos com a arma, o ex-casal também tem uma menina de um ano. Leia também:- Escola infantil é notificada após festa do pijama com músicas de teor pornográfico em Goiânia; vejaA mulher, que não teve sua identidade divulgada, já havia denunciado o ex-marido anteriormente e contou, em entrevista à TV Anhanguera, que se separou do suspeito em setembro e conseguiu a medida protetiva pela Justiça “em razão das ameaças, agressões físicas e verbais”.Com a decisão do juiz, o conselheiro tutelar foi proibido de se aproximar da ex e da família dela, de ir aos locais que ela frequenta e, também, de manter contato. No documento, a Justiça determinou que o homem não visitasse as filhas por 60 dias, entre outras restrições. Em denúncia feita pela mulher, é indicado que o ex descumpriu a medida protetiva na última sexta-feira (12) e foi até o trabalho dela. “Ele chegou e se sentou ao meu lado, começou a falar que queria voltar, que queria criar as meninas juntas. Eu falei que não queria, e ele saiu. Não passou nem dez minutos e ele chegou lá atirando”, disse a diarista para a TV Anhanguera. AmeaçasOutras situações levaram a mulher a ter mais medo do ex. De acordo com ela, quando a medida protetiva já havia sido concedida, ela estava com as filhas em uma praça quando o viu rondando o local. “Sentei lá onde vendem espetinho. Elas queriam tomar um suco e um sorvete. Ele ficou passando toda hora com o carro do Conselho Tutelar, saiu até cantando pneu”, contou. “A única coisa que eu queria era paz para mim e para minhas filhas, porque nós não estamos tendo”, completou.Durante a mesma entrevista, a diarista mostrou mensagens enviadas pelo homem, que escreveu: “Não tenta dificultar o meu acesso com minhas filhas não, porque assim já não damos certo mais. E se você sonhar em atrasar o meu lado com minha filha eu vou ter que mata você. Tô avisando (sic)”. À TV Anhanguera, o suspeito, também de modo anônimo, diz que considerou a foto da filha segurando arma ‘inofensiva’, e que o objeto era de brinquedo. Na mesma fala, negou ser o autor dos disparos para o alto em frente ao trabalho da ex.