A reforma e revitalização da Praça do Trabalhador, entre os setores Central e Norte Ferroviário, não tem previsão de ser finalizada. Após seis adiamentos na data de entrega, a última prevista para março deste ano, o andamento das obras voltou à estaca zero com o pedido de distrato do contrato entre a Construtora Ventuno e a Prefeitura de Goiânia. As partes agora negociam o rompimento do acordo que, em novembro do ano passado, era estimado em apenas 23% da construção para o término, o que seria feito em 120 dias.De acordo com a Secretaria Municipal de Planejamento e Habitação (Seplanh), pasta responsável pela obra, “a empresa responsável solicitou distrato do contrato com o município, em virtude de problemas econômicos que enfrenta”. Desde 2020, a construtora está em recuperação judicial e o prosseguimento da reforma da Praça do Trabalhador já vinha sendo prejudicado por isso, visto que ela não conseguia cumprir os serviços necessários e, logo, não recebia recursos para capitalizar o trabalho. Assim mesmo, até então, não se falava em rompimento do acordo.A Seplanh “ressalta que, em conjunto com a Procuradoria Geral do Município (PGM) e Secretaria Municipal de Administração (Semad), estuda o caso em busca de alternativas para a conclusão das obras”. O POPULAR apurou que não está descartada a opção da própria Prefeitura assumir a finalização da revitalização, mas que, a princípio, a intenção é realizar uma nova licitação. Isso desagrada os feirantes da Feira Hippie, que ocorre no local nos fins de semana e estão trabalhando nos arredores da praça desde 2019, sob condições inapropriadas.Presidente da Associação dos Feirantes da Feira Hippie, Waldivino da Silva afirma que deve apresentar ao Paço Municipal uma proposta na próxima semana para ajudar na finalização do serviço, contando com verbas destinadas à entidade via vereadores em emendas parlamentares. “Pelo o que a gente vê daqui, só faltam uns 30% para terminar. É pouca coisa, mas prejudica muito a gente trabalhar. Queremos ver com a Prefeitura se a gente pode até ajudar, arrumar uma construtora ou poder fazer pelo menos os banheiros, já nos ajudaria muito”, diz.Silva acredita que a pior opção no momento seria uma nova licitação, visto que o processo demoraria pelo menos seis meses e as obras seriam reiniciadas em setembro, quando começa o período do ano de maior movimento para os feirantes. “No final do ano é inviável para a gente ter que mudar de lugar com as barracas. Agora que o cliente sabe onde a gente está, mesmo desse jeito. Não pode deixar para o final do ano. Tem que dar um jeito de terminar isso antes porque não dá mais para ficar sem lugar para trabalhar.” Ele comenta que os feirantes têm optado por ficar na Rua 44 e nas proximidades da Avenida Goiás, sendo os únicos locais com melhor movimento.“Existe um problema com o trânsito dos ônibus da Rodoviária, por ficar ali na Rua 44, mas não tem como a gente sair dali enquanto não terminar a Praça do Trabalhador”, considera o presidente da associação. Outro problema é que o atraso nas obras interrompeu as reuniões feitas pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Economia Criativa (Sedec) que discutiriam o modelo de ocupação da Praça, como o tipo de barraca e quantidade de feirantes, o que ainda está indefinido.Pela manhã, enquanto fazia vistorias em outras obras da Prefeitura, o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) confirmou que não existe data para a entrega da revitalização. “Teve a pandemia e os feirantes não poderiam ficar sem emprego, optamos abrir espaço para eles e isso impede um pouco que o trabalho avance. Liberamos para o feirante, mas eles precisam ter o entendimento que o local está em obra”, disse, ao reforçar que as chuvas atrapalham o serviço.Viadutos ficam para maioDurante a vistoria realizada pelo prefeito Rogério Cruz (Republicanos) e seus auxiliares em quatro obras do Paço Municipal, ficou prometida a entrega de dois viadutos para a população no mês de maio. O primeiro deles deve ser o viaduto Lauro Belchior, entre os setores Leste Universitário e Jardim Novo Mundo, conhecido como “Viaduto da Enel”, por passar ao lado da sede da empresa concessionária do serviço de distribuição de energia elétrica no Estado de Goiás. “Este viaduto é muito importante para a população dos bairros e para Goiânia em geral. Vai ser entregue em abril para a gente e em maio a Prefeitura já estará antecipando as ligações e vai ser entregue para a população” afirmou Cruz. A outra obra que deve ser entregue nos próximos dois meses é o Complexo Viário Luiz José Costa, localizado no encontro entre a Avenida Jamel Cecílio e a Marginal Botafogo.Segundo secretário da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana (Seinfra), Everton Schmaltz, a obra está em fase de finalização. “Falta a pavimentação da parte de baixo, onde foi preciso de outra solução de drenagem, a iluminação já foi finalizada, a segurança também. Vamos precisar de dois meses a dois meses e meio se o tempo nos permitir.” Sobre a questão da drenagem, ele conta que não ocorreu uma falha no projeto, mas será feito um cuidado extra no local. “Em uma das visitas que fiz a parte mais baixa estava com certo acúmulo de água, mas não foi o projeto, foi pelo volume de chuvas. Teve chuva aqui de 72 milímetros, alertou muito a gente e tivemos de trabalhar com segurança e elevamos o critério para dar segurança no caso de uma chuva a mais, já que o normal é trabalhar com estimativa e processo histórico. Vai atrasar uns 15 dias, mas semana que vem já vai ser colocado esse elemento de segurança. Aí podemos marcar uma data para colocar em funcionamento toda a estrutura”, explicou o titular da Seinfra.-Imagem (1.2408201)