As fitas zebradas que impediam o acesso às academias ao ar livre nos parques de Goiânia foram rompidas em alguns pontos da capital durante o feriado da Sexta-feira Santa. As faixas foram colocadas na última quarta-feira (8). O objetivo foi prevenir a disseminação do novo coronavírus (Covid-19) entre os frequentadores, uma vez que a aglomeração de pessoas nestes locais se manteve mesmo com as restrições de circulação existentes no município.“Na Praça das Artes, localizada no Jardim Goiás, a chamada popularmente como Praça do Moreirinha, no Setor Coimbra, Praça da T-25, no Setor Bueno, as pessoas acabaram buscando estes locais e, em alguns casos, não respeitaram as faixas colocadas”, exemplifica o presidente da Agência Municipal do Meio Ambiente (Amma), Gilberto Marques Neto. No Bosque dos Buritis o mesmo ocorreu.A reportagem também em alguns destes locais neste domingo (12) e verificou o desrespeito à medida.“Houve um fluxo menor do que temos nos feriados, porém ainda grande considerando que estamos no período de quarentena”, avalia Marques Neto.Desde a publicação do decreto do governo de Goiás, que restringiu a circulação de pessoas, no mês passado, O POPULAR vem acompanhando a movimentação nas ruas da capital. Nos parques, por exemplo, o fluxo de visitantes reduziu, mas aglomerações ainda foram vistas por diversas vezes.“Estamos percorrendo os locais mais demandados em parques, praças e canteiros centrais, e orientando as pessoas”, acrescenta o presidente da Amma. Ele explica que o trabalho é feito em conjunto com Guarda Civil Metropolitana (GCM), Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Habitação (Seplanh) e a Polícia Militar de Goiás (PM-GO). “Nossa missão é de garantir que estes locais não ofereçam risco de contaminação em decorrência da aglomeração de pessoas”, diz.O titular da agência informa ainda que nos locais onde houve a violação dos lacres, os mesmos foram substituídos pela Guarda Municipal e Fiscalização Ambiental. Ele destaca que neste primeiro momento, a ideia é ainda insistir em manter fechados tais espaços de convivência, como parquinhos e academias. No caso das pistas, a orientação é que as pessoas fiquem mais dispersas. “Mas se não houver a cooperação de todos, e se for preciso, teremos de fazer como a capital paulista, por exemplo, que precisou interditar os parques por completo”, frisa Marques Filho.APPO presidente da Amma orienta também que as pessoas informem se verificarem algum descumprimento das regras durante a quarentena. “A população pode denunciar pelo Aplicativo da Prefeitura, chamado ‘Prefeitura 24 horas’, onde foram criados dois links para denúncias, tanto de aglomeração de pessoas, quanto de estabelecimentos não essenciais abertos.”De acordo com a Prefeitura de Goiânia, o aplicativo de combate ao coronavírus já havia recebido até a última quinta-feira (9) quase 3 mil denúncias. Os relatos que chegam ao aplicativo são direcionadas à Guarda Civil Metropolitana (GCM) e à Fiscalização da Seplanh. As demandas são verificadas e posteriormente as equipes são deslocadas aos locais que foram denunciados. Não é preciso se identificar para fazer os registros.A decisão tomada pela Prefeitura da capital de fechar as academias ao ar livre nos parques públicos atendeu a uma recomendação feita pela promotora Alice de Almeida Freire, do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO). No total, Goiânia possui 42 parques administrados pela Amma e 17 deles têm equipamentos de ginástica e brinquedos. A maior preocupação é o contato comunitário com os equipamentos.Caráter educativoA assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Planejamento e Habitação (Seplanh) informou para a reportagem que o monitoramento da primeira semana desde a interdição dos equipamentos ao ar livre ocorreu em caráter educativo, mas que se atitudes de descumprimento permanecerem durante a próxima semana, a ação pode ser diferente e medidas mais severas podem ser tomadas. Ainda de acordo com a pasta, se uma pessoa insiste em usar os equipamentos, ela pode ser encaminhada até a delegacia, e lá terá de ser registrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO).A desobediência à restrição poderá, por exemplo, pode acarretar em aplicação de multa ou até mesmo em detenção de um mês a um ano, segundo a titular da Seplanh, Zilma Percussor Campos Peixoto. “O Código Penal prevê, no artigo 268, a aplicação de sanções àqueles que descumprem determinações do poder público destinadas a impedir a propagação de doenças e a prevenção da saúde pública. É um dispositivo legal que já existe e pode ser aplicado”, diz.“Sabemos da importância e da necessidade que muitos possuem de realizar exercícios físicos e que, com a determinação para fechamento das academias privadas, muitos têm buscado outros meios. Infelizmente estamos enfrentando um momento incomum e que coloca em risco a vida de toda a população e, por este motivo, tanto a gestão municipal quanto a estadual, estão tendo de tomar atitudes mais severas”, destaca a titular da Seplanh.-Imagem (Image_1.2033929)-Imagem (Image_1.2033930)