O coronel da Polícia Militar, João Carlos de Oliveira, foi preso suspeito de participar de um esquema de grilagem de terras em Abadiânia, no Entorno do Distrito Federal. Pelo menos 15 pessoas são suspeitas de integrar uma organização criminosa que falsificou documentos e, em setembro do ano passado, invadiu uma fazenda, que pertencia a um casal de bolivianos.De acordo com o advogado do casal, Theodoro Pacheco, o grupo conseguiu alterar a titularidade da empresa do casal, que dava acesso às terras, na Junta Comercial do Estado de Goiás (Juceg), em Goiânia. “Como a propriedade estava registrada em um CNPJ, verificamos na Juceg que havia sido alterado. O órgão nos disse que a alteração foi feita com uma escritura pública”, conta.O advogado revela que esses documentos foram feitos em um cartório no Maranhão. "Fomos até lá e descobrimos que a antiga tabeliã havia perdido o cartório devido denúncia de que estavam elaborando documentos sem a assinatura dos donos através da certificação do selo digital”, afirma. As transferências do terreno foram feitas mais de uma vez para “laranjas”, que recebiam pelo serviço.O casal precisou contratar peritos para emitir um laudo grafotécnico para atestar a falsidade das assinaturas e, com isso, conseguiram retomar a posse das terras junto a Juceg. “Quando fomos na propriedade, até o letreiro havia sido alterado. O coronel retirou a placa antiga e colocou uma nova com o nome dele completo, alegando que ele era o novo dono”, revela.Apesar das dores de cabeça, o casal conseguiu recuperar a propriedade, mas destacam a importância da Polícia Civil (PC) investigar a organização criminosa, pois podem haver outras vítimas dessa prática de grilagem de terras. “Esse caso serve de alerta às pessoas, pois essa situação acontece no Brasil todo há muitos anos com o mesmo modus operandis”, finaliza Theodoro.DefesaEm nota, a defesa do coronel João Carlos disse que “ele está sendo vítima de infundadas após a compra de uma fazenda”. Além disso, afirmou que as negociações foram pautadas pela “boa fé” e que entrou com um pedido de habeas corpus. A reportagem entrou em contato com o delegado responsável pelo caso, Rosivaldo Linhares, que informou que o processo está em “segredo de Justiça”.Nota respostaA defesa do Coronel João Carlos de Oliveira diz que ele está sendo vítima de infundadas ações jurídicas após a compra de uma fazenda. Que ao realizar negócio jurídico verificou-se todas as informações pertinentes à compra do aludido imóvel e que tratava-se de um negócio jurídico pautado na boa fé processual.Já foi impetrado HABEAS CORPUS que estará em mesa para julgamento na próxima sessão. Confirmamos absoluta falta de justa causa das medidas segregadoras, sobretudo, a inapelável inexistência de qualquer prova da materialidade ou indícios capaz de justificar o visível abuso de autoridade do comando judicial, de modo que comprova também a inexorável condição de vítima e comprador de boa fé.Leia também:- Amazônia tem área de madeira explorada do tamanho de 3 cidades de São Paulo- Organização é suspeita de aplicar golpes milionários com fabricação de dinheiro-Imagem (1.2479325)-Imagem (1.2479326)