O corpo de Ariane Bárbara Laureano de Oliveira, de 18 anos, foi localizado pela polícia na noite de segunda-feira (30), no Setor Jaó, em Goiânia. A jovem estava desaparecida desde o dia 24 de agosto, após sair de casa no Setor dos Funcionários, também na capital, e&nbsp;dizer para a mãe que iria encontrar com amigas. Segundo a equipe de identificação, a vítima foi encontrada já em estado avançado de decomposição.&nbsp;Na data de seu desaparecimento, a mãe de Ariane informou ao G1 que recebeu uma mensagem da filha avisando que retornaria para casa. Ela disse ainda que nenhuma amiga soube dizer onde a jovem estaria.&nbsp;Ainda não há informações sobre o velório e o sepultamento.

Corpo da jovem de 18 anos que estava desaparecida em Goiânia é encontrado no Setor Jaó

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<img attr-cid="policy:1.3204019" attr-version="policy:1.3204019:1732726838" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3204019/WhatsApp Image 2024-11-27 at 13.13.24.jpeg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, e nova secretária municipal de Saúde, Cynara Mathias Costa (Diomício Gomes / O Popular)

Após a <a href="https://opopular.com.br/cidades/secretario-de-saude-de-goiania-e-preso-em-operac-o-contra-pagamentos-irregulares-na-secretaria-diz-mp-1.3203904">prisão do secretário de Saúde, Wilson Pollara</a>, o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, falou sobre a investigação de pagamentos irregulares. Ele mencionou o decreto nº 580, de 20 de fevereiro de 2024, que incluiu a ordem cronológica de pagamento dos fornecedores credenciados de serviços de saúde municipal. “Temos um decreto que compromete-se com o município de Goiânia que todos os pagamentos são feitos por ordem cronológica”, disse.

<a href="http://opopular.com.br/canal" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp</a>

Depois de mencionar o decreto, disse que “cada secretaria tem a sua prioridade, claro, mas tem a sua justificativa também para poder fazer os seus pagamentos”. O documento menciona pessoas jurídicas ou físicas, bens e outras obrigações de natureza contratual, no âmbito do Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores Municipais (IMA). Rogério Cruz fez pronunciamento em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (27).&nbsp;

Além de Pollara, <a href="https://opopular.com.br/cidades/secretario-de-saude-de-goiania-e-preso-em-operac-o-contra-pagamentos-irregulares-na-secretaria-diz-mp-1.3203904">foram presos o secretário executivo da pasta, Quesede Ayres Henrique, e o diretor financeiro Bruno Vianna Primo</a>. O Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) afirma haver suspeitas que os presos atuaram em um esquema para desviar recursos públicos em benefício deles próprios e de terceiros por meio de ingerência na gestão financeira da Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), entidade responsável pela gestão das três maternidades municipais da capital.&nbsp;

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/opiniao/blog-fabiana-pulcineli/servidora-efetiva-assume-secretaria-de-saude-de-goiania-apos-pris-o-da-cupula-da-pasta-1.3203996">Servidora efetiva assume Secretaria de Saúde de Goiânia, após prisão da cúpula da pasta</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/secretario-de-saude-liderava-esquema-de-desvio-de-recursos-afirma-mp-go-1.3203962">Secretário de Saúde liderava esquema de desvio de recursos, afirma MP-GO</a></div>

Desde o início da crise por vagas de UTI, pelo menos cinco pessoas morrem à espera de um leito. Segundo o MP-GO, Wilson liderava o grupo responsável pelo esquema, com Quesede pressionando gestores e Bruno implementando as decisões financeiras para<a href="https://opopular.com.br/cidades/secretario-de-saude-de-goiania-e-preso-em-operac-o-contra-pagamentos-irregulares-na-secretaria-diz-mp-1.3203904"> burlar os procedimentos institucionais e legais</a>.&nbsp;

Em nota, a Prefeitura afirmou que "está colaborando plenamente com as investigações e tomará todas as medidas administrativas cabíveis conforme desdobramento das apurações".

Também por meio de nota, a&nbsp;defesa de Wilson Modesto Pollara afirmou que "ainda não obteve acesso aos autos e que, tão logo esteja de posse dos elementos informativos referentes à operação deflagrada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), emitirá um posicionamento formal e fundamentado". Também disse que "reafirma seu compromisso com a verdade e com o pleno respeito ao contraditório e ao devido processo legal, certa de que a inocência de seu cliente será devidamente reconhecida no curso das apurações"&nbsp;(confira a nota na íntegra ao final da reportagem).&nbsp;

Ainda por meio de nota, o&nbsp;Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde no Estado de Goiás (Sindsaúde-GO) disse&nbsp;defender a "apuração rigorosa e a responsabilização dos envolvidos, dentro dos trâmites legais, como passos fundamentais para o reestabelecimento da eficiência e transparência no Sistema Único de Saúde (SUS) em Goiânia".&nbsp;(confira a nota completa ao final da reportagem).

<h2>Esquema de desvio de recursos</h2>

As investigações apontam, até o momento, que os <a href="https://opopular.com.br/cidades/secretario-de-saude-de-goiania-e-preso-em-operac-o-contra-pagamentos-irregulares-na-secretaria-diz-mp-1.3203904">três presos teriam passado a tratar diretamente com alguns fornecedores de serviços contratados pela Fundahc</a>, "determinando repasses de verbas em montantes inferiores aos devidos, vinculados a pagamentos específicos, conforme tratativas clandestinas realizadas pelo grupo criminoso". O suposto esquema contava com o envolvimento de laranjas, para permitir, segundo o MP, a devolução de parte dos valores pagos aos investigados após o repasse oficial efetuado pela SMS.&nbsp;

"Há indícios preliminares de que os investigados agiram deliberadamente para impor <a href="https://opopular.com.br/cidades/secretario-de-saude-de-goiania-e-preso-em-operac-o-contra-pagamentos-irregulares-na-secretaria-diz-mp-1.3203904">contratações irregulares</a> de pessoas jurídicas específicas pela Fundahc", informa a juíza Ana Cláudia Veloso Magalhães, em substituição automática na 2ª Vara das Garantias da Comarca de Goiânia ao determinar a prisão dos três investigados.&nbsp;

A Fundahc é responsável pela gestão do Hospital e Maternidade Dona Iris (HMDI), da Maternidade Nascer Cidadão (MNC) e do Hospital Municipal da Mulher e Maternidade Célia Câmara (HMMCC), por meio de convênios celebrados com a SMS desde 2012. De acordo com o Ministério Público de Goiás (MP-GO), os <a href="https://opopular.com.br/cidades/secretario-de-saude-liderava-esquema-de-desvio-de-recursos-afirma-mp-go-1.3203962">atrasos nos repasses à fundação</a> ocorrem de forma sistemática desde 2023, resultando em paralisações sucessivas nos serviços nas três unidades. A dívida atual estaria em torno de R$ 121,8 milhões.

<h2>Prisões</h2>

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Wilson Pollara em frente à Casa do Albergado, em Goiânia (Reprodução/TV Anhanguera)

As <a href="https://opopular.com.br/cidades/secretario-wilson-pollara-e-levado-a-casa-do-albergado-apos-ser-preso-em-operac-o-contra-pagamentos-irregulares-na-saude-1.3203963">prisões de Wilson Pollara, Quesede Ayres Henrique e Bruno Vianna Primoda</a> aconteceram na manhã desta quarta-feira (27), em uma operação que investiga pagamentos irregulares na Prefeitura de Goiânia. A operação cumpriu três mandados de prisão temporária e oito de busca e apreensão contra os investigados. Além de presos, os investigados foram afastados das funções públicas.

Os <a href="https://opopular.com.br/cidades/secretario-wilson-pollara-e-levado-a-casa-do-albergado-apos-ser-preso-em-operac-o-contra-pagamentos-irregulares-na-saude-1.3203963">mandados foram cumpridos na sede da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia</a>, nas casas dos alvos de prisão e de um empresário que presta serviços à pasta. Em posse de um dos alvos foram encontrados mais de R$ 20 mil em dinheiro. O secretário municipal chegou à Casa do Albergado, em Goiânia, por volta das 10h17.

<h2>Nova secretária&nbsp;</h2>

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Servidora Cynara Mathias Costa assume a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) nos últimos 34 dias da gestão (Diomício Gomes / O Popular)

O prefeito de Goiânia nomeará a servidora <a href="https://opopular.com.br/opiniao/blog-fabiana-pulcineli/servidora-efetiva-assume-secretaria-de-saude-de-goiania-apos-pris-o-da-cupula-da-pasta-1.3203996">Cynara Mathias Costa para comandar a Secretaria Municipal de Saúde (SMS)</a> nos últimos 34 dias de sua gestão, após prisão da cúpula da pasta na Operação Comorbidade. A Prefeitura ainda não esclareceu se os três foram exonerados. A decisão judicial determinou o afastamento dos cargos.

Cynara é cirurgiã-dentista, odontopediatra e é servidora há 25 anos, com "vasta experiência como sanitarista", segundo informações da Prefeitura. Também efetiva, Acácia Cristina Marcondes Almeida Spirandelli, especialista em Saúde e mestre em Saúde Coletiva, assume a secretaria-executiva. Já a Diretoria Financeira ficará com o servidor efetivo e especialista em Saúde, Bruno Costa. Isadora Morais Parreira Rodrigues vai acumular o cargo de gerente de Saúde Bucal de Urgência e Emergência Especializada com a Superintendência de Redes de Atenção e Saúde.

<h2>Afastado por 45 dias</h2>

No final de junho deste ano, Wilson Pollara chegou a ser afastado do cargo por três meses. A determinação do Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM-GO) afirmava que o motivo seria uma contratação prejudicial para os cofres públicos. A decisão foi publicada no dia 29 de junho. Além do afastamento, a determinação também suspendeu a contratação feita pelo secretário, em caráter emergencial, de uma empresa especializada na prestação de serviços do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) no período de 180 dias.

Após 45 dias afastado, o próprio TCM-GO revogou a medida cautelar que afastava o secretário do cargo, após um agravo impetrado pela Prefeitura de Goiânia. A decisão foi tomada em sessão do Tribunal Pleno no dia 14 de agosto. Com o afastamento de Pollara, o secretário executivo da pasta, Quesede Ayres Henrique, assumiu o cargo de secretário municipal de Saúde interinamente.

<h2>Quem é Wilson Pollara</h2>

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Wilson Pollara reassumiu a SMS após 45 dias afastado pelo TCM (Diomício Gomes / O Popular)

Wilson Modesto Pollara assumiu a Secretaria de Saúde de Goiânia em setembro do ano passado, quando substituiu Durval Pedroso, que estava à frente da SMS desde janeiro de 2021. Ele é médico formado na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo em 1973. Ele também é pós-graduado em Cirurgia Geral com Mestrado, Doutorado e Livre Docência.

Pollara ocupou a mesma pasta na gestão de João Doria à frente da Prefeitura de São Paulo, entre o início de 2017 e julho de 2018. Além de secretário na gestão Doria, Pollara foi coordenador-geral de cirurgia no Instituto do Câncer de São Paulo e diretor-executivo do Instituto Central do Hospital das Clínicas, no mesmo estado.

Nota da defesa de Wilson Pollara

A defesa de Wilson Modesto Pollara informa que ainda não obteve acesso aos autos e que, tão logo esteja de posse dos elementos informativos referentes à operação deflagrada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), emitirá um posicionamento formal e fundamentado. Diante do histórico de Pollara, que registra mais de cinco décadas de exercício da medicina e de cargos públicos na área de saúde sem máculas, marcadas por notória contribuição técnica, social e acadêmica, a defesa reafirma seu compromisso com a verdade e com o pleno respeito ao contraditório e ao devido processo legal, certa de que a inocência de seu cliente será devidamente reconhecida no curso das apurações.&nbsp;

Dr. Thiago M. Peres 
OAB/SP 257.761 
OAB/GO 70.310

<h4>Nota&nbsp;do Sindsaúde&nbsp;</h4>

O Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde no Estado de Goiás (Sindsaúde-GO) recebeu com grande expectativa a deflagração da Operação Comorbidade, conduzida nesta quarta-feira (27) pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO). A ação investiga graves irregularidades na gestão da saúde pública em Goiânia, frequentemente denunciadas pela mídia e pelo próprio Sindicato, que culminou com algumas prisões.&nbsp;

Nesse cenário, o Sindsaúde defende que a apuração rigorosa e a responsabilização dos envolvidos, dentro dos trâmites legais, como passos fundamentais para o reestabelecimento da eficiência e transparência no Sistema Único de Saúde (SUS) em Goiânia. Sem a pretensão de presumir culpabilidade, é preciso destacar as graves consequências da ingerência administrativa enfrentadas por trabalhadores e usuários do SUS, que incluem precarização dos serviços e até perdas de vidas.

Vale lembrar que denunciamos, por diversas vezes, situações graves que afetam sobremaneira as condições de trabalho dos servidores e de assistência à população, tais como:&nbsp;&nbsp;

<ul>
	<li>&nbsp;Falta de leitos de UTI, de insumos básicos e de segurança nas unidades de saúde;</li>
	<li>Atrasos no pagamento de direitos trabalhistas, como vale-alimentação e retroativos das datas-bases de 2023 e 2024, mesmo após tentativas de diálogo com a gestão municipal;</li>
	<li>Sobrecarga de trabalho dos profissionais de saúde, agravada pela falta de equipamentos, como conservadoras para vacinas, e pelo déficit de pessoal, mesmo com um concurso público vigente para suprir essa demanda;</li>
	<li>Adoção de contratações precarizantes, como terceirizações, pejotização e credenciamentos, que violam direitos trabalhistas e comprometem a estabilidade dos serviços;</li>
	<li>Sucateamento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que sofre com a falta de médicos, enfermeiros, motoristas, ambulâncias e insumos, além de linhas telefônicas inoperantes, culminando em greve e perseguição aos servidores que denunciaram essas falhas.</li>
	<li>Tentativas recentes de terceirizar o Samu, sob o pretexto de “emergência” devido à epidemia de dengue, que foram desmascaradas pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-GO) e determinou o afastamento do Secretário de Saúde por conduta irregular.</li>
</ul>

O Sindsaúde tem atuado de forma contínua, levando essas denúncias a órgãos como o MP-GO, TCM-GO, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Ministério Público do Trabalho (MPT), Conselho Municipal de Saúde e Ministério da Saúde.

Portanto, reiteramos que a população merece atendimento digno e adequado enquanto os trabalhadores da saúde necessitam de melhores condições de trabalho e valorização. É preciso dar fim ao descaso com a saúde pública em Goiânia.

&nbsp;

(Colaboraram Márcio Leijoto e Kariny Bianca)

Após prisão de secretário da Saúde, Rogério Cruz fala da suspeita de pagamentos irregulares: 'Seguem ordem cronológica'

GOIÂNIA

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Secretário de Saúde de Goiânia, Wilson Pollara (Wildes Barbosa / O Popular)

O Secretário de Saúde de Goiânia, Wilson&nbsp;Modesto Pollara, foi preso na manhã desta quarta-feira (27) em uma operação que investiga pagamentos irregulares na Prefeitura de Goiânia. Segundo o Ministério Público de Goiás (MP-GO), o secretário executivo&nbsp;Quesede Ayres Henrique&nbsp;e o diretor financeiro Bruno Vianna Primoda também foram presos. A operação acontece em meio à crise que tem impactado as unidades da rede de atenção básica e causado&nbsp;<a href="https://opopular.com.br/cidades/apos-3-mortes-em-menos-de-uma-semana-mabel-negocia-mais-leitos-de-uti-para-goiania-1.3203017" target="_blank">mortes por falta de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI)</a>.

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Em nota, a Prefeitura de Goiânia disse que está colaborando com as investigações e colocando-se à disposição para fornecer todas as informações necessárias. Além disso, afirmou que&nbsp;tomará todas medidas administrativas cabíveis.&nbsp;

Também por meio de nota, a&nbsp;defesa de Wilson Modesto Pollara afirmou que "ainda não obteve acesso aos autos e que, tão logo esteja de posse dos elementos informativos referentes à operação deflagrada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), emitirá um posicionamento formal e fundamentado". Também disse que "reafirma seu compromisso com a verdade e com o pleno respeito ao contraditório e ao devido processo legal, certa de que a inocência de seu cliente será devidamente reconhecida no curso das apurações" (confira a nota na íntegra ao final da reportagem).&nbsp;

Ainda por meio de nota, o&nbsp;Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde no Estado de Goiás (Sindsaúde-GO) disse&nbsp;defender a "apuração rigorosa e a responsabilização dos envolvidos, dentro dos trâmites legais, como passos fundamentais para o reestabelecimento da eficiência e transparência no Sistema Único de Saúde (SUS) em Goiânia".&nbsp;(confira a nota completa ao final da reportagem).

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/salarios-atrasados-e-falta-de-materiais-afetam-limpeza-de-upas-e-cais-em-goiania-1.3203828" target="_blank">Salários atrasados e falta de materiais afetam limpeza de UPAs e Cais em Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/crise-afeta-unidades-basicas-de-saude-em-goiania-1.3203825" target="_blank">Crise afeta unidades básicas de saúde em Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/demanda-na-justica-por-uti-na-rede-publica-em-goiania-cresce-10-vezes-em-4-anos-1.3203814" target="_blank">Demanda na Justiça por UTI na rede pública em Goiânia cresce 10 vezes em 4 anos</a></div>

Pollara chegou à Casa do Albergado, em Goiânia, por volta das 10h17. O secretário chegou no camburão de uma viatura da Polícia Militar. Em seguida, entrou no estabelecimento prisional para realização de identificação.&nbsp;A previsão do Ministério Público é que&nbsp;o diretor financeiro, Bruno Vianna Primo e o secretário executivo da secretaria de saúde, Quesede Ayres Henrique, também vão para o local.

<img attr-cid="policy:1.3203948" attr-version="policy:1.3203948:1732715503" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3203948/OPOPULAR - Montagem de fotos e vídeo para o site - 2024-11-27T103837.629.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Wilson Pollara em frente à Casa do Albergado, em Goiânia (Reprodução/TV Anhanguera)

A operação cumpriu&nbsp;três mandados de prisão temporária e oito de busca e apreensão contra os investigados. Além de serem presos, foi determinado ainda o afastamento cautelar e, consequentemente, a suspensão do exercício das funções públicas dos três presos.&nbsp;

Os mandados foram cumpridos na sede da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia, nas casas dos alvos de prisão e de um empresário que presta serviços à pasta. Em posse de um dos alvos foram encontrados mais de R$ 20 mil em dinheiro.

<div attr-cid="policy:1.3203960" attr-version="policy:1.3203960:1732717436" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3203960" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3203960', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3203960">webstories (1.3203960)</a></div>

A investigação aponta para a concessão de vantagens em contratos, causando prejuízo para a administração pública, como também a existência de pagamentos irregulares, inclusive com omissão da ordem cronológica de exigibilidade.

<img attr-cid="policy:1.3203906" attr-version="policy:1.3203906:1732707443" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3203906/dinheirodois.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Na operação foram cumpridos três mandados de prisão temporária e oito de busca e apreensão (Divulgação/ MP)

<h2>Colapso na saúde</h2>

De acordo com o MP-GO, os envolvidos deixaram de repassar verbas públicas previstas em convênios a entidades do terceiro setor responsáveis pela gestão de unidades hospitalares e maternidades da capital, especialmente à Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc), deixando-a com dívida de R$ 121,8 milhões com fornecedores, portanto, sem condições de funcionamento regular.

<div attr-cid="policy:1.3202867" attr-version="policy:1.3202867:1732464499" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3202867" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3202867', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3202867">Pacientes morrem à espera de UTI em Goiânia (1.3202867)</a></div>

A rede pública de saúde de Goiânia <a href="https://opopular.com.br/cidades/crise-afeta-unidades-basicas-de-saude-em-goiania-1.3203825" target="_blank">enfrenta uma crise de gestão</a> na assistência hospitalar com a falta de leitos de enfermaria e Unidade de Terapia Intensiva (UTI), paralisação de serviços essenciais, descumprimento de decisões judiciais, burlagem à atuação dos órgãos de controle externo, além de indícios de irregularidades em diversas contratações.&nbsp;

O Ministério Público destaca que essa situação resulta em violação massiva de direitos fundamentais, especialmente dos direitos à vida e à saúde da população dependente do Sistema Único de Saúde.

<img attr-cid="policy:1.3203907" attr-version="policy:1.3203907:1732707277" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3203907/dinheiro.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Em um dos locais, foram encontrados R$ 20.085,00 em dinheiro (Divulgação/MP)

<h2>Afastado por 45 dias</h2>

No final de junho deste ano,&nbsp;Wilson Pollara chegou a ser afastado do cargo por três meses. A determinação do&nbsp;Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM-GO) afirmava que o motivo seria uma contratação prejudicial para os cofres públicos. A decisão foi publicada no dia 29 de junho.&nbsp;Além do afastamento, a determinação também suspendeu a contratação feita pelo secretário, em caráter emergencial, de uma empresa especializada na prestação de serviços do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) no período de 180 dias.

Após 45 dias afastado, o&nbsp;próprio TCM-GO revogou a medida cautelar que afastava o secretário do cargo, após&nbsp;um agravo impetrado pela Prefeitura de Goiânia. A decisão foi tomada em sessão do Tribunal Pleno no dia 14 de agosto.&nbsp;Com o afastamento de Pollara, o secretário executivo da pasta, Quesede Ayres Henrique, assumiu o cargo de secretário municipal de Saúde interinamente.

<h2>Quem é Wilson Pollara</h2>

<img attr-cid="policy:1.3172770" attr-version="policy:1.3172770:1732716305" class="p-smartimage" src="/image/policy:1.3172770/image.jpg?f=default&amp;w=400&amp;q=1" /> 
Wilson Pollara reassumiu a SMS após 45 dias afastado pelo TCM (Diomício Gomes / O Popular)

Wilson&nbsp;Modesto Pollara assumiu a Secretaria de Saúde de Goiânia em setembro do ano passado, quando substituiu&nbsp;Durval Pedroso, que estava à frente da SMS desde janeiro de 2021.&nbsp;Ele é médico&nbsp;formado na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo em 1973. Ele também é pós-graduado em Cirurgia Geral com Mestrado, Doutorado e Livre Docência.&nbsp;

Pollara ocupou a mesma pasta na gestão de João Doria à frente da Prefeitura de São Paulo, entre o início de 2017 e julho de 2018.&nbsp;Além de secretário na gestão Doria, Pollara foi coordenador-geral de cirurgia no Instituto do Câncer de São Paulo e diretor-executivo do Instituto Central do Hospital das Clínicas, no mesmo estado.

<h2>Nota da Prefeitura de Goiânia:</h2>

A Prefeitura de Goiânia informa que está colaborando plenamente com as investigações conduzidas pelo Ministério Público de Goiás (MPGO) no âmbito da Operação Comorbidade.&nbsp;

A gestão municipal reitera seu compromisso com a transparência e com a lisura na administração pública, colocando-se à disposição para fornecer todas as informações e documentos necessários ao esclarecimento dos fatos.&nbsp;

A Prefeitura reforça que tomará todas medidas administrativas cabíveis, conforme o desdobramento das apurações.

Nota da defesa de Wilson Pollara

A defesa de Wilson Modesto Pollara informa que ainda não obteve acesso aos autos e que, tão logo esteja de posse dos elementos informativos referentes à operação deflagrada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), emitirá um posicionamento formal e fundamentado. Diante do histórico de Pollara, que registra mais de cinco décadas de exercício da medicina e de cargos públicos na área de saúde sem máculas, marcadas por notória contribuição técnica, social e acadêmica, a defesa reafirma seu compromisso com a verdade e com o pleno respeito ao contraditório e ao devido processo legal, certa de que a inocência de seu cliente será devidamente reconhecida no curso das apurações.&nbsp;

Dr. Thiago M. Peres 
OAB/SP 257.761 
OAB/GO 70.310

<h4 style="font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; color: rgb(0, 0, 0); text-rendering: optimizelegibility;">Nota&nbsp;do Sindsaúde&nbsp;</h4>

O Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde no Estado de Goiás (Sindsaúde-GO) recebeu com grande expectativa a deflagração da Operação Comorbidade, conduzida nesta quarta-feira (27) pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO). A ação investiga graves irregularidades na gestão da saúde pública em Goiânia, frequentemente denunciadas pela mídia e pelo próprio Sindicato, que culminou com algumas prisões.&nbsp;

Nesse cenário, o Sindsaúde defende que a apuração rigorosa e a responsabilização dos envolvidos, dentro dos trâmites legais, como passos fundamentais para o reestabelecimento da eficiência e transparência no Sistema Único de Saúde (SUS) em Goiânia. Sem a pretensão de presumir culpabilidade, é preciso destacar as graves consequências da ingerência administrativa enfrentadas por trabalhadores e usuários do SUS, que incluem precarização dos serviços e até perdas de vidas.

Vale lembrar que denunciamos, por diversas vezes, situações graves que afetam sobremaneira as condições de trabalho dos servidores e de assistência à população, tais como:&nbsp;&nbsp;

<ul style="padding-right: 0px; padding-left: 0px; margin: 0px 0px 5.5px 25px; color: rgb(0, 0, 0); font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 11px;">
	<li>&nbsp;Falta de leitos de UTI, de insumos básicos e de segurança nas unidades de saúde;</li>
	<li>Atrasos no pagamento de direitos trabalhistas, como vale-alimentação e retroativos das datas-bases de 2023 e 2024, mesmo após tentativas de diálogo com a gestão municipal;</li>
	<li>Sobrecarga de trabalho dos profissionais de saúde, agravada pela falta de equipamentos, como conservadoras para vacinas, e pelo déficit de pessoal, mesmo com um concurso público vigente para suprir essa demanda;</li>
	<li>Adoção de contratações precarizantes, como terceirizações, pejotização e credenciamentos, que violam direitos trabalhistas e comprometem a estabilidade dos serviços;</li>
	<li>Sucateamento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que sofre com a falta de médicos, enfermeiros, motoristas, ambulâncias e insumos, além de linhas telefônicas inoperantes, culminando em greve e perseguição aos servidores que denunciaram essas falhas.</li>
	<li>Tentativas recentes de terceirizar o Samu, sob o pretexto de “emergência” devido à epidemia de dengue, que foram desmascaradas pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-GO) e determinou o afastamento do Secretário de Saúde por conduta irregular.</li>
</ul>

O Sindsaúde tem atuado de forma contínua, levando essas denúncias a órgãos como o MP-GO, TCM-GO, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Ministério Público do Trabalho (MPT), Conselho Municipal de Saúde e Ministério da Saúde.

Portanto, reiteramos que a população merece atendimento digno e adequado enquanto os trabalhadores da saúde necessitam de melhores condições de trabalho e valorização. É preciso dar fim ao descaso com a saúde pública em Goiânia.

(Colaboraram Gabriela Macêdo e Samantha Souza)

Secretário de Saúde de Goiânia é preso em operação contra pagamentos irregulares na secretaria, diz MP

CRISE DE GESTÃO

Se após a Revolução Industrial, o desenvolvimento das cidades priorizou a construção de ruas, avenidas e estradas para os novos automóveis que ganhavam as vias e traziam conforto e praticidade à vida moderna da época, pouco mais de um século depois, um novo modelo de urbanismo trouxe à luz um movimento reverso: a priorização da natureza e um modo de viver mais integrado ao meio ambiente.

Uma mudança de pensamento necessária considerando a crise climática em que vivemos já nas últimas décadas, e que intensificou-se em 2024, com as diversas catástrofes naturais no Brasil e mundo afora. Mas o Novo Urbanismo não é tão novo assim. Vanguardista, porém não é recente. Lá na década de 1990, nos Estados Unidos, era lançada a Carta do Novo Urbanismo que já enxergava como desafio o crescimento desordenado e horizontal das cidades.

O Novo Urbanismo traz a ideia de que o ambiente físico impacta diretamente na qualidade de vida, proporcionando mais felicidade e bem-estar às pessoas. Mais do que um movimento de design urbano que procura promover o crescimento sustentável das cidades, ele foca na vida em comunidade, no respeito aos espaços, na importância do relacionamento com a natureza e seus limites.

Muitas cidades são adeptas desse movimento que prioriza as pessoas aos carros, preza o senso de comunidade e coletivismo, preserva espaços verdes mantendo sua vegetação original, concebe espaços urbanos, buscando integrar trabalho, escola, serviços e moradia em um mesmo espaço, estimulando os deslocamentos a pé.

Goiânia, jovem capital que é, com seus recém celebrados 91 anos, uma cidade planejada e moderna, dispõe de bairros verdes e praças abundantes. Excelente para se viver, foi a segunda capital brasileira eleita com melhor qualidade de vida em 2024, segundo o Índice de Progresso Social (IPS) Brasil.

E tem grandes pré-requisitos para se desenvolver ainda mais nesse movimento, com investimento e projetos arrojados de profissionais de renome da arquitetura e do urbanismo, impulsionado por um mercado imobiliário pujante, em franca expansão e valorização, seja em empreendimentos verticais, residenciais e comerciais, como em condomínios horizontais, sendo hoje a capital com o maior número de condomínios horizontais por habitante no Brasil, abrigando mais de 45 empreendimentos na região metropolitana. Número que será ainda mais expressivo com diversos novos lançamentos somente na GO-020, incluindo bairros inteiros planejados.

Com sua localização privilegiada, e polo de comércio e serviços de excelência, atrai moradores e investidores de todo o país. Após um 2023 com valor acumulado de 6 bilhões e o posto de terceiro maior mercado imobiliário do país, 2024 tem se mostrado ainda melhor, segundo a pesquisa da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO).

Nossa cidade merece um pensar responsável de seus bairros, tão verdes, tão floridos, tão arborizados. Que os novos empreendimentos venham amparados pelos princípios do Novo Urbanismo, conservando nas futuras gerações o mesmo encantamento de quem vem hoje a Goiânia e se apaixona na primeira visita.

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Adriano Carrijo é engenheiro&nbsp;civil com pós-graduação em Marketing

O novo urbanismo e o futuro

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Adriano Carrijo

Pacientes morrem à espera de UTI em Goiânia

O número de pedidos na Justiça por internação em leitos de unidades de terapia intensiva (UTI) na rede pública em Goiânia já é, neste ano até o dia 31 de outubro, <a href="https://opopular.com.br/cidades/mabel-convoca-reuni-o-de-emergencia-sobre-falta-de-utis-em-goiania-n-o-podemos-deixar-gente-morrer-assim-1.3202862" target="_blank">quase 10 vezes maior do que em 2020 inteiro</a>, o último ano antes de Rogério Cruz (SD) assumir a Prefeitura da capital. Já no Estado, entretanto, o aumento foi de pouco mais de cinco vezes considerando o mesmo período. O levantamento feito pelo POPULAR levou em conta as informações na Base Nacional de Dados do Poder Judiciário relativas a processos que tramitam em varas de primeira instância.

<a href="http://opopular.com.br/canal" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration-line: none; font-family: &quot;Lucida Grande&quot;, &quot;Lucida Sans&quot;, geneva, arial, sans-serif; font-size: 12px; background-color: rgb(238, 238, 238);" target="_blank">🔔 Siga o canal de O POPULAR no WhatsApp&nbsp;</a>

Nos 10 primeiros meses deste ano, foram protocoladas 547 petições no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) de pacientes em busca de leitos de UTI no Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2020, foram apenas 50 pedidos. Mesmo em 2021 e em 2022, anos considerados críticos na Saúde Pública por causa da pandemia da Covid-19, o número de pedidos ficou, respectivamente, em 167 e 358. Em maio de 2023, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o fim da situação emergencial por conta do coronavírus, mas a demanda por leitos de UTI não teve uma redução na capital.

Este aumento é visto por autoridades e especialistas da área como a consequência de uma série de problemas envolvendo a forma como a administração pública faz a gestão dos leitos, seja administrativa ou financeiramente. Nos últimos dias, o problema ganhou atenção da imprensa devido a uma série de mortes de pacientes internados na rede municipal de Goiânia que aguardavam por uma vaga em UTI. Foram pelo menos cinco desde a da vendedora autônoma Katiane de Araújo Silva, de 36 anos, na sexta-feira (22), no Cais Cândida de Morais.

<div class="p-readmore-box"><a href="https://opopular.com.br/cidades/apos-aguardar-por-quatro-dias-paciente-morre-um-dia-apos-transferencia-para-uti-1.3203639" target="_blank">Após aguardar por quatro dias, paciente morre um dia após transferência para UTI</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/idosa-aguarda-leito-ha-15-dias-em-goiania-1.3203380" target="_blank">Idosa aguarda leito há 15 dias em Goiânia</a> 
<a href="https://opopular.com.br/cidades/mabel-anuncia-20-leitos-de-uti-nos-proximos-10-dias-em-goiania-1.3203220" target="_blank">Mabel anuncia 20 leitos de UTI nos próximos 10 dias em Goiânia</a></div>

A procura cada vez maior pela Justiça para conseguir um leito de UTI não é um problema apenas na capital, porém é menor no resto do Estado. No interior, o crescimento ao comparar 2024 com 2020 foi de 239,7%. Quando se compara 2022 com o ano anterior, por exemplo, houve uma queda de 61% no total de requerimentos em Goiás excluindo a capital. Em 2024, a demanda em Goiânia na Justiça de pacientes em estado considerado mais grave é 106% maior do que a dos outros 245 municípios goianos.

A maior procura por internações via judicial chegou ao Núcleo de Apoio Técnico do Poder Judiciário de Goiás (Natjus-GO), órgão criado em abril de 2012 para auxiliar, com pareceres técnicos, o magistrado na avaliação de pedidos para procedimentos médicos, fornecimento de medicamentos, internações entre outros na área da saúde. Ou seja, quando um juiz sozinho não consegue tomar uma decisão, recorre ao Natjus-GO. Se no ano passado, foram 183 pedidos de leitos de UTI em Goiás, agora, até novembro, já são 376, um aumento de 105,5%.

No banco de dados do CNJ não é possível separar demanda por leitos na rede municipal ou estadual. Também não é possível separar os pedidos de UTI adulto, neonatal ou pediátrica. No Natjus Goiás, por exemplo, 92,5% dos requerimentos em 2024 são de avaliações de pedidos para UTI adulto.

<div attr-cid="policy:1.3202867" attr-version="policy:1.3202867:1732464499" class="p-smartmidiabox">-<a class="p-smartembed" data-onecms-id="policy:1.3202867" data-onecms-type="article" href="javascript:window.parent.actionEventData({$contentId:'1.3202867', $action:'view', $target:'work'})" polopoly:contentid="policy:1.3202867">Pacientes morrem à espera de UTI em Goiânia (1.3202867)</a></div>

<h2>Sintoma</h2>

A judicialização dos pedidos de internação, algo que é visto como um sintoma de uma crise e não como uma solução, poderia ser pior. A Defensoria Pública do Estado de Goiás (DPE-GO) é responsável por representar boa parte dos pacientes que pedem na Justiça um leito de UTI. E, segundo a defensora pública Lucianna Barbosa, coordenadora do Núcleo de Defensorias Especializadas em Saúde da Capital, alguns dos requerimentos são resolvidos sem judicialização, por meio de diálogo junto ás pastas públicas de saúde.

Lucianna ressalta que não se deve responsabilizar o paciente que procura a Justiça pelas consequências da maior judicialização dos processos de internação, pois a crise é causada por uma falta de gestão na saúde pública. “Se solicita é porque precisa de UTI e não encontra e o poder público tem a obrigação de dar. Quem precisa não pode esperar. Judicializar nunca é bom, mas se ocorre o responsável por isso é o poder público.”

O juiz Eduardo Perez Oliveira, coordenador do Natjus Goiás, diz que o aumento registrado nos pedidos de consultas ao núcleo aponta um problema no sistema de saúde pública que precisa ser analisado com urgência e que a situação está sendo levada para discussão dentro do Judiciário, não apenas para dar maior celeridade e precisão às novas demandas que estão surgindo como também auxiliar o poder público a evitar que o trâmite de internação chegue à Justiça. Ele destaca que a judicialização afeta também quem está na busca por uma vaga e não recorre ao Judiciário.

Assim como Lucianna, o magistrado diz que a discussão envolvendo a judicialização não deve ser em cima do paciente que entra com a ação, pois este necessita da internação, e, sim, focar em aspectos de gestão, como se o número de vagas é suficiente para atender a população e se é possível proporcionar o acesso a outros serviços de saúde que o agravamento do quadro clínico do paciente a ponto de recorrer a uma UTI. “Precisamos saber qual o motivo destas internações, se é algo sazonal ou não, se houve aumento de vagas, uma série de fatores. Está havendo um tratamento preventivo adequado? A UTI é a ponta o iceberg.”

A defensora pública sugere que dois fatores seriam os principais para a situação ter se agravado neste ano na procura por UTIs em Goiânia, sendo uma delas falhas na gestão da rede. A outra é uma consequência da pandemia da Covid-19, quando muitas pessoas deixaram de procurar atendimentos médicos que não fossem urgentes. De fato, os dados mostram que houve uma queda na realização de exames e consultas eletivos e preventivos nos últimos anos. “O que antes era eletivo agora se tornou urgente.”

Membro da Comissão de Direito da Saúde da Ordem dos Advogados do Brasil em Goiás (OAB Goiás), o advogado e professor Jordão Horácio da Silva Lima, diz que a falta de leitos é a ponta mais crítica de um problema que está generalizado em vários setores da saúde pública.

O advogado destaca o trabalho que está sendo feito no Judiciário para dar agilidade na resposta aos pedidos de internação, porém o avanço da judicialização é um caminho que, visto coletivamente, acaba prejudicando a população que depende da rede pública de saúde.

“A solução do problema passa pelo financiamento sustentável, pelo refinamento da regulação, pelo aprimoramento da pactuação (entre município, estado e união). Pouco se fala, mas é fundamental a participação do conselho municipal para fiscalizar o uso do fundo municipal de saúde”, comenta Jordão.

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