A Justiça de Goiás decretou a prisão preventiva de Márcia Zaccarelli Bersaneti condenada a 18 anos e 8 meses por matar a filha recém-nascida em Goiânia. O corpo de Maria Eduarda Zacarelli permaneceu escondido por cinco anos no escaninho de um apartamento no Setor Bueno, na capital. A decisão do juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 3ª Vara dos Crimes Dolosos Contra a Vida de Goiânia, é desta segunda-feira (14).Márcia foi condenada em júri popular realizado em 1º de agosto de 2018. Na mesma data, ela foi apreciada com o direito de responder em liberdade. No entanto, no início de setembro de 2019 foi decretada novamente sua prisão preventiva. Porém, a defesa apresentou pedido de revogação da prisão que foi acatado pela Justiça, que aplicou medidas como: se apresentar em Juízo todo dia 10 de cada mês, ou no primeiro dia útil subsequente, para informar e justificar suas atividades e estava proibida de ausentar-se sem comunicar a autoridade judicial.No entanto, durante a pandemia de Covid-19 o comparecimento à Justiça foi suspenso. Tal ação foi suspensa em no final de 2021 e Márcia e sua defesa foram intimadas a se apresentarem, o que não aconteceu, pois a condenada não foi localizada em seu endereço. Um segundo endereço foi relacionado e, novamente, ela não foi encontrada.Na decisão, o magistrado destaca que “a ré abandonou o cumprimento de tais obrigações, encontrando-se agora em local incerto e não sabido, com o evidente objetivo de se furtar da responsabilização perante o Estado”.Em nota, o advogado de Márcia Zacarelli, Paulo Borges, afirmou que a defesa recebeu a decisão com espanto, que os “recursos ainda não se esgotaram” e vai recorrer. O comunicado informa ainda que a condenada “cumpriu as medidas cautelares diversas da prisão com máximo zelo”.A nota informa ainda que Márcia tem um filho de dois anos e cuida da sua família.Corpo em escaninhoMaria Eduarda Zacarelli nasceu no dia 15 de março de 2011 no Hospital São Domingos, em Goiânia. No dia seguinte, a recém-nascida e a mãe tiveram alta. Ao sair do hospital, a condenada teria ido até uma praça no mesmo bairro e tapado o nariz da criança até que ela morresse por asfixia.Uma das versões apresentada por Márcia é que ela levou o corpo da filha para casa e a teria escondido no guarda-roupa do quarto por 20 dias antes de colocá-la em sacos plásticos e guardar em uma caixa no escaninho do apartamento onde morava. Ela afirmou que visitava o local todos os dias e falava com filha.O corpo de Maria Eduarda permaneceu no escaninho por cinco anos, até que em agosto de 2016, o marido de Márcia teria encontrado a caixa e acionou a polícia. Ela foi presa e chegou a confessar o crime, mas depois apresentou várias versões.A menina seria fruto de um relacionamento extraconjungal de Márcia com um corretor com o qual ela teria trabalhado, visto que o marido dela não podia ser pai. Márcia chegou a dizer que era mantida em prisão domiciliar pelo marido e que tanto ele quanto o amante, sugeriram que ela fizesse o aborto.Márcia ainda disse que a ideia do escaninho foi do marido e que ele só revelou o caso à polícia porque estavam se separando e ele queria que ela desistisse da própria parte do apartamento do casal, que seria vendido. Essa versão foi desmentida pelo marido e, posteriormente, a polícia afirmou que ele não participou do crime.Leia também:- Corpo da filha de Zacarelli será sepultado 7 anos após morte- Juiz decreta prisão preventiva de Márcia Zaccarelli por matar filha recém-nascida em Goiânia- Condenada por matar e esconder bebê em escaninho é solta em Aparecida de Goiânia