Atualizada às 00h44 do dia 26/4/2022Quase um mês depois de afirmar que o processo do assassinato do jornalista Valério Luiz, ocorrido em 2012, possui ilegalidades, a defesa do empresário Maurício Sampaio disse nesta segunda-feira (25) que entrará com um pedido de investigação no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e outro no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por supostas parcialidade do juiz e dos promotores envolvidos no julgamento do caso, que ocorrerá na próxima segunda-feira (2). O advogado Luiz Carlos Silva Neto, que assumiu a defesa do empresário em março, havia feito a mesma declaração ao se apresentar à imprensa em 29 de março, mas agora diz que conseguiu os documentos que comprometeriam a imparcialidade do magistrado que vai presidir o júri, após três adiamentos. Silva Neto já entrou com um pedido de exceção de suspeição no Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) contra o juiz Lourival Machado da Costa e teve duas respostas negativas para sua petição.MotivosEm coletiva de imprensa, Silva Neto apresentou documentos que mostram que nos anos 90, um escritório do qual Lourival era sócio, entrou com uma ação de execução de dívidas contra Sampaio e a família dele. Desde então, de acordo com o advogado, o juiz nutre uma animosidade pelo empresário que tem interferido no andamento processual. Ele afirmou que desde que assumiu o caso, aguardou por um pedido de suspeição vindo do próprio juiz, o que não aconteceu. Por isso, ele decidiu entrar com os pedidos. “Respeito o Judiciário e o Ministério Público, mas ele (Sampaio) está em um processo com um juiz parcial. Caso ele e os promotores continuem no caso, vamos comparecer ao tribunal, mas não participaremos.”Em relação aos promotores, Silva Neto disse que em 2015 houve ilegalidades em um depoimento prestado por Marcus Vinícius Pereira Xavier, acusado de ser um dos articuladores do crime. Na ocasião, Marcus Vinícius entregou o esquema que culminou na morte de Valério Luiz. Além disso, o advogado afirmou que no dia 14 de março, data em que o júri popular foi adiado pela última vez, o Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) pediu a prisão preventiva de Sampaio, que estava presente, mas não pediu a de Marcus Vinícius, que não estava.Em nota, o MP-GO comunicou que nem a instituição, nem os promotores vão se manifestar, neste momento. A assessoria de imprensa do TJ-GO informou que não comenta movimentações processuais. (Colaborou Márcio Leijoto)Leia também:- Justiça nega pela 5ª vez pedido de Maurício Sampaio para adiar júri- Defesa de Sampaio diz que suspeição de juiz começou em partida de futebol