A defesa dos sete policiais acusados de matar quatro pessoas já rendidas em uma chácara em Colinas do Sul afirmou que “repudia veementemente” o indiciamento deles após a conclusão do inquérito policial e que as conclusões do relatório final encaminhado pela Polícia Civil à Justiça foram “apressadas”.As investigações apontam que Salviano Souza Conceição, de 63 anos, Ozanir Batista da Silva, o Jacaré, de 46, Alan Pereira Soares, de 28, e Antônio Fernandes da Cunha, o Chico Kalunga, de 35, foram mortos sem terem reagido à abordagem policial, como alegado pelos PMs. As vítimas estavam na chácara de Ozanir e foram levadas à de Salviano. Foi quando os policiais deram 58 disparos de fuzis e pistolas, tendo dez atingido as vítimas.Inicialmente, os policiais militares alegaram que estavam investigando uma denúncia de plantação de maconha na região e ao chegarem na chácara foram recebidos a tiros quando se identificaram. Nas investigações, que ocorreram após forte clamor popular, a Polícia Civil encontrou provas e testemunhas que contradizem a versão dos PMs.O advogado Fernando Cavalcante, que faz a defesa dos PMs, afirmou em nota que o relatório final do inquérito “não parte de fatos, mas, sim, de ilações e suposições de supostas testemunhas que não presenciaram os fatos”. Uma das testemunhas, entretanto, é a esposa de uma das vítimas, que os próprios policiais, após a prisão, revelaram terem abordado na chácara de Salviano.“As condutas dos policiais militares foram no estrito cumprimento do dever legal, para assegurar o cumprimento da lei diante do ilícito de tráfico de drogas”, disse Fernando.O advogado também criticou a prisão preventiva dos sete envolvidos decretada na semana passada, afirmando ser “completamente desnecessária e inadequada”. “Não há indícios de que os policiais militares em liberdade ponham em risco a ordem pública e a instrução criminal”, afirmou. O Ministério Público havia pedido a prisão deles após informação de que testemunhas estavam sendo abordadas. Caiado diz que policial que não segue protocolo deve ser punidoO governador Ronaldo Caiado (União Brasil) afirmou nesta segunda-feira (7) que o indiciamento dos sete policiais militares não muda o posicionamento dele a respeito da postura dos membros das forças de segurança do estado, de cumprimento ao que exigem os protocolos de procedimentos policiais, que seriam bem claros sobre como se deve ou não agir. “As pessoas que realmente não responderem a estas exigências recebem aí as punições que são necessárias”, disse, de forma genérica, Caiado. O advogado Luís Gustavo Delgado Barros, que tem auxiliado as famílias das vítimas dos sete policiais militares, disse que a Polícia Civil e o Ministério Público agiram com extremo rigor nas investigações e muita cautela, ouvindo testemunhas e colhendo provas que apontaram diversas contradições aos depoimentos dos PMs presos. Segundo ele, agora que o caso foi encaminhado à Justiça é importante que se continue o trabalho para consolidar as provas já colhidas. “Foi muito satisfatório o trabalho até aqui, mas queremos subsidiar ainda mais o trabalho para poder no final terem a pena máxima que eles merecem”, comentou.