A delegada Cássia Sertão, titular da 2ª Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) de Goiânia, afirma que a polícia trabalha com a oitiva do maior número possível de testemunhas e com a perícia em celulares para elucidar a denúncia de estupro ocorrido dentro de uma escola na região noroeste no final de janeiro. Já foram ouvidos a vítima, uma professora, e o suposto agressor, um vigia que foi afastado da unidade após acusações contra ele feitas na esfera administrativa da unidade de ensino.Na denúncia, a professora afirma que não se lembra do crime porque havia sido dopada naquele dia pela diretora da mesma escola e que só ficou sabendo do que ocorreu após outros servidores lhe contarem terem visto um vídeo no celular da diretora com cenas de abuso sexual. As características do lugar e de como ela estava vestida, segundo a denunciante, era do dia que ela estava na escola passando mal e recebeu um comprimido da diretora achando se tratar de um antialérgico.A delegada conta que a materialidade do vídeo ainda não foi confirmada, pois não foi localizado numa análise superficial sobre os celulares dos envolvidos, feita na própria delegacia, e que agora depende da perícia que será feita pela Polícia Técnico-Científica nos aparelhos. A professora e o vigia já foram ouvidos e para a próxima semana estão agendados os depoimentos da diretora e de vários servidores da escola.Cássia afirma que se trata de um caso bem complexo, mas explica que é possível confirmar se houve ou não a violência sexual por outros caminhos mesmo se não for localizado o vídeo. “Continuaremos ouvindo testemunhas”, afirmou.Inicialmente, a queixa registrada na delegacia foi de divulgação de fotos íntimas, mas posteriormente a vítima alegou que o conteúdo do suposto vídeo seria ela sendo abusada sexualmente por um servidor da escola. No dia 28 de fevereiro, a professora já havia conseguido uma medida protetiva contra o vigia alegando perseguição, ameaças e ofensas por parte dele após ela ter saído com ele por quatro vezes, durante 15 dias, e se afastado.Em seguida, a diretora da unidade teria se envolvido na história, segundo a vítima, pedindo para que fosse retirada a queixa na Justiça e o caso foi parar na Coordenação Regional de Educação (CRE) da Secretaria de Estado da Educação de Goiás (Seduc). A história foi se tornando pública após uma série de protestos organizados pelo grupo Mobilização dos Professores de Goiás (MPG) cobrando providências da Seduc. Nesta sexta-feira (18) foi feita uma manifestação em frente ao CRE, no Setor Oeste.Após a imprensa procurar a secretaria, a professora e a diretora foram afastadas da unidade sob alegação de preservar os alunos e a continuidade das atividades escolares, até que o caso fosse resolvido tanto na esfera administrativa como na polícia.